Capítulo 28 - Para onde vamos?

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Já era quase 02:00 e eu me encontrava na estrada que leva ao local marcado por Lauren, saí de casa em absoluto silêncio para não acordar meu namorado que já dormia em um sono profundo. As minhas expectativas estavam altas, eu tinha quase certeza de que a pessoa que me mandava as mensagens era Jauregui e que hoje eu iria encontrá-la. Meus lábios estavam curvados em um sorriso que parecia ser eterno, talvez ele nunca desaparecesse dali após meus olhos encontrarem os intensos olhos verdes.

Era uma noite fria e algumas gotas de água já caíam, uma tempestade visivelmente viria em breve. Quando cheguei no local, me libertei do cinto de segurança e desci do carro para caminhar na trilha que me levaria até a casa. Algumas vezes, eu parava no meio do caminho para respirar fundo, pois o medo de me decepcionar persistia em minha mente.

Finalmente cheguei em frente à porta da casa, fiquei parada por aproximadamente três minutos antes de tomar coragem o suficiente para adentrar o local. Ao entrar, as luzes que não existiam na última vez em que vim aqui estavam acesas, contudo o recinto se encontrava vazio. Portanto, desbloqueei a tela do meu celular para verificar se havia alguma mensagem, mas nada foi enviado para mim. Então, aguardei sentada no sofá.

Eu olhava de um lado para o outro com o intuito de analisar o ambiente e também me certificar de que não estava sendo enganada. Dez minutos se passaram desde que cheguei e ainda nem sinal de Lauren. Quando comecei a perder as esperanças, olhei novamente para a porta e avistei um amarelo intenso e, quando subi o olhar, um verde intenso igual aos girassóis que a mulher segurava em um buquê. 

Por conta do choque, fiquei parada onde estava anteriormente. Jauregui percebeu que eu não reagiria e andou até mim com passos lentos, os quais pareciam ser eternos. Quando ela ficou em pé a aproximadamente um metro de distância do sofá no qual eu me encontrava sentada, meus olhos se encheram de lágrimas automaticamente, as quais inevitavelmente caíram sobre meu rosto instantes depois. Levantei para ficar em pé em sua frente e, após tal ato, Lauren estendeu o buquê para que eu o pegasse. Peguei os girassóis de sua mão assim como ela esperava que eu fizesse e, então, me aproximei rapidamente para dar um abraço apertado carregado de angústia por ter acreditado que ela tinha morrido, ela me correspondeu com a mesma força.

Ficamos abraçadas por longos minutos, as lágrimas de Lauren molhavam meu ombro direito assim como eu tinha certeza de que minhas lágrimas também faziam o mesmo em seu ombro. Ao nos separarmos, Lauren enxugou seu rosto para me encarar. Eu não esperava que ela seria a que quebraria o silêncio, mas ela o fez.

-Não sei nem por onde começar, Camila. - Disse com um olhar sincero composto por seus olhos brilhantes.

Eles estavam ainda mais lindos ou minhas emoções agora me controlavam por completo me fazendo ter alucinações?

-Comece dizendo o porquê de você ter deixado aquela carta. - Falei sentando novamente no sofá atrás de mim, sendo acompanhada pela mulher que agora se encontrava sentada ao meu lado.

-Era aquilo que passava pela minha cabeça quando a escrevi. - Disse fitando o chão em sua frente, eu a olhava atentamente esperando que terminasse sua resposta. - Depois que saí da casa de Dinah eu fui à farmácia comprar alguns remédios e os tomei dentro do meu carro. 

Eu senti pena de Lauren por ter passado tudo aquilo sem ter ninguém ao seu lado, eu queria abraçá-la, mas também queria ouvir o resto de sua explicação.

-Depois de alguns minutos comecei a sentir tontura e muito sono, eu tinha total certeza de que a última coisa que veria seria o volante do meu carro e a placa de uma farmácia. - Disse virando para me encarar e, logo em seguida, voltando seu olhar para o chão. - Mas acordei no outro dia com um homem batendo no vidro do meu carro, era o guarda pedindo que eu liberasse a vaga por tê-la ocupado durante muito tempo.

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