Pensa bem

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C.R


Essa primeira madrugada foi bem difícil, a Manu não dormiu um minuto se quer, estava com cólica outra vez e a Juh tava perdida.

Ia pra cozinha balançando ela, voltava, dava de mamar, trocava fralda e nada dela se acalmar.

Já eram 05:00 da manhã, eu até tinha tentado pegar minha filha, mas aí que piorava. Foi bem diferente dos dias no hospital que ela se acalmava só de ouvir minha voz.

Hoje ela nem queria papo direito comigo. Juh até dispensou minha ajuda e eu fiquei acordado pelo menos dando apoio.

— Calma, meu amorzinho.....está tudo bem, a mamãe tá aqui — Deu leves batidas no bumbum dela e ela aos pouquinhos foi se acalmando.

Juliana sentou e eu fui pra perto abraçando ela por trás, a Manu resolveu parar um pouquinho de chorar.

— Agora a gente sabe como ela melhora da tal cólica —

Sorri e a Juh também, a bebê dormiu soluçando depois de tanto ter chorado e foi colocada no berço.

Minha namorada voltou a deitar ao meu lado e eu a abracei.

— Dorme, se ela acordar pode deixar que eu cuido, tá bom ? — Concordou e não demorou muito pra dormir também. Dava pra ver o cansaço nos seus olhos.

Levantei e fechei as cortinas porque já estava amanhecendo.

Fui lá pra fora fumar um cigarro branco e o meninos que estavam na segurança perguntaram porque a Manu não dormiu e disseram que ouviram todo o choro, expliquei por cima, porque nem eu entendo como um bebê recém nascido tem essas coisas de cólica.

Minha filha acordou lá pelas oito da manhã e eu fui lá, mesmo sem jeito peguei ela pra dar um descanso a Juh.

Tive bastante cuidado pra não bater nada na cozinha já que eu estava com a
Manuzinha no colo e a Juliana dormindo.

Terminei o café e mais ou menos as nove acordei a mãe da minha filha.

Nós tomamos café e ela ficou toda contente quando viu os pães de queijo que tanto gostava.

— Estava muito bom — Sorriu me observando com a Manu no colo, chegou bem perto e fez bico depois de morder meu último pão de queijo.

Beijei ela.

— Tem muito tempo que a Manu acordou ? —  Coçou a cabeça, parecia desesperada pra lavar aquele cabelo.

— Deve ter uma hora mais ou menos — Olhei a neném que já pensava com certeza em dormir de novo, estava com uma carinha de sono tão grande.

— Olha, mal nasceu e eu já estou orando pro sono dela se regular — Arrumou a postura e até eu pude ouvir quando suas costas estralaram. — Vai sair hoje ? — Perguntou rindo.

— Não, dona do meu coração, vou ficar aqui hoje. Tu ainda precisa de cuidados e ontem tive que sair, então hoje vou ficar, tá bom ? —

— Tá bom, gosto quando fica, minha preocupação é menor — Se inclinou beijando meu pescoço e eu arrepiei inteiro.

Juliana sorriu maliciosa e eu olhei suas pernas.

— Ei, da pra parar ? Sou moço de família, tu me respeita ! — Rimos.

— Não aguento tuas graças, sabia ? — 

Riu e logo abordou um assunto que eu não esperava.

— Amor, eu....estava pensando numa coisa. Ontem, quando você falou, sobre as mulheres dos caras envolvidos mexerem com isso também, eu me interessei, sabe —

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