Capítulo 14 - Medo

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-Me solta, Lauren! - Camila tentava, sem sucesso, fazer com que a mulher soltasse seu braço. -Está me machucando.

-Onde você deixou a minha faca? Foi você quem pegou, não foi? - Lauren falava ainda apertando o braço de Camila.

A detetive ficou em silêncio para evitar que fosse morta. Entretanto, seu celular apitou eu seu bolso.

Lauren ouviu o barulho e pegou o celular de Camila.

-Me dá isso aqui. - Lauren disse impaciente.

A notificação que aparecia na tela inicial apenas informava que Joseph havia mandado uma mensagem.

Querendo saber do que se tratava, Lauren mandou Camila desbloquear o celular.

-Coloque a senha. - Disse entregando o aparelho.

Camila viu o nome do rapaz na tela inicial e relutou para que não precisasse desbloquear a tela. A mulher não queria que Lauren visse a mensagem.

-Não. - Camila contestou.

-Coloque a senha. Eu não estou pedindo. - Lauren falava impacientemente com seus olhos fixos nos olhos castanhos. - Eu vou contar até três. - Disse retirando seu revólver do bolso de trás da calça.

Lauren começou a contagem e a detetive simplesmente pegou o celular e colocou a senha que desbloquava a tela.

Ao ler a mensagem, Jauregui constatou que se tratava de sua faca que não encontrara horas atrás.

-Foi você então. - Lauren disse apertando novamente o braço de Camila. - O que eu vou fazer com você?

Camila Cabello's Point of view.

Eu sabia que aquela mensagem poderia ser o estopim para que Lauren cogitasse me matar e, após ela ter lido o que Joseph me enviou, eu já me preparava para o pior.

Ela segurava meu braço firmemente e eu podia jurar que meus ossos estavam a ponto de quebrar. Parei de tentar escapar e agora comecei a acusá-la, mesmo que aquelas fossem as minhas últimas palavras.

-Você matou todas aquelas pessoas, Lauren. O que esperava? Que eu não descobrisse? - Eu proferia as palavras sem medo.

Jauregui soltou meu braço e começou a andar de um lado para o outro na enorme sala, a chave que trancava a porta estava com ela.

Lauren pegou seu celular e agora falava com alguém que atendia por Tom.

Quando encerrou a ligação, veio até mim e apenas pediu desculpas, fiquei sem entender por uns segundos, pois depois senti sua mão vindo de encontro com meu rosto, me desacordando.

[...]

Quando acordei, Lauren dirigia seu carro em uma estrada desconhecida por mim.

-Para onde você está me levando? - Perguntei.

Lauren não me respondeu e tampouco olhou para a minha cara. Sua atenção estava voltada completamente para a estrada vazia e escura.

-Você pretende me matar... - Conclui em voz alta. - Por que não faz agora? Responda! - Falei dando socos em seu braço.

Lauren parou na beira da estrada e, antes de sair do carro, amarrou minhas mãos com uma corda em um nó apertado que impedia que eu me soltasse.

Andamos por uma mata fechada e totalmente escura com a lama sujando nossos sapatos, até que pude avistar uma casa de madeira abandonada em uma região completamente isolada.

Lauren abriu a porta da casa com uma chave que estava em seu bolso anteriormente e, ao entrar, acendeu a luz na parede ao lado.

-Onde estamos? - Perguntei novamente na tentativa de saber o que estava acontecendo.

-Você vai ficar aqui nos próximos dias até que eu... - Lauren hesitou. - Até que tudo se resolva.

Camila achou estranho o comportamento de Lauren.

Os olhos verdes repousaram sobre as mãos da detetive que estavam visivelmente machucadas por conta da corda.

-Deixa eu desamarrar isso aqui. - Lauren foi até a corda e desfez o nó que havia feito anteriormente.

Camila olhava os olhos de Lauren e via nitidamente algo de empatia que não era esperado naquela situação.

-Seu rosto machucou. Desculpa por aquilo, eu precisei e... deixa eu fazer um curativo. - Lauren disse e em seguida foi até um armário na cozinha e o abriu pegando um kit de primeiros socorros.

Quando voltou, sentou no sofá e pediu para que eu me sentasse também.

Lauren passou um algodão em meu rosto e eu não pude deixar de notar sua expressão de arrependimento.

Eu nunca estive tão próxima daqueles olhos verdes e realmente eram muito bonitos. Estando tão perto também pude notar os traços bem desenhados de seu rosto e sua boca vermelha. Quando voltei para os olhos, notei que Lauren me olhava também.

em um ato instintivo, peguei o rosto de Lauren e me aproximei até que...

-O que você está fazendo?! - Jauregui gritou desnorteada se levantando do sofá.

Eu me puni mentalmente por ter tentado algo e mais ainda por estar sentindo algo pela mulher, a qual eu deveria mandar direto para a cadeia. Aquilo não podia estar acontecendo comigo e eu precisava tomar alguma atitude antes que fosse tarde demais.

Lauren Jauregui's Point of view.

Camila tentou me beijar e eu saí instantaneamente da casa e vim tomar um ar aqui fora.

Sim, estava em meus planos fazer Camila sentir algo por mim até que eu pudesse alcançar Alejandro Cabello. Entretanto, sentir algo por ela nunca foi uma das minhas intenções.

Confesso que me dar conta do efeito que a investigadora tinha sobre mim era algo assustador, visto que, após a morte dos meus pais e depois a de Taylor, eu nunca mais permiti que o sentimento de vulnerabilidade tomasse conta de mim.

Por mais que eu quisesse ter continuado o que Camila começou naquele momento, eu não o fiz por conta de meu medo e talvez tenha sido melhor para evitar arrependimentos futuros. Eu não queria e também não podia me envolver sentimentalmente com mais ninguém.














MEN OR MONSTERSOnde histórias criam vida. Descubra agora