Mar de sentimentos.....

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Eu fiquei o resto da viagem toda quietinha com milhões de sentimentos em mim. Medo, dor, angústia, pavor....

Chegamos em BH, eu estava tentando disfarçar meus sentimentos para que Thiago ou qualquer outro não percebesse que estava com problemas, mas aquilo tudo estava me fazendo mau, muito mau, eu sentia que precisava desabafar com alguém.
O povo começou a sair do avião, então me levantei fui para a fila, para encontrar com os meninos no saguão do aeroporto. Naquele momento eu não queria mais nada, nem ninguem, só queria um abraço, abraço bem apertado de Ventura, por mais que gente tivesse se conhecido a pouco tempo e com todo o nosso lance de "Amizade colorida" eu sentia que precisava de um abraço dele para me sentir segura, pelo menos ali junto com ele.

Logo que saí do avião dei de cara com Afonso, que estava me esperando do lado de fora.

Afonso: Oi, vamos, eles já foram

Eu: Mas ficou só você aqui me esperando?

Afonso: Eu queria falar com você, e o resto saiu na frente de abobados.

Eu: Falar comigo? Diga hehehe

Afonso: Só queria dizer que você é muito especial.

Eu: Só isso? ok, obrigado, vamos?

Afonso: Vamos

Na hora eu não entendi muito bem aquele "especial" de Afonso mas eu segui em frente, pois eu também nem queria saber,afinal ele estava pegando minha melhor amiga e por mais que a intuição dele não seja está, vamos evitando já.

Chegamos onde os meninos estavam, Márcio, JP e Dihh estavam conversando sobre futebol enquanto a van que ia nos levar para o Teatro não chegava, Alex estava resolvendo algumas coisas, Afonso se separa de todos dizendo que iria até o banheiro, e eu fico ali no meio ao meu mar de sentimentos procurando Ventura..... Até que o vejo em umas daquelas lojinhas de aeroporto comprando água, decidir então ir até ele....
Ele viu que me aproximava e fez sinal pra mim dizendo que era pra mim esperar onde eu estava, confesso não entendi, mas parei e fiquei esperando.
Enquanto ele pagava a água e batia foto com as meninas do estabelecimento, na minha cabeça só estava o Vinicius com suas ameaças e tudo que já vivi, derrepente vi Ventura se aproximando de mim, ele estava tomando água e caminhando em câmera lenta na minha cabeça, era muito louco tudo aquilo.
Ele chegou perto de mim ofereceu água e eu ali condenada só queria chorar com a voz na minha cabeça que dizia "EU VOU ATRÁS DE VOCÊ AINDA" mil vezes se repetindo.

Thiago: Que água amô?

Thiago: Amô? Tudo bem?

Ele pega nas minhas mãos que estavam suando frio e eu ali paralisada.

Thiago: Amô? O que houve tá tudo bem? Roberta? Olha pra mim, se ta me assustanndooo

Ele encosta no meu rosto e uma lágrima caí do meu olho, ele se desespera e olha pra mim, quando olhei para ele, conseguia ver em seu olhar que ele queria me ajudar, então eu olhei para ele sem falar uma só palavra pedi socorro.

Eu estava paralisada, ele me pegou pela cabeça me empurrando para perto dele, fiquei com o ouvido no peito dele e dava pra escutar o coração acelerado, ele colocou uma mão na minha cabeça me protegendo e a outra nas minhas costas, me deu um beijo no alto da cabeça e ficou com o queixo em cima dela e eu ali só agarrei, com as duas mãos nas costas dele e chorei, chorei muito, chorei tudo que eu precisava chorar, me senti acolhida e protegida e sabia que eu podia contar com ele. 
Ele ficou assim comigo durante uns 5 min, eu escutava o coração acelerado dele e a mão que estava nas minhas contas tremer, foi quando decidir então me afastar pegar mão dele e olhar pra ele e.....

Thiago: Amô, o que foi, cê tá bem? Quer conversar, eu quero te ajudar de alguma forma, me deixa te ajudar.

Eu: Eu preciso falar tudo, tudo que ta acontecendo comigo, eu preciso falar o porque estou assutada e desse jeito, mas não aqui, não aqui no meio dessa gente.

Thiago: Foi alguma coisa que eu fiz? Alguém te falou alguma coisa? Foi Afonso? Vamo pro teatro, la a gente arruma um lugar pra conversar.

Eu: Vamos, não foi com vocês, nenhum de vocês.

Ele secou minhas lágrimas que caíam pelo meu rosto com as mãos, pegou minha bolsa, me deu a água dele para mim tomar e pegou na minha mão, apertou bem forte, olhou pra mim e disse...

Thiago: Eu só vou soltar essa mão quando você estiver segura, até lá vou está com você.

Eu olhei para ele e dei um sorriso, naquela hora meu coração se aqueceu e todo aquele meu mar de sentimentos foi se acalmando.

Chegamos até os meninos, Alex estava desesperado atrás de nós pois a van estava ali e precisávamos ir para o Teatro
Afonso olhou para mim e com os lábios perguntou se estava tudo bem, eu dei um sorriso tímido e balancei a cabeça dizendo que sim, Márcio olhou para Thiago que parece que respondeu com os olhos para todos que estava tudo bem. Alex entendeu tudo e calmante saiu falando que a van estava esperando.

Alex: Vamos então, a van está esperando, temos que decidir onde almoçar ainda.

O clima se estendeu, todo mundo não falou nada sobre o que tinha acontecido, os meninos seguiram rindo e conversando, eu estava me sentido melhor, e nem por um segundo Thiago largou minha mão, teve horas que ele até apertava mais me olhava e dizia bem baixinho "Te amo Roh" aquilo fazia o meu coração acelerar.
Durante o caminho até o Teatro, foi só diversão e brincadeira, os meninos sabiam tirar um sorriso de qualquer um.
Quando chegamos no Teatro, a gente se encaminhou para o camarim, largamos nossas coisas e se juntamos para decidir onde iríamos almoçar.
A produtora local indicou ótimos restaurantes, mas todos ali preferiram o mesmo que vão todo vez que estão em BH.  O Restaurante Glouton, eu nem questionei o que era pra comer, estava com fome mesmo, peguei e disse que por mim, tudo bem.
Os meninos se organizaram, Thiago fez eu colocar minha roupa na mochila dele e colocar carteira com documento dele e algumas outras cosias na minha bolsa para que ele não levasse a mochila, já que ele estava sem bolso na roupa.
Depois de tudo organizado, ele novamente pegou minha mão, saímos, pegamos á van em direção ao restaurante.
Thiago então pega puxa meu rosto para perto dele e fala no meu ouvido.

Thiago: Eu não esqueci, vamos conversar e você vai me contar tudo.

Eu:  Tudo bem amô.

Dihh: O horário não permite ai em

A van entra em risos, cada um pegava mais no pé que o outro... O clima ainda era delicioso, por mais que eu estava aflita, o clima era delicioso.

NA VIDA NADA É PLANEJADOOnde histórias criam vida. Descubra agora