capítulo 3

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Eu e Thiago dançamos por uns dois minutos até que Henrique me chama.

Eu tô indo pra casa. - Henrique diz

Mas já? - eu pergunto desapontada.

Deixa que eu levo ela daqui a pouco. - Thiago fala e eu olho para ele.

Tá bom, mas cuida bem dela. - Henrique diz e eu sorrio para ele.

Pode ficar tranquilo. - Thiago diz.

Eu também já vou. - Alice diz e me dá um abraço.

A gente se vê amanhã então. - eu digo.

Henrique e Alice saem juntos e eu o vejo dar um empurrãozinho de leve em Alice que empurra ele também mas acaba rindo.

Que dar uma volta na praia? - Thiago me pergunta.

Tá. - eu concordo e saímos do meio das pessoas e andamos na parte calma da praia.

Tá gostando de Itacoatiara? - Thiago me pergunta.

Eu tô amando. - eu digo sorrindo e ele sorri de volta.

E a escolinha de surf, você vai fazer? - ele pergunta colocando suas mãos no bolso da bermuda.

Eu quero muito fazer... Qual o nome do professor mesmo? - eu pergunto a ele.

Sérgio, foi ele que a sua mãe venceu no campeonato de 1996. - Thiago diz.

É como se eu não conhecesse a minha mãe, sabe? Eu não sabia que ela surfava, muito menos que já tinha competido. Eu sinto como se ela não confiasse em mim. - eu digo cruzando meus braços e olhando para as estrelas.

As vezes a gente acha que conhece alguém mas na verdade não, mas isso não quer dizer que ela não confiava em você, eu acho que ela só queria te proteger. - ele diz e eu sorrio pra ele como uma forma de agradecer a ele por me fazer pensar de um jeito diferente sobre o porquê da minha mãe não ter me contado essas coisas.

Nós andamos mais um pouco e vejo um cara surfando no meio da noite.

Quem é aquele? - eu pergunto olhando para o cara.

Igor crespo. - Thiago diz com indiferença.

Ele sai da água com a prancha de baixo do braço e vem andando até nós.

E aí Thiago? - Igor fala com Thiago e passa seus olhos em mim.

Eu fico meio sem graça por ele olhar pra mim e acabo desviando o olhar.

Você é nova aqui né? - ele me pergunta.

Sim, eu cheguei hoje aqui no Rio, eu era de Goiás. - eu digo

Ela é prima de Henrique. Juliana - Thiago diz .

Prazer em te conhecer Juliana. - ele diz e sai andando e se vira. - A gente se vê Juju.

Eu rio por ele me chamar de Juju.

Eu vou te levar pra casa porque já está tarde. - Thiago diz e eu concordo.

Eu esfrego minha mão nos meus braços por conta tá brisa do mar que ainda não estou acostumada.

Thiago tira o casaco que está usando e me dá.

Não precisa. - eu digo.

Coloca, você ainda não está acostumada com a brisa. - ele diz.

Está dizendo que eu não consigo aguentar um vento frio? - eu pergunto de um jeito debochado.

É claro que não, só não quero que fique gripada logo no primeiro dia que chegou aqui. - ele diz sorrindo e acaba me fazendo rir também.

Eu coloco o casaco dele e depois de uns três minutos chegamos. Nós paramos em frente o portãozinho de madeira da casa da ti lu.

Obrigada por me trazer. - eu digo sorrindo.

Que nada, não precisa agradecer. - ele diz.

Eu me aproximo dele e dou um beijo em sua bochecha que está quente e vejo que ele ficou um pouco sem jeito.

Até amanhã. - eu sorrio pra ele, abro o portão e entro.

Eu abro a porta da casa e entro.

Mas que demora foi essa Juliana? - tia lu pergunta sentada no sofá onde estava vendo novela.

Desculpa tia lu, eu não vi o tempo passar. - eu digo e lembro do tempo com Thiago.

De quem é esse casaco? - tia lu pergunta.

Eu acabo percebendo que fiquei com o casaco de Thiago.

É de Thiago. - eu digo

Claro, Thiago. - Tia lu diz e ri

Para, a gente é só amigo. - eu digo rindo.

Ele é um bom rapaz. - ela diz olhando para a televisão.

Eu lembro dele e um sorriso bobo aparece em meu rosto.

Tia lu, eu posso te fazer uma pergunta? - eu me sento ao lado dela no sofá.

Claro que pode. - ela diz olhando para mim.

Você sabe quem...quem é o meu pai? - eu pergunto e ela arqueia as sobrancelhas.

Eu... Porque isso agora Ju? - ela diz.

Minha mãe nunca me disse, mas depois que eu vim pra cá pro rio é como se eu sentisse ele aqui. - eu digo e lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Eu não sei quem ele é, me desculpa Ju. Sua mãe foi morar em Goiás quando estava grávida de você, e ela não disse quem era o seu pai. - ela diz passando sua mão em minhas costas como uma forma de consolo.

Eu não consigo esconder minha decepção.

Tudo bem tia lu, você não tem culpa. - eu digo limpando as lágrimas do meu rosto e dou um sorriso para ela e vou para o meu quarto.

Eu vejo Henrique deitado na cama do quarto dele mexendo no celular.

Eu entro no quarto dele e me sento na beirada da cama.

Que foi? - ele me pergunta e se senta na cama.

Nada, eu só queria saber se você tem o número de Thiago, pra eu saber se ele chegou bem em casa. - eu digo.

Eu tenho. - ele pega meu telefone e salva o número de Thiago.

Que bonitinho, é que eu queria saber se ele chegou bem. - ele me imita falando e faz uma voz fina.

Idiota. - Eu digo e dou risada.

Eu saio do quarto de Henrique e vou para o meu.

Tiro o casaco de Thiago e sinto o cheiro do perfume dele. Coloco o pijama, escovo meus dentes e me sento na minha cama.

Pego meu celular e mando uma mensagem para Thiago.

Mensagem:

Oi, sou eu Juliana. Henrique me deu o seu número, só queria saber se você chegou bem em casa.

Ele me responde na mesma hora.

Oi, cheguei sim. Pode ficar tranquila ; )

Eu dou risada pela carinha que ele me mandou.

Tudo bem então, até amanhã s2.

Até amanhã s2.

Eu desligo meu celular, deito na cama e acabo pegando no sono.

SURF NA VEIAOnde histórias criam vida. Descubra agora