Ane é recebida com imensa alegria, inúmeros gestos de gentileza e carinho. Ela fica feliz por estar sendo zelada com tanto afeto pelos seus.
Certa manhã, após tomar o desjejum no quarto acompanhada pela noiva, que tinha o preparado com desvelo para agradá-la, a mesma comunica assim que coloca a bandeja na escrivaninha:
- Agora que está se sentindo melhor emocionalmente e mais apta a sua condição, vou voltar pra faculdade e recuperar minhas notas. Conversei com o professor Robson por telefone ontem e ele disse que vai me ajudar em tudo que eu precisar.
- Faça isto amor. Aliás, era o que devia ter feito há muito tempo - a eterna ruiva concorda com um sorriso tranquilo. O pânico de perder Talita com a morte de seu corpo havia diminuído consideravelmente com o apoio e os conselhos de Margô.
- E tu, minha sardentinha, quando vai decidir voltar pra universidade? - a vaqueira cruza os braços exibindo seus músculos expostos por uma camisa de mangas curtas.
- Não tenho mais ânimo para estudar, Talita - confessa cabisbaixa.
- Por que não, minha branquinha?
- Não quero falar sobre isso. Vá se arrumar antes que acabe se atrasando.
- Certo, mas primeiro quero te dizer que Geovane e eu conversamos...
- Olha que lindinho! - Ane bate palmas. - É tão bom ver que estão se dando bem! Pelo menos minha cegueira está servindo para alguma coisa boa.
Talita sorri embaraçada, uma vez que é fato que está se esforçando para se entender com o sogro. Depois da intensa conversa que tiveram na clínica, ambos passaram de se tolerarem para se conhecendo e respeitando a existência um do outro.
- Enfim, resolvemos contratar uma acompanhante para te auxiliar enquanto estivermos fora.
- Não preciso de uma babá - Ane faz bico.
- E nem tem mais idade para isso - Talita sorri para contemporizar.
- Eu não estou inválida Talita! Esquece esta ideia - Ane objeta fitando o espírito de Margô que surge esperadamente no quarto. Desde que Ane decidiu sair do hospital, ela sempre aparece.
- Mas, minha sardentinha, só queremos te ajudar! - Talita retruca pacientemente.
- Eu já tenho quem me ajude - a loira fixa Margô, que sorri orgulhosa. - E te garanto que é mais eficiente que qualquer pessoa, não querendo desmerecer o trabalho dos outros, certo?
- Tem alguém aqui, né? - Talita olha para todos os lados do dormitório na esperança de capturar algum detalhe do mundo invisível, só que em vão, mas agradecendo a Deus por não ser vidente como a amada.
Ane ri:
- Tem sim.
- Hum, e posso saber quem é seu novo amigo? - estreita os olhos.
- A Margô.
- Quem é essa?
- A esposa falecida do Maurício.
- Depois desta vou tomar banho - Talita suspira vencida indo apressada para o lavatório. Ainda estranha a capacidade de ver um espírito nitidamente. Automaticamente se lembra do policial e o sentimento de gratidão o envolve onde ele está no momento, cumprindo com seu papel na segurança da civilização curitibana. Sente vontade de visitá-lo como havia prometido, mas com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, acha difícil encontrar uma oportunidade favorável. Apenas deseja que ele e sua família estejam bem e começa a se perguntar qual a ligação que ela e sua noiva tem com eles.
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Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico)
Jugendliteratur+🔞 Até onde você iria por amor? Seria capaz de abrir mão da sua própria luz? Tudo pode acontecer quando Talita decide ir morar na capital com Ane porque para o amor não existem obstáculos. OBS: SEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA MINHA COWGIRL FAVORITA. REV...