Cap. 48

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Isa finge uma tosse para disfarçar a tensão do clima:

- É, por essa pergunta eu não esperava... - ela sorri meio sem jeito.

- Sim ou não? - Ane é taxativa visto que a própria amiga foi quem a incentivou a não ter receios.

- Sim. Algumas vezes...

- E como foi? - Ane se ajeita no assento, virando-se mais para ficar de frente para Isa no intuito de ler cada nuance de sua aura.

- Doloroso - ri-se.

Ane gargalha:

- Imagino. O Ryan parece bem dotado.

Isa enrubesce:

- Nem me fale. Depois fui me acostumando e acaba sendo prazeroso. Mas o porquê da pergunta?

- Nada não. Você não acha que é um pouco humilhante para uma mulher cisgênero dar o cu? Desculpe a expressão. Já que tem uma vagina!

É Isa quem se desmancha numa risada dessa vez.

- Bom, eu cheguei a pensar assim por um tempo. Mas logo vi que não passava de um pré-conceito idiota Ane, e é melhor o Ryan ter prazer comigo do que procurar outra, não acha?

- Mas se ele te ama como diz não iria te trair só para matar um desejo passageiro, não é? - Ane franze a testa, entretanto, logo arrepende-se amargamente por julgar o namorado da amiga assim que sua consciência pesa já que ela mesma traíra Talita num momento de carência e depois somente para tentar fazer com que a mesma a odiasse. Repreende-se mentalmente.

- Eu sei, Ane. Mas as coisas não são assim a ferro e fogo. Eu não cedi porque ele queria. Na verdade, ele nunca falou diretamente, sempre que estávamos transando ele tentava chegar lá. Entende?

- Anram. Sei bem...

- E assim eu percebi que eu também podia me proporcionar um novo prazer. E foi simplesmente perfeito. Ele foi muito carinhoso e atencioso comigo. Continua sendo... Caso contrário, nem estaríamos mais juntos. Uma mulher precisa se valorizar, se amar e se colocar em primeiro lugar, só fazer aquilo que quer e não para agradar macho, ou fêmea, é claro... - Isa dá uma piscadinha respeitando a relação homoafetiva da amiga que nota em sua vibração. - Além disso, a sexualidade do ser humano é muito extensa pra ser rotulada. Tenho amigas que só sentem prazer com sexo anal e outras que sequer curtem penetrações de quaisquer tipos.

- Mas, você está grávida! - a vidente solta um suspiro de incredulidade.

- Porém não morta né amiga?! - ela sorri.

Ane também ri desajeitada.

- Aliás, nunca imaginei que ele pudesse ficar tão bom no sexo oral depois que engravidei, porque às vezes também não estou a fim de penetração, por incomodar e tal.

Ane se anima:

- A Talita é muito boa nisso. Ela me leva a loucura.

- Não existe nada melhor que gozar na boca de alguém e ainda mais de quem amamos e por quem somos amados - Ane abre um sorriso longo, com um ar concordante. - Mas me fala, você está querendo fazer com a Talita, ou melhor, a Talita fazer em você? - Isa ironiza.

- Ah, bem. Ah, não sei, Isa. Ela está dando sinal de que quer comer meu cu - elas riem da forma despudorada da ruiva falar.

- Pensa pelo lado positivo, com o dedo pode ser bem mais prazeroso. Assim ela pode estimular e explorar os lugares que te dão mais prazer - Isa pisca para a amiga.

- Admito que estou pensando na possibilidade... Não nego que sinto um tesão tremendo quando ela me atiça nessa região.

- E para chegar lá existe todo um procedimento né?

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Onde histórias criam vida. Descubra agora