Sete meses

6.8K 303 13
                                    

NICK



Soubemos que Natália foi a culpada do C.R estar no hospital entre a vida e a morte.

Cá entre nós, adorei saber como minha amiga recebeu a cachorra no hospital, vivia trepando com o cara e entrega ele na mão do rival assim, tão fácil ? Eu torço é pra que ele saía logo do hospital e mate os dois, eles merecem o fim que os espera.

Apesar de surpresa, vi que realmente minha amiga era uma cria do C.R.

Falando nela, sua barriga estava bem grande e ela já entrou no sétimo mês da gestação, ela nem deve ter lembrado disso, com tanta preocupação que está sentindo nesses últimos dias.

Eu tentava não pensar em qualquer tipo de tragédia que viesse a acontecer. Minha amiga ficaria arrasada e não saberíamos como amparar ou consolar ela.

Karen e eu íamos muito ao hospital ver ela e visitar o C.R.

Karen tristemente acabou por aceitar a morte do seu bebê, só pensava agora em olhar pra frente e recomeçar. Juliana cautelosamente a aconselhou a cuidar pra ver se precisava de algum tratamento ou até mesmo o Thiago.

Ela aceitou aquilo de muito bom grado e disse que falaria com Thiago o mais rápido possível.

Ultimamente eu andava preocupada com Felipe, ele estava indo no mesmo pique que o amigo ia, ele era o braço direito e até C.R voltar ele quem comandava tudo aqui.

Sempre tirava o dinheiro bruto da semana, separa pra fazer as negociações, pagava a todos e tirava o lucro final do C.R e entregava pra Juliana.

Dizia que não faltaria nada pra Manu ou pra ela, sempre me pedia ajuda pra cuidar da teimosa.

C.R e ele se pareciam em muitas coisas, era até estranho, a pequena diferença é que Felipe era mais flexível com certas coisas.

Fora toda essa preocupação na nossa nova rotina, estávamos bem, só não melhor, porque um amigo estava em condições péssimas. Mas no relacionamento íamos muito bem.



JULIANA


Peguei no sono sentada na poltrona e acordei com uma enfermeira no quarto me chamando.

Era a Clara, ela vivia me dizendo que morria de pena ao entrar e deixar os plantões e me ver ali, insistentemente aguardando uma melhora do meu namorado.

Ela me deu um café e um saquinho com pães de queijo, sorri agradecida e me sentei direito.

— Muito obrigada...Me diz uma coisa, ele teve alguma melhora ? —


— Eu posso dizer que não.....mas....logo ele vai, tudo indica que vai —

Sorriu tentando passar esperanças e começou a alimentar C.R pela sonda. Quando acabou perguntou se eu precisava de alguma coisa e após negar Clara saiu do quarto.

Eu já estava ali há uns dois dias seguidos.

No momento me encontrava sentada lembrando do quão engraçado e babaca ele era ao mesmo tempo.

Comigo, cuidadoso, calmo e digo até que amável, não vou mentir, as vezes era um prego. Mas ver ele acabar dessa maneira me deixava tão triste, mais tão triste.

Da Zona Sul pro Morro.Onde histórias criam vida. Descubra agora