Capítulo 20

331 20 2
                                    

Ela se levanta da cadeira e caminha até mim.

De onde você tirou isso? - ela pergunta.

Por favor, chega de mentiras...eu preciso saber. - eu digo e olho pra ela que desvia o olhar do meu.

Sim...Sérgio é o seu pai. - ela diz e lágrimas rolam pelo meu rosto, eu fico feliz por saber que tenho um pai mas confusa ao mesmo tempo.

Porque você não me disse? - eu pergunto em meio as lágrimas.

Porque eu não queria que você sofresse como a sua mãe. - ela diz e me olha.

Como assim? - eu pergunto confusa.

Sua mãe foi embora porque nosso pai a obrigou. - tia lu diz.

Mas porque? - eu pergunto e seco as lágrimas do meu rosto.

Nossa família tinha uma richa com a família Santos por causa de um campeonato, meu pai,seu avô era um homem muito cabeça dura. Ele odiava o Sérgio e toda a família dele e por isso mandou a Luana pra Goiás. - ela diz.

Eu só queria que você tivesse me contado tudo isso antes. - eu digo e saio da loja.

Eu caminho pela rua em direção a minha casa. Eu não consigo acreditar que Sérgio é o meu pai, eu fico emocionada novamente e algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Ju? Tá tudo bem? - Thiago pergunta, eu tinha passado por ele e nem tinha percebido.

Eu...não. - eu digo e tento segurar meu choro mas é inútil.

Ele me abraça forte e eu me sinto melhor ao estar perto dele, eu seco as minhas lágrimas e então olho pra ele.

O que aconteceu? - ele pergunta enquanto passa sua mão pelo meu rosto.

Parece algo impossível, mas... Sérgio é o meu pai. - eu digo e ele arqueia as suas sobrancelhas.

Como assim? - ele pergunta.

Nós sentamos na calçada e eu conto tudo pra ele, então nós ficamos em silêncio por alguns segundos.

É muito coisa pra processar, eu imagino como deve estar se sentindo. - ele diz e me olha.

Eu não sei o que fazer... não sei o que fazer Thiago. - eu digo e o mesmo me abraça.

Você tem que falar com o Sérgio. - ele diz.

Mas eu não sei se consigo. - eu digo e o olho.

É claro que consegue Ju, você é a garota mais forte que eu já conheci, e não é porque você é minha namorada que eu estou falando isso, é porque você realmente é. - ele diz e eu sorrio pra ele.

Obrigada por estar aqui. - eu digo.

Eu vou sempre estar do seu lado, não importa o que aconteça. - ele diz e me dá um beijo na testa.

Nós nos levantamos e eu olho pra ele.

Eu vou falar com ele, mas primeiro eu preciso de um tempo até digerir tudo isso. - eu digo.

É claro. - ele diz e concorda com a cabeça.

Eu preciso ir pra casa. - eu digo.

Quer que eu vá com você? - ele pergunta

Não precisa. - eu digo e sorrio para ele.

Tá bom, mas se precisar de alguma coisa pode me ligar. - ele diz e me dá um beijo.

Pode deixar. - digo e o vejo se afastar.

Eu volto a caminhar em direção a minha casa. Entro em casa e vou em direção ao meu quarto.

Me deito na minha cama, e um turbilhão de pensamentos invade a minha mente. Porque a minha mãe nunca me disse quem era o meu pai? E agora como vou falar com Sérgio? Eu não sei se consigo aguentar tudo isso.

Queria que você estivesse aqui agora mãe... lágrimas escorrem pelo rosto, e não consigo evitar que isso aconteça. Eu tento não fazer barulho enquanto choro mas Henrique acaba entrando no meu quarto.

O que aconteceu? - ele pergunta e se senta na cama ao meu lado.

Acredite ou não, mas Sérgio é meu pai. - Eu digo e tento me acalmar.

Do que você tá falando? - ele pergunta e eu explico tudo a ele.

Caraca, que loucura. Você tá bem? - ele pergunta preocupado.

Eu vou ficar. - digo e olho pra ele.

Você vai falar com ele? - ele pergunta

Eu preciso falar com ele. - desvio o olhar do dele.

Vamo dar uma volta, pra você se distrair um pouco de tudo isso. - ele diz e eu concordo.

Nós entramos no carro e ele me mostra alguns lugares do Rio, por algumas horas eu me esqueço do que estava acontecendo.

No final ele me leva até uma lanchonete perto da nossa casa mesmo, o lugar é tão aconchegante, é tudo aberto e deixa um ar de natural.

Que bonita essa lanchonete. - Digo e olho em volta.

É uma das mais frequentadas daqui. - ele diz e sentamos em uma mesa.

Eu vejo Igor e Eloísa sentados em outra mesa não muito longe da nossa.

Eu tento não olhar muito pra eles e percebo Henrique me olhando.

O que foi? - eu pergunto

Nada. - ele diz e sorri de lado enquanto volta a olhar o cardápio.

Como pode ser amigo dele? - pergunto

Nós estudamos juntos, e éramos melhores amigos na escola. Sei que o que ele fez com Thiago foi errado, mas  sei que no fundo ele não é mau. - ele diz e olho para Igor que também me olha.

Uma garçonete se aproxima e pergunta o que vamos querer.

Eu vou querer um misto e um suco de laranja - Henrique diz.

Eu só vou querer um suco de laranja. - eu digo e a garçonete caminha até o balcão.

Igor se levanta e caminha até a nossa mesa enquanto Eloísa continua sentada.

E ai? - Igor diz e comprimenta Henrique enquanto eu fico meio sem graça.

Um amigo meu disse que vai ter outra competição em Saquarema mês que vem. Não é nada certo mas me disseram que talvez seja mista. - Igor diz.

Vai ser interessante competir com as meninas. - Henrique diz.

Eu continuo em silêncio enquanto os dois conversam.

Quem sabe até lá você já está boa o suficiente pra participar, Ju. - Henrique diz.

É. - foi a única coisa que eu consegui dizer.

Pra alguém que fala tanto, você tá quieta de mais. - Igor diz e olha pra mim pela primeira vez desde que chegou a nossa mesa.

Eu não estou me sentindo muito bem, é só isso. - digo e aperto meus maxilares e ele ignora o que digo.

Eu vou nessa, a gente se vê. - ele diz e saída lanchonete e Eloísa vai logo atrás.

Logo em seguida a garçonete volta com o meu suco e o misto e o suco de Henrique.

Logo em seguida a garçonete volta com o meu suco e o misto e o suco de Henrique

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



SURF NA VEIAOnde histórias criam vida. Descubra agora