Afonso...

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  Afonso então saí do apartamento sem rumo, na verdade ele tinha o lugar certo pra ir, onde ele vai descontar todo o peso da sua conciencia e da sua raiva. Mas dentro dele ainda estava tudo em pedacinhos. Pois ele sabia que tudo que ouviu lá dentro era verdade. E ele precisava se redimir. Se redimir com ele, com Ventura, com Roberta.  Mas antes ele iria colocar para fora toda a angústia que estava dentro do seu coração e toda a tenção que habitava em seu corpo.

...................

  Derepente a campainha toca, ela que já sabia que ele iria aparecer a qualquer momento, vai abrir e porta sem pensar duas vezes. Ela sabia que ele precisava dela. E ele sabia que naquele momento, ele precisava do calor do corpo dela grudado no dele.

Ela abre a porta e ele está ali, parado, mudo, pálido, olhando para ela, pedindo socorro com os olhos. Aquele silêncio que existia ali, sempre esteve ali. Dois corpos, só se ouvia a respiração pesada dele e a vontade enorme dela segurar o mundo caido dele.

Afonso: Gabriela.....

Gabriela: Afonso....

Ele entra rápido no apartamento empurrando ela para trás, fecha a porta e daquela porta pra frente o mundo dele ta seguro e protegido.
Ele se aproxima dela, ela sabe que ele está mau, ela sente, ela vê.
Ele vai se aproximando, coloca suas mãos no rosto dela, fica olhando fixamente pra ela. Ele sorri de canto. Ali era palco das maiores loucuras deles. Ali ele se sentir seguro e podia falar sobre seus sentimentos. Ali naquele abraço, naquele cheiro, naquela casa, ele podia tirar todo o peso que estava carregando.

Gabriela:  Afonso, você está bem?
-fala ela olhando para ele, que seguia ali olhando para ela com as mãos no seu rosto.

Afonso: Eu só preciso de você. Só você.
-Ele aproxima os seus lábios quentes e secos aos dela.

O corpo dos dois se ligam e numa explosão de sentimentos de ambos. Se conectam.
Ele se afasta dela, se senta no sofá, jogando a cabeça pra trás e esperando toda a cabeça dele parar de girar e tudo voltar ao normal. Ou fazer algum sentido.

Gabriela: Meu bem... o que ta acontecendo? O que foi desta vem?

Ela se senta ao lado dele, até porque se sentasse na sua frente, ele nunca ia conseguir desabafar. Ele não gosta de contato visual, e ela como conhece mais ele, do que ela mesmo. Afonso permanece de olhos fechados. Respira fundo 3 vezes e coloca sua mão direita em cima da perna esquerda de Gabriela.

Afonso: Meu bem.... Eu fui um infantil novamente. Fui um babaca, um idiota, um imbecil. Eu não mereço essa vida. Eu não mereço a amizade do Ventura. Eu não mereço nada. Eu to cansado dessa vida. Cansado.

Gabriela não falava nada, só colocou sua mão em cima da mão dele  e escutou ele falar tudo que estava guardado no coração frio e gelado dele.

Afonso:  Eu passei meses me segurando pra não fazer isso. Mas ontem eu fiz. Desde que o Ventura começou a sair com a Roberta, sabe? -
Ele vira o rosto para ela, desanimado e ela só balança a cabeça concordando.
Então, desde que eu vi ela, queria porque queria ficar com ela, tudo por que eu não consigo superar a droga de que sou tão bem quanto todos a minha volta. Mas eu me aguentei, me aguentei Gabi, pois sabia que não era o certo a fazer. Eu tenho que aprender que a vida não é como eu quero, do jeito que eu quero.
- Afonso segue de olhos fechados e de cabeça pra trás, Gabi segue olhando para ele, entendendo toda a situação.
Eu sou um merda, um fraco, eu já vivi isso muitas vezes, mas o Ventura nunca se importou, pois as mina deles não era só dele. Mas ele falava pra mim, você sabe que ele falava, que eu era um adolecente competindo em quem pega e pega melhor as mina gata da escola, e eu concordo. Ontem ela bebeu, eu fui no embalo, e peguei ela, ela queria também, mas eu deveria ter dito não, pois eu sei que ele ama ela, e ela ele. Eu sei, mas na hora eu não pensei, fiz. Transei com ela. Mandei o Thiago pra puta que pariu no pensamento. E fiz. Só que depois que acordei da minha realidade. Eu vi que isso foi um erro. Erro. Falei pro Ventura e ele me jogou tudo na cara, e eu concordo. Pois eu sou tudo isso que ele falou. Eu sou um doente. DOENTE. PRECISO DE AJUDA.
- ele fala agarrando ela e chorando.
Por favor Gabriela, me ajuda. Não me abandona, não desiste de mim. Por favor.

NA VIDA NADA É PLANEJADOOnde histórias criam vida. Descubra agora