Capítulo 3 - A proposta

7.2K 608 167
                                    

Lauren Jauregui's Point of view.

Os noticiários informavam que eu era mulher e que minha identidade estava próxima de ser descoberta, mas é claro que eu não colocaria a minha liberdade em risco e é claro que eles só possuem conhecimento do meu gênero porque eu quis que eles soubessem.
Os noticiários informavam com empolgação e eu ria de todos eles.

-É tão óbvio que crimes tão perfeitos seriam cometidos por uma mulher. Homens não possuem capacidade intelectual suficiente para arquitetar algo assim. - Lauren falava com arrogância para a televisão enquanto acendia seu cigarro.

Lauren Jauregui gostava de engrandecer o lado feminino, pois já era tão subestimado pela sociedade.

-Assassinatos brutais e bem planejados feitos por mulheres é tudo o que essa sociedade nojenta precisa ver. Precisam parar de subestimar a nossa inteligência. - Ela continuava a falar sozinha.

Camila Cabello's Point of view.

Camila estava sentada sozinha no gramado de um parque com um caderno e caneta nas mãos. A morena gostava de anotar seus próximos passos para a solução de uma investigação.

-Oi, eu posso sentar aqui com você?

Camila fechou seu caderno de súbito e olhou para trás para conseguir ver quem era a maldita pessoa que havia atrapalhado seus devaneios.

-Claro, Lauren! - Respondeu com educação quando, na verdade, queria arrancar a cabeça da mulher que se encontrava em sua frente agora.

-O que você estava fazendo? - Perguntou Jauregui já sabendo a resposta.

-Eu estava desenhando. - Mentiu a detetive descaradamente.

-O que você estava desenhando? Posso ver? - Lauren disse tentando intimidar a policial ao mesmo tempo em que se inclinava para ver o caderno de anotações.

-Não gosto muito de mostrar meus desenhos inacabados. Quando estiver pronto eu deixo você ver. - Camila Cabello mentiu outra vez.

-Tudo bem. - A morena de olhos verdes se deu conta de que seria difícil se aproximar de Camila.

-Com o que você trabalha, Lauren? - Camila perguntou desconfiada, pois a mulher aparecia em todos os lugares possíveis.

-Eu sou médica veterinária, amo animais. - Lauren sentiu a desconfiança da mulher.

Ela ama animais, o que se passa na sua cabeça, Camila?!
Cabello se puniu mentalmente por ter desconfiado, mesmo que momentaneamente, da mulher agradável que perguntava coisas inocentes que qualquer civil perguntaria. A morena de olhos castanhos pensou que o trabalho a estava deixando maluca e que nada seria solucionado se desconfiasse de qualquer ser humano que cruzasse seu caminho.
Merda! A serial killer poderia ser qualquer uma.

-É uma profissão adorável. - A investigadora respondeu com tranquilidade.

Lauren Jauregui percebia mais, a cada momento, o quão difícil seria entrar na vida da oficial. A mulher que estava em sua frente não dava confiança para qualquer pessoa que aparecesse. Lauren percebeu que laços afetivos também não são o ponto forte da investigadora. Nesse exato instante, Jauregui estava determinada a conquistar a confiança de Camila aos poucos e por vias não tão afetuosas. Planejou que primeiro entraria em sua casa, depois em suas calças e, por último, na casa de sua família. Na casa da família Cabello a morena de olhos verdes conseguiria alcançar seu alvo mais difícil: Alejandro Cabello.

Alejandro Cabello, um juiz renomado que possuía contatos com pessoas importantes que podiam isentá-lo de qualquer sentença, agredia sua esposa Sinuhe Cabello e foi o motivo principal de Camila ter se tornado policial investigativa. Camila tinha como objetivo garantir que a justiça fosse feita, já que seu pai sempre saía impune das atrocidades cometidas contra sua mãe. Cabello não podia fazer nada, Sinu amava seu marido apesar das circunstâncias e a prisão de Alejandro a devastaria por completo. Camila sabia que  sua mãe apenas era mais uma vítima das manipulações de um homem abusivo.

-Qual o número do seu celular, detetive? - Lauren perguntou com segundas intenções e já com seu celular em mãos.

Camila pegou o celular de Lauren e anotou seu número. Na identificação colocou apenas "Camila" e Jauregui viu aquilo como uma autorização para entrar na vida da mulher a sua frente.

-Obrigada, oficial. - Lauren disse.

-Camila. Apenas me chame de Camila.

Lauren deu uma gargalhada interna repleta de segundas intenções. Ela pensou que seria mais difícil conquistar a confiança da policial, contudo percebeu que nada é como aparenta ser.

Jauregui chegou em sua casa 19:00, retirou as roupas rotineiras e vestiu algo mais confortável. A mulher pegou um papel que estava em sua gaveta e copiou o número para a tela de chamada de seu celular para, em seguida, apertar o botão que realiza a ligação. Esperou um momento até ser atendida por alguém do outro lado da linha.

-Eu aceito. Quando posso começar? - Lauren disse com convicção e com os olhos focados na janela transparente que atravessava uma parede de seu quarto de ponta a ponta.




MEN OR MONSTERSOnde histórias criam vida. Descubra agora