Cap. 36

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No alvorecer seguinte, levemente ensolarado, Iaska acorda e procura o corpo de Adriano, mas ele não está mais esquentando-a. Porém, não demora para que o rapaz surja na cabana com um cacho de bananas maduras.

- Bom dia dorminhoca!

Iaska cai na risada:

- Onde você se meteu Dri?

- Fui procurar nosso café da manhã! - ele arranca duas bananas e joga pra ela. A moça as pega no ar rindo sem parar. - Imaginei que queria ficar longe do Haras... Então, eu vou te levar para dar um passeio. Sabia que tem um casarão do século dezenove nas redondezas? Caramba! O que tem de espíritos lá né mole! Ainda não entendi porque eles ficam tão apegados as suas terras, com tanta coisa melhor no plano espiritual.

- Isto é um convite? Tipo um dia de caça fantasmas particular? - a garota de olhos cinzas se anima ainda mais.

- É, eu não tinha pensado por esse lado. Mas já que entrou no assunto, é uma boa ideia - ele engole quase uma banana inteira.

- Você está muito elétrico, Dri!

- Não temos muito o que fazer por aqui. Preciso gastar minhas energias acumuladas!

- Eu sei muito bem do que você precisa seu safado! - Iaska repreende colocando seus olhos sobre a ereção do jovem.

Ele enrubesce:

- O que queria? Faz tempo que não sei o que é sexo. Nem sei qual foi a última vez que tive uma mulher tão perto, se é que me entende. Sinto falta do perfume, das curvas... - Iaska franze a testa incomodada com tantos detalhes. Ele percebe e desconversa: - Entretanto, prefiro gastar minhas energias com atividades mais elevadas!

- Faz bem. Eu aceito seu convite.

- Então vamos que o trabalho nos espera! - ele estende a mão para ela, que a aceita prontamente para se levantar.

Iaska calça as botas, ajeita os cabelos e segue Adriano enquanto vão comendo a fruta apetitosa. Os jovens montam no cavalo e cavalgam entusiasmados pela estrada, admirando a paisagem. E quando vêem alguma propriedade abandonada, param para analisarem o lugar, e encaminharem os espíritos perdidos.

(...)Talita e Ane tinham feito as pazes na noite anterior, selando com um amor de tirar o fôlego, e não resistiram ao convite dos amigos para uma pescaria.

A sertaneja tem que ensinar aos urbanos como pescar. Ela pega a vara e não consegue controlar o sorriso ao orientar:

- Bom, temos que capturar minhocas para colocar no gancho...

- Minhocas? - Bruninha arregala os olhos enojada.

Ane gargalha sabendo bem onde a noiva quer chegar:

- Ai meu Deus!

- Está brincando, não é? Eu não vou sujar minhas lindas unhas de barro! - Sofia estende a mão e admira as unhas decoradas dando com os ombros de forma desdenhosa para a vaqueira.

- Eu tenho pavor desses bichos, não vou fazer isso! - Naty revira os olhos.

- Ah, bando de frescas! São só algumas minhoquinhas! - Mel pisca o olho direito para Talita, que pisca o esquerdo para reforçar a brincadeira.

- Querem comer peixe assado ou não? - Natan arfa.

- Prefiro ir no restaurante - Patrícia comunica.

- Ah, qual é meninas! - Ryan ajeita a vara. - A graça está em pescar o peixe.

- Bom, eu topo. Se eu caçei uns coelhos selvagens na mata, o que são umas lombriguinhas, não é mesmo? - Edu suspira convencido.

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Onde histórias criam vida. Descubra agora