Capítulo 5 - Momentos

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Lauren Jauregui's Point of view.

Eu finalmente estava a ponto de entrar na vida de Camila, mas não esperava que ela tomaria a iniciativa. Confesso que pensei que seria mais complicado, mas, bom, isso não importa mais!

As ruas de Nova York estavam exageradamente agitadas aquela noite, o céu estava repleto de estrelas e o clima era agradável, não fazia frio e tampouco estava muito calor.

Cheguei ao bar e logo me certifiquei se meu revólver estava em meu coldre velado, afinal, eu estava saindo com a policial que estava me investigando e não podia correr o risco de ser descoberta e, por conseguinte, morta.

Entrei no estabelecimento movimentado e logo vi a mulher de cabelos escuros sentada em frente ao balcão. Fui até ela ainda me certificando se minha jaqueta de couro estava escondendo meu revólver.

-Camila. - Cheguei calmamente repousando minha mão sobre as costas dela para, em seguida, sentar no banco ao seu lado.

-Oi, Lauren! - Camila respondeu ao se virar na direção de Lauren.

-Já vou avisando que sou péssima em puxar assunto, então vou precisar da sua ajuda para não tornar isto constrangedor. - Jauregui disse rindo.

Camila nunca havia visto Lauren rindo e achou adorável. Jamais se sentiria desconfortável na presença da mulher a sua frente, mesmo que ambas não tivessem assunto.

-Tudo bem. Eu também sou péssima nisso.

-Duvido que seja pior que eu.

-Não duvide, nunca tive facilidade para fazer amizades. Algumas vezes isso me atrapalha até no meu trabalho quando preciso interrogar algum suspeito.

Lauren viu o rumo que a conversa estava tomando e decidiu investir em uma pergunta construtiva para seu principal objetivo.

-Então é você quem faz o papel de interrogar os suspeitos?

-Na maioria das vezes. - Cabello disse simples.

-E eles te confessam as coisas com facilidade?

-Não, às vezes tenho que usar uma técnica infalível.

Lauren ficou curiosa com essa tal técnica infalível e decidiu perguntar.

-E posso saber qual é essa técnica?

-Tortura. - Camila proferiu a palavra com uma feição neutra.

Lauren Jauregui ficou séria por um momento e até um pouco apreensiva.

-É mentira, Jauregui! Não acredito que você acreditou. - A detetive ria incessantemente da expressão séria que a morena dos olhos verdes havia feito.

Não creio que eu havia acreditado naquilo. Eu me sentia muito inteligente para algumas coisas e muito lerda quando o assunto era interpretar sarcasmo.

-Ok, eu acreditei porque você tem cara de que gosta de torturar. - Lauren falou no mais puro sentido.

-Em alguns momentos apenas, Jauregui! - Camila disse com a mais suja conotação enquanto ria da mulher a sua frente.

O rosto de Lauren ficou vermelho rapidamente e Camila havia percebido. Camila Cabello simplesmente não acreditava que o assunto a deixava constrangida, pois Jauregui parecia ser tão fria e isenta de tabus.

Camila apenas mudou de assunto para não deixar a outra mais envergonhada, agora as duas falavam sobre cachorros. Camila achou adorável a paixão da mulher dos olhos verdes por animais, era tudo o que ela esperava de um ser humano distante da psicopatia.

[...]

Ao chegar em casa, Lauren tomou banho e deitou para assistir a um episódio de sua série preferida: Grey's Anatomy.

A série era a única que amolecia seu coração e, surpreendentemente, a mensagem de cada episódio a deixava comovida.

Lauren começou a repassar as cenas das últimas horas.
Jauregui não bebia e ficou incrédula por Camila ter recusado sua carona para ir embora, haja vista que a morena de olhos castanhos tinha bebido muito.

-Eu te levo! - Lauren falou já deixando o dinheiro em cima do balcão para pagar as bebidas consumidas.

-Não. Eu consigo. - Cabello tentava fingir plenitude, mas estava muito alterada e isso era visível.

-Você mal está conseguindo sustentar o peso do seu corpo!

-Eu garanto que mesmo bêbada ainda dirijo melhor que você! - Ela percebeu naquela noite que gostava de irritar Lauren.

-Isso eu duvido, mas tudo bem. - Lauren desistiu de tentar convencer a morena a aceitar sua carona.

Camila Cabello's Point of view.

Já amanhecia em Nova York e meu despertador tocou 06:00. Eu tinha que comparecer mais cedo na delegacia e aquilo estava me matando. Quem estava me matando era, na verdade, a dor de cabeça que eu sentia naquela manhã.
Droga! Eu não devia ter bebido tanto.

Vesti uma roupa normal para o trabalho que executo: uma calça jeans escura, uma camiseta preta e uma jaqueta de couro preta. Peguei meus óculos escuros porque minha cara estava um caos, nem a maquiagem mais bem feita resolveria. Carreguei meu revólver e o coloquei no coldre ao lado da minha calça.

-Pronto. Acho que é só isso. - Falei sozinha me certificando de que tinha pegado tudo.

Tudo estava pronto para eu ir trabalhar, mas a campainha tocou bem na hora que peguei a chave do meu carro.

-Era só o que me faltav... - Exclamou já abrindo a porta. Naquele momento ela não se importou se a pessoa havia escutado ou não.

-Oi, Camila.



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