Cap. 32

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Iaska que está mais próxima corre para ampará-la.

- Ane!

- Sardentinha! - Talita a toma no colo desesperadamente e a deita na cama - O que houve com ela? - indaga olhando da noiva com perícia para os amigos parados com uma expressão apreensiva.

- Ela doou as energias de que precisávamos, mas não sei o que aconteceu, pois não conseguiu recuperar - Iaska explica.

- Ane, fala comigo - Talita começa a chorar e a dar vários beijos na face da loira, inclusive na boca.

- Acalme-se Talita e vamos dar um passe magnético nela - Adriano exige firme.

- Ok, ok... - a vaqueira seca as lágrimas tentando controlar as emoções desequilibradas para ajudar sua amada.

O trio se posiciona ao redor de Ane e lhe transferem os fluidos de que precisa.

- Ela vai ficar bem Talita, o sono vai reparar-lhe as forças - Adriano a conforta. - Vamos deixá-la descansar, Iaska.

Iaska não responde, apenas segue o rapaz para fora do quarto.

Ele a interpela no corredor:

- Você sabe porque a Ane não conseguiu se recuperar, não é Iaska?

A moça engole a saliva:

- E por que eu saberia?

- Não tente me fazer de bobo. A Ane é forte e sabe dominar as próprias energias. Tem algo por trás de tudo isso.

- Ah, - Iaska respira fundo passando as unhas pelos cabelos - ok, preciso mesmo desabafar com alguém. Caso contrário, eu vou enlouquecer!

- Então fale - o jovem cruza os braços interessado.

- A Ane preveu o dia da morte dela e como tudo irá acontecer. Por isso ela ficou cega. Porém, não me pergunte quando nem como, ela não quis me dizer.

Adriano se guarda em profundo silêncio.

- Então, - enfim pondera - o fluido vital dela está terminando, por isso ela não o recuperou.

- Sim. Mas ela não quer que a Talita saiba que irá partir. Não quer que ela sofra antes da hora.

- Mas isso não é justo com a Tatá!

- Por favor, Dri, não interfira na decisão da Ane, ela já está sofrendo muito por conta disso.

- E ela quer que você ocupe o lugar dela na vida de Talita, para que ela se conforme mais rápido.

Iaska assente.

- Quem sou eu para julgar a atitude da Ane, não é mesmo?! - ele dá de ombros e sai andando em passos concentrados.

Iaska respira profundamente grata pelo amigo respeitar a decisão da loira, e logo desce atrás dele.

Por detrás daquelas paredes, Ane se remexe na cama.

- Sardentinha! Tu acordou! - Talita beija a noiva na testa e afaga seus cabelos.

- Por que está tão preocupada, Talita?! Ainda não chegou minha hora - Ane segura o rosto dela.

- Afs, Ane! Porque de um tempo para cá só tem falado em morrer?

- Mas a morte faz parte da vida, Talita.

- Por você eu sou capaz de brigar até com a morte. Eu não suportaria que partisse antes de mim.

- Eu também não, Talita.

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Onde histórias criam vida. Descubra agora