Adriano não controla a fúria e começa a agredir Felício com socos, sem piedade alguma.
- Solte-o agora!
Adriano só para ao ouvir a voz alterada de Talita. Ela está de pé com algumas sacolas em mãos. São os livros que havia comprado com Felício e que tinham esquecido no carro, graças aos últimos acontecimentos. A vaqueira os viu assim que alcançou o trânsito e deu retorno para entregá-los gentilmente ao amigo, e ao voltar, como se tivesse sido atraída para ali exatamente por conta disso, se deparou com aquela cena lamentável.
Os olhos dela brilham como duas labaredas e parecem mudar, atingindo todas as cores do arco-íris até se tornarem negros. Adriano estremece. Solta Felício e este cai desfalecido no piso frio da lavanderia.
- Como ousa bater em alguém que não pode se defender? - ela pergunta com o timbre agressivo.
- Eu devia ter surrado ele até morrer! - Adriano provoca. - Depois dessa traição!
- De qual traição está falando? Tu pirou?
- Você foi pra cama com esse idiota!
- O quê? Você bateu nele por que acha que transamos? - Talita averigua incrédula.
- E não transaram?
Talita não contém mais os ânimos exaltados, ofendida. As sacolas se soltam de suas mãos sem perceber, e ela parte para cima de Adriano lhe dando socos. Munido pela ira, sentindo-se enganado, rejeitado e inferior, Adriano se defende e eles travam uma séria briga ali mesmo.
Felício foi esperto o bastante para entrar em projeção assim que Adriano começou a surrá-lo. Se ele resolvesse bater nele até matá-lo, estaria longe para não ter que sofrer com a dor.
Por sorte, ainda estava por perto, e sentindo a vibração de Talita, retorna e pega os dois se agredindo violentamente. Felício não pensa muito. Não deixaria que eles se machucassem por causa de um mal-entendido. Então, decide colocar tudo que aprendera nos livros em prática. Mesmo que acordasse sem energia, cheio de dores e hematomas, ele usa o restante dela para induzir uma projeção astral nos dois, aproveitando-se do fato deles estarem suscetíveis, e acaba dando certo. A dupla sai do corpo sem se darem conta. Seus perispíritos ultrapassam as paredes da casa e a briga continua no plano imaterial. Felício tenta chamá-los, mas eles não dão ouvidos, continuam transferindo socos e chutes um no outro.Iaska estava entretida em seu banho, até que a iluminação da casa começa a falhar de repente, e as lâmpadas ficam oscilando. O chuveiro fica frio, e ela sai rapidamente da ducha.
Escuta barulho de vidros trincando e quebrando. Ou eles estão sendo atacados inesperadamente, ou Adriano e Felício estão aprontando. Ela se enrola na toalha e sai pela casa procurando-os para saber do que de fato se trata. Encontra-os na lavanderia.
Talita também está no meio deles. Os três estão em transe.
A sensitiva usa de suas capacidades projetivas e os traz de volta ao mundo material. Quando ela abre as pálpebras, eles já estão despertando da viagem.A tábua de passar roupas está jogada em cima de Talita, enquanto Adriano tenta se livrar das cordas dos varais, e Felício continua perto da máquina de lavar, acordando gemendo de dor.
- O que foi que vocês fizeram? - Iaska investiga num grito ensurdecedor.
Se a situação não fosse realmente preocupante, qualquer um iria rir dela com os cabelos molhados bagunçados, dentes trincados, espuma por todo comprimento da pele, apenas com a toalha cobrindo suas partes íntimas, roxa de raiva.
- Pergunta pra ele! - Talita joga a tábua apenas com uma mão para longe de suas pernas, e a outra aponta Adriano barbarizado.
- É melhor perguntar pro Einstein aí - ele balança a cabeça em direção de Felício.
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Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico)
Jugendliteratur+🔞 Até onde você iria por amor? Seria capaz de abrir mão da sua própria luz? Tudo pode acontecer quando Talita decide ir morar na capital com Ane porque para o amor não existem obstáculos. OBS: SEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA MINHA COWGIRL FAVORITA. REV...