Eu e Thiago dançamos por uns dois minutos até que Henrique me chama.
Eu tô indo pra casa. - Henrique diz
Mas já? - eu pergunto desapontada.
Deixa que eu levo ela daqui a pouco. - Thiago fala e eu olho para ele.
Tá bom, mas cuida bem dela. - Henrique diz e eu sorrio para ele.
Pode ficar tranquilo. - Thiago diz.
Eu também já vou. - Alice diz e me dá um abraço.
A gente se vê amanhã então. - eu digo.
Henrique e Alice saem juntos e eu o vejo dar um empurrãozinho de leve em Alice que empurra ele também mas acaba rindo.
Que dar uma volta na praia? - Thiago me pergunta.
Tá. - eu concordo e saímos do meio das pessoas e andamos na parte calma da praia.
Tá gostando de Itacoatiara? - Thiago me pergunta.
Eu tô amando. - eu digo sorrindo e ele sorri de volta.
E a escolinha de surf, você vai fazer? - ele pergunta colocando suas mãos no bolso da bermuda.
Eu quero muito fazer... Qual o nome do professor mesmo? - eu pergunto a ele.
Sérgio, foi ele que a sua mãe venceu no campeonato de 1996. - Thiago diz.
É como se eu não conhecesse a minha mãe, sabe? Eu não sabia que ela surfava, muito menos que já tinha competido. Eu sinto como se ela não confiasse em mim. - eu digo cruzando meus braços e olhando para as estrelas.
As vezes a gente acha que conhece alguém mas na verdade não, mas isso não quer dizer que ela não confiava em você, eu acho que ela só queria te proteger. - ele diz e eu sorrio pra ele como uma forma de agradecer a ele por me fazer pensar de um jeito diferente sobre o porquê da minha mãe não ter me contado essas coisas.
Nós andamos mais um pouco e vejo um cara surfando no meio da noite.
Quem é aquele? - eu pergunto olhando para o cara.
Igor crespo. - Thiago diz com indiferença.
Ele sai da água com a prancha de baixo do braço e vem andando até nós.
E aí Thiago? - Igor fala com Thiago e passa seus olhos em mim.
Eu fico meio sem graça por ele olhar pra mim e acabo desviando o olhar.
Você é nova aqui né? - ele me pergunta.
Sim, eu cheguei hoje aqui no Rio, eu era de Goiás. - eu digo
Ela é prima de Henrique. Juliana - Thiago diz .
Prazer em te conhecer Juliana. - ele diz e sai andando e se vira. - A gente se vê Juju.
Eu rio por ele me chamar de Juju.
Eu vou te levar pra casa porque já está tarde. - Thiago diz e eu concordo.
Eu esfrego minha mão nos meus braços por conta tá brisa do mar que ainda não estou acostumada.
Thiago tira o casaco que está usando e me dá.
Não precisa. - eu digo.
Coloca, você ainda não está acostumada com a brisa. - ele diz.
Está dizendo que eu não consigo aguentar um vento frio? - eu pergunto de um jeito debochado.
É claro que não, só não quero que fique gripada logo no primeiro dia que chegou aqui. - ele diz sorrindo e acaba me fazendo rir também.
Eu coloco o casaco dele e depois de uns três minutos chegamos. Nós paramos em frente o portãozinho de madeira da casa da ti lu.
Obrigada por me trazer. - eu digo sorrindo.
Que nada, não precisa agradecer. - ele diz.
Eu me aproximo dele e dou um beijo em sua bochecha que está quente e vejo que ele ficou um pouco sem jeito.
Até amanhã. - eu sorrio pra ele, abro o portão e entro.
Eu abro a porta da casa e entro.
Mas que demora foi essa Juliana? - tia lu pergunta sentada no sofá onde estava vendo novela.
Desculpa tia lu, eu não vi o tempo passar. - eu digo e lembro do tempo com Thiago.
De quem é esse casaco? - tia lu pergunta.
Eu acabo percebendo que fiquei com o casaco de Thiago.
É de Thiago. - eu digo
Claro, Thiago. - Tia lu diz e ri
Para, a gente é só amigo. - eu digo rindo.
Ele é um bom rapaz. - ela diz olhando para a televisão.
Eu lembro dele e um sorriso bobo aparece em meu rosto.
Tia lu, eu posso te fazer uma pergunta? - eu me sento ao lado dela no sofá.
Claro que pode. - ela diz olhando para mim.
Você sabe quem...quem é o meu pai? - eu pergunto e ela arqueia as sobrancelhas.
Eu... Porque isso agora Ju? - ela diz.
Minha mãe nunca me disse, mas depois que eu vim pra cá pro rio é como se eu sentisse ele aqui. - eu digo e lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Eu não sei quem ele é, me desculpa Ju. Sua mãe foi morar em Goiás quando estava grávida de você, e ela não disse quem era o seu pai. - ela diz passando sua mão em minhas costas como uma forma de consolo.
Eu não consigo esconder minha decepção.
Tudo bem tia lu, você não tem culpa. - eu digo limpando as lágrimas do meu rosto e dou um sorriso para ela e vou para o meu quarto.
Eu vejo Henrique deitado na cama do quarto dele mexendo no celular.
Eu entro no quarto dele e me sento na beirada da cama.
Que foi? - ele me pergunta e se senta na cama.
Nada, eu só queria saber se você tem o número de Thiago, pra eu saber se ele chegou bem em casa. - eu digo.
Eu tenho. - ele pega meu telefone e salva o número de Thiago.
Que bonitinho, é que eu queria saber se ele chegou bem. - ele me imita falando e faz uma voz fina.
Idiota. - Eu digo e dou risada.
Eu saio do quarto de Henrique e vou para o meu.
Tiro o casaco de Thiago e sinto o cheiro do perfume dele. Coloco o pijama, escovo meus dentes e me sento na minha cama.
Pego meu celular e mando uma mensagem para Thiago.
Mensagem:
Oi, sou eu Juliana. Henrique me deu o seu número, só queria saber se você chegou bem em casa.
Ele me responde na mesma hora.
Oi, cheguei sim. Pode ficar tranquila ; )
Eu dou risada pela carinha que ele me mandou.
Tudo bem então, até amanhã s2.
Até amanhã s2.
Eu desligo meu celular, deito na cama e acabo pegando no sono.
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SURF NA VEIA
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