Capítulo 15 - Enquanto você dormia

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Lauren Jauregui's Point of view.

Fiqui algumas horas lá fora e quando entrei percebi que Camila dormia serenamente no sofá.

Fechei a porta atrás de mim e sentei no chão ao lado do sofá que me proporcionava a visão perfeita e próxima do rosto da policial. Os traços latinos eram nítidos e minhas mãos queriam passar por eles, nem que fosse por um breve período de tempo.

Meu polegar começou passeando pela maçã do rosto da latina, até que meus dedos começassem a contornar seu maxilar até chegar na boca. De abrupto, tirei minha mão direita de seu rosto e a fechei repudiando meu ato. Aquilo não podia estar acontecendo.

Fui até a saída e fechei a porta com a chave para, só então, seguir até meu carro. Eu dormiria lá esta noite.

Camila Cabello's Point of view.

Quando ouvi os passos de Lauren voltando para dentro da casa, deitei no sofá e fingi estar dormindo.

Após algum tempo, senti uma mão acariciando meu rosto e eu definitivamente não esperava por isso. Pensei em abrir os olhos, mas eu sabia que aquilo a assustaria por algum motivo que ainda desconheço.

Depois de uns segundos, Lauren saiu e trancou a porta. Só então pude me levantar e explorar os cômodos da casa para ver o que havia nela.

Uma casa simples com um quarto pequeno e uma sala também pequena que quase se mesclava com a cozinha. Vasculhei as gavetas de todos os móveis possíveis e as encontrei vazias. Creio eu que ninguém morava lá.

[...]

Já estava amanhecendo e eu ainda não tinha conseguido pregar os olhos, talvez eu estivesse ansiosa demais para saber o que aconteceria. Talvez ela me matasse.

Depois das atitudes de Lauren horas atrás, voltei a ter esperanças de que não seria mais uma de suas vítimas. Pensei que se eu a seduzisse ela poderia voltar em sua decisão, mas eu estava com medo de me aproximar e assustá-la de vez, então resolvi prosseguir aos poucos.

Quando ouvi a porta se abrindo, sentei no sofá de súbito até que vi uma Lauren descabelada entrando na casa. Acho que ela passou a noite em seu carro.

-Vou para o apartamento. Quer alguma roupa ou outra coisa? - Lauren perguntou coçando sua nuca.

Eu realmente precisava de roupas.

-Traga a mala que deixei lá - Falei para a mulher parada na porta.

-Ok. - Jauregui disse saindo e trancando a porta.

-Ótimo, agora eu fico trancada aqui pelo resto da minha vida. - Camila falou jogando no chão uma almofada que estava em cima do sofá.

Lauren Jauregui's Point of view.

Minha vontade era de libertar Camila, mas Tom Sloan havia me mandado matá-la até amanhã. Eu a trataria bem até que chegasse sua hora.

Agora eu dirigia em direção à minha residência, o trânsito estava calmo e o céu se encontrava nublado. Meu coração me dizia que algo estava errado, contudo eu tentava ignorá-lo. Minha cabeça martelava todas as cenas de Camila em minha vida.

Pensei em pagar alguém para matá-la, pois eu não conseguiria.

Quando cheguei ao apartamento, fui direto pegar as roupas de Cabello para, em seguida, sair da casa em direção ao supermercado com o intuito de comprar alguns mantimentos que seriam úteis até amanhã.

Após algum tempo, eu me encontrava novamente na estrada em direção à casa abandonada.

A casa ficava 2 horas distante de Nova York e era um local que eu costumava passar a minha infância. Após a morte de Taylor, tirei todas as coisas de lá, pois me faziam lembrar dos momentos que brincávamos no quintal que era, basicamente, a floresta na qual o imóvel se inseria.

Aumentei o som de meu carro para não ter mais que ouvir meus pensamentos. O aparelho agora tocava Dancing With Your Ghost da Sasha Sloan.

Eu estava ferrada e triste.

Eu estava triste por ter que matar e isso nunca tinha acontecido antes.

Camila não era um estuprador, matá-la iria contra os meus princípios. Bati duas vezes no volante do carro num ato falho de que toda a raiva e tristeza que eu sentia naquele instante sumissem.

Eu me sentia envergonhada por estar sentindo tudo aquilo.

[...]

Camila Cabello's Point of view.

Algumas horas depois de muito tédio, ouvi a fechadura se abrindo. Era Lauren. Só podia ser a Lauren.

A mulher dos olhos verdes entrou e me entregou a mala que eu havia pedido e algo que eu pude ver que era comida. Fome era a última coisa que alguém na minha situação sentiria.

-Obrigada. - Agradeci.

Eu estava agradecendo minha sequestradora, a que ponto cheguei.

-De nada. - Lauren falou de volta.

Queria saber mais sobre o meu sequestro e, sobretudo, queria saber quando eu seria liberta.

-Até quando vou ficar aqui? - Perguntei.

-Até amanhã. - Lauren respondeu olhando para o chão.

-Até amanhã? Mas qual o sentido de eu ficar presa por dois dias em um lugar distante de tudo?

-Você não vai voltar, Camila - Lauren disse agora olhando para mim. - Meu superior me deu ordens para te matar até amanhã.

Aquilo foi como uma facada antecipada, eu seria morta amanhã. Lauren pretendia me matar.

-Impossível. - Falei rindo de nervoso. - Você não quer me matar.

-Agora não é mais o que eu quero. - A mulher se encontrava com os olhos brilhantes, talvez porque quisesse chorar.

-Eu senti você ontem. - Respirei fundo para continuar. - Quando passou a mão em meu rosto.

Lauren apenas continuou me olhando e eu decidi que aquele era o momento exato para me aproximar dela de alguma forma.

-Você não quer fazer isso. - Eu agora estava muito próxima do rosto dela - Você não mata qualquer pessoa, eu te investiguei por tanto tempo...

A mulher a minha frente não se movia e só tive certeza de que ela respirava quando senti sua respiração descompassada indo de encontro com meu rosto. Ela estava nervosa.

-Não é isso que você quer, não é? - Falei acariciando seu rosto com minha mão direita. Desta vez não me importei se iria assustá-la ou não, apenas continuei.

Deslizei minha mão para trás de sua nuca e prendi seu cabelo entre meus dedos suavemente. Após isso, selei nossos lábios e apenas esperei um momento para verificar se Lauren realmente queria aquilo e, assim como eu estava torcendo, ela não fugiu. Pedi permissão com a minha língua e ela correspondeu com a sua ao mesmo tempo que apertava meu braço intensamente com uma mão e pressionava minha cintura contra si com a outra.

Aquilo pareceu certo demais no momento. Era como se o tempo tivesse parado apenas para que aproveitássemos uma a outra.

Quando terminado o beijo, Lauren apenas me abraçou e, por conta de suas lágrimas que agora molhavam meu ombro, pude perceber que ela chorava incessantemente.

Lauren Jauregui não queria me matar.














MEN OR MONSTERSOnde histórias criam vida. Descubra agora