Ane tomara um atalho ao contrário do asfalto e chega na fazenda assim que eles vão embora.
A ruiva sai inconscientemente de sua Mercedes e adentra às cegas o casarão.
Talita está em vantagem na batalha contra Beatrice. O rastro do que um dia fora uma bonita mulher jaz jogada no meio do círculo ritualístico coberta por hematomas.
- Achou mesmo que podia me vencer? - a vaqueira rosna rondando de um lado para o outro do corpo decrépito com as duas adagas empunhadas em cada uma das mãos. - Você já está morta, Beatrice! Chegou o momento de aceitar seu fim!
- O que está esperando?! Faça isso, Talita! Acabe com o fio de vida que há em mim! - desafia com as escleras enervadas. - É o que Dimitri faria se estivesse aqui. Mas, somos só você e eu não é?! E você não passa de uma covarde!
Talita bufa, pula em cima da constituição física mórbida de Beatrice e, quando está prestes a enfiar as duas pontas direto no coração dela, uma voz desesperada a interpela:
- Talita não! Não faça isso! Pelo amor de Deus!
- Ane... - a olha de canto perplexa, segurando as facas no ar, a centímetros do peito de Beatrice. - O que faz aqui?
- Eu não podia permitir que vá embora sem se despedir de mim... Sem escutar que ainda podemos permanecer, seguir e realizar essa missão juntas... Seja lá qual for! Solta essas armas agora. Você nunca foi capaz de machucar ninguém, e não vai ser hoje...
- Ane... Eu preciso... - murmura plenamente envolvida pela energia do amor de sua sardentinha.
- Você precisa de mim - a vidente fortifica - Eu preciso de você. Precisamos uma da outra. Eu te amo Talita. Não me deixe...
- Ane... Eu também... - Beatrice se põe velozmente de pé, rouba a adaga que lhe cabe da mão direita de Talita, e num golpe certeiro e voraz atinge o peito da vaqueira, qual atravessa metade de seu coração. - te amo... - ainda encontra oxigênio para confessar e cai estatelada sangrando com a faca enfiada no busto.
- Talitaaaaaa!!!! - Ane berra enlouquecida de dor, incredulidade e assombro.
Beatrice se apressa em deitar sobre o tronco da vaqueira e direciona a boca para seu pescoço, onde começa a sugar violentamente seu fluído vital.
Ane grita aflita. Petrificada; não sabe como agir. Lágrimas ferinas inundam seu rosto. Por sua culpa Talita se distraiu e Beatrice conseguira executar seus propósitos sórdidos. Um filme roda em sua mente e enfim compreende os motivos que a fizeram ficar longe da guerra. Entende que há de fato um propósito maior e que por isso suas visões sobre sua esposa foram bloqueadas, embora ainda não saiba do que realmente se trata. Um misto de alívio e inquietude a acomete, pois pode ter certeza do amor incondicional de Talita, porém existem muitos mistérios a serem solucionados e que parecem fugir do seu controle.
- Larga essa faca imediatamente! - um policial que entra armado no quarto exige firme.
Beatrice o fita chocada. Parece um animal em cima de Talita. Suas íris haviam ficado totalmente brancas.
- Mas... Que... Que... porra é essa?! - o outro questiona espantado com a aparência da vampira. - Você não ouviu!? Sai de cima dela neste instante! Ou eu...
- Ou eu o quê?! - grunhe. Acena a mão e eles voam pelo cômodo, batem a cabeça no piso e desmaiam em seguida. Beatrice ri diabolicamente. - Oh, enfim, eu me sinto:forteee!!!! - e continua extraindo a energia de Talita. Uma chama azulada sai da aura da vaqueira e vai parar na boca de Beatrice, fazendo com que ela regenere seus órgãos, tecidos, células, músculos e toda e qualquer partícula que compõe sua matéria...
Ane avista uma das armas dos policiais, a pesca instintivamente, destrava o gatilho, mira seu alvo, e efetua o disparo. A bala acerta o crânio de Beatrice, o perfura internamente, explode sua cabeça, e espalha alguns pedaços de carne para os lados. O corpo morto da vampira desaba em cima do de Talita pelo lado direito.
Ane corre para sua amada, empurra a defunta, e faz carinho no rosto de Talita.
- Talita, Talita, você não pode morrer... Eu nunca vou me perdoar. Talita! - vocifera chorando copiosamente.
- Central precisamos de uma ambulância - um dos policiais que despertara há tempo de ver Ane dando o tiro, meio zonzo; comunica ao rádio. - Repito: Precisamos de uma ambulância... Há um ferido no local! Há um ferido no local!
O parceiro acorda naquele mesmo instante e vendo o desalento da ruiva se aproxima.
- Se acalme moça... - empurra Ane levemente para cumprir com seu trabalho e confere os pulsos de Talita. - Ela ainda está viva...
- Como isso é possível?! Ela tem uma faca no coração! - indaga o outro embasbacado se achegando de ambos.
- Algum milagre talvez?!
- Acho que Deus não tem nada a ver com isso, meu amigo... - comenta descrente, olhando para aqueles utensílios de magia negra, além do círculo no piso, e o corpo sem vida de Beatrice.
- A ambulância vai demorar, temo que ela não chegue a tempo de salvar a testemunha.
- Tem razão. Isso se ela não passar dessa para melhor...
Ane encara os dois com os olhos arregalados de pânico:
- Por favor, ajude...
- Calma, garota. Você fica aqui esperando reforço - sugere ao colega - e eu vou levar as duas para o hospital mais próximo.
- Está certo.
- Só me ajuda a colocar ela no carro...
- Ok.
Os homens descem com Talita desfalecida para a viatura. Ane se acomoda na frente. O policial se despede do companheiro, entra no carro e sai em disparada até um pronto-socorro.
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Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico)
Fiksi Remaja+🔞 Até onde você iria por amor? Seria capaz de abrir mão da sua própria luz? Tudo pode acontecer quando Talita decide ir morar na capital com Ane porque para o amor não existem obstáculos. OBS: SEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA MINHA COWGIRL FAVORITA. REV...