Cap. 43

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- Está achando mesmo que pode me enganar, não é? Sei que isso tudo não passa de uma estratégia da sua turminha para nos ferrarem - Vanessa assimila assim que se recupera do choque. Adriano tentando se converter só pode se tratar de uma armação muito bem elaborada.

O jovem mineiro solta uma lufada pesada:

- Por que eu viria até aqui sozinho, correndo o risco de ser pego? - pondera - Eu também não sou nenhum idiota! Sei que estava planejando algo ao me deixar suscetível a sua vibração. Sou esperto o suficiente pra não morrer como um cão sarnento.

- Vendo por esse lado, até que você tem razão - ela faz uma expressão de concordância mas sem abandonar a pose arrogante.

- Acho que isso é motivo o bastante para confiar em minha palavra - insiste com um olhar impossível de se decifrar.

- E o que te fez querer baldear para nosso lado? Afinal, você sempre achou uma tremenda injustiça que nós nos alimentamos da energia dos outros!

- As coisas mudam - garante ríspido. - Digamos que não estou mais satisfeito com as regras e imposições dos meus líderes. Eles são chatos e exigentes, tudo é irritantemente proibido ou errado.

Vanessa gargalha gostosamente:

- Por isso nunca aceitei ser encaminhada ou ajudada por sua corja - sua careta de desdém é medonha. - Eles são certinhos demais pro meu gosto. Mas isso é um motivo muito vago. Confiança é uma coisa realmente séria pra eu depositá-la somente nisto.

- Pense pelo lado positivo... - Adriano argumenta impassível. - Vou fingir que ainda estou do lado deles, e lhe trarei informações importantes sobre os trabalhos, sem falar que sou eu quem caça suas vibrações, vou poder enganá-los sem perceberem. Eles confiam cegamente em mim.

- Hum... Isto sim é interessante... - Vanessa se aproxima com um ar venenoso de quem vai atacar a qualquer momento. - Mas bem que eu queria arrancar suas vísceras, fritar e comer como aperitivo - a essa altura, a vampira andava em torno dele, passando levemente as unhas grandes por seu abdômen e costas, até parar em seus ombros e lhe dar uma lambida asquerosa na orelha.

- Eu tenho mais utilidade vivo do que morto - ele enfatiza abstendo-a da ideia.

- Eu adoraria poder desfrutar o prazer de me vingar de todas as vezes que me ferrou! Mas enfim... Você está certo. Precisamos da sua colaboração. Suas habilidades são bastante proveitosas no nosso ramo - ela confessa sussurrando em seu ouvido. Adriano não consegue conter um sorriso de contentamento. - Só tem uma coisinha... - ele faz que sim. - Para que eu te aprove, vai ter que me garantir que será leal.

- Quer que eu passe por um teste? - o rapaz franze a sobrancelha. Já deveria esperar por isso.

- Sim.

- E qual é?

- Eu quero a cabeça da Iaska numa bandeja de prata.

Adriano arregala os olhos:

- Se eu fizer isso, eles não vão mais confiar em mim, então nosso plano não terá nenhuma validade!

Vanessa sorri sarcástica:

- Eu sei. Só queria ver sua reação.

- E como foi? - indaga disfarçando um resquício de pavor.

- Bem técnica. Aprendeu a controlar suas emoções muito bem. Até que o treinamento dos iluminados não é ruim de um todo.

- Não estou controlando nada. Eu quero mais é que eles se fodam. Só estou raciocinando.

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Onde histórias criam vida. Descubra agora