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A certeza que Elisa buscava obter ao encontrar o amor de sua vida pela primeira vez, veio de maneira um pouco deturpada

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A certeza que Elisa buscava obter ao encontrar o amor de sua vida pela primeira vez, veio de maneira um pouco deturpada. Para ela, o fato de que o destino se intrometeu em seus planos, fazendo com que os dois se encontrassem antecipadamente, era um sinal de que suas apostas estavam certas: ela e Hugo precisavam se conhecer, de uma maneira ou de outra.

Com o atropelamento, ela não teria que guardar para o resto da vida o fato de que o encontro havia sido planejado. Mesmo que sua bunda estivesse bastante dolorida, era um alívio começar o relacionamento sem um segredo entre eles.

Minuto atrás de minuto, as unhas vermelhas recém feitas perdiam a coloração das pontinhas conforme Elisa mordia cada uma, esperando por Hugo sentada exatamente no banco indicado por ele. Ela gostaria de utilizar esse momento para revisar falas supostamente engraçadas e inteligentes, que se encaixariam no decorrer da conversa e a fariam parecer descolada, mas só conseguia pensar no tombo.

Como poderia soar simpática e graciosa depois de assumir que somente seu ego estava ferido? No futuro, quando seus filhos perguntassem como eles se conheceram, Lisa diria o que? Pelo amor de Deus, ela não iria reproduzir a frase nunca mais. Juntando as mãos em frente ao seu peito e fechando os olhos com força, desejou que ele não tivesse ouvido direito.

Mas, para o caso da audição de Hugo não ser um problema, a pequena resolveu pensar em outras opções que tivessem a mesma sonoridade.

Eu? Não! O que eu disse foi "estou bem sim, me nego a ficar destruído."

Destruído? Não, pior ainda, ainda vão achar que não sabe concordar o gênero.

"Voltei! Me desculpe pela demora, eu estava explicando a situação para a Dani, minha aluna, e ela fez algumas perguntas sobre a pessoa atropelada, não entendi muito bem o porquê, mas acabou levando mais tempo do que eu esperava e... eu ainda não sei seu nome. Estou tagarelando sem parar desde que nos conhecemos e nem sequer me apresentei. Eu normalmente não sou assim, acho que é o nervoso de ter causado um acidente. É a primeira vez que isso acontece, eu costumo sou tão cuidadoso e... Estou falando muito de novo."

Lisa riu, enquanto Hugo tampava a boca fazendo menção de ficar finalmente calado. A sensação de não ser a única pessoa nervosa naquela conversa era muito boa, mesmo que o motivo da reação em comum fosse diferente para os dois.

"Por favor, me interrompa se eu agir dessa maneira novamente? Eu sou Hugo." O garoto acrescentou, esticando a mão para que Elisa pudesse cumprimentá-lo. "Meu Deus, por que eu estiquei a mão como se estivéssemos fechando um contrato? Qual meu problema hoje?"

"Lisa. Meu nome é Elisa. E está tudo bem, Hugo-o-atropelador, você ainda está tomado pela adrenalina do susto, só voltará ao normal quando passar, daqui há uma hora e meia, lembra?"

"Ainda bem que você estará comigo até lá, Lisa. Não quero que fique achando que sou um maluco que não sabe fechar a boca. Não que você sequer vá pensar em mim depois do nosso horário-da-adrenalina... Chega, eu só estou me complicando."

A expressão de Hugo continha traços de surpresa e desespero, como se ele realmente não conseguisse se controlar, por mais que tentasse. Aparentemente, dado a falta de experiência em lidar com todas essas sensações, era a primeira vez que isso acontecia com ele. O que, de acordo com os pensamentos de Lisa, não seria totalmente inesperado. Obviamente não era normal ver alguém de o quê? Um metro e noventa e dois, talvez? Enfim, não era usual ver alguém com aquela estatura e aparência se complicando, tropeçando nas ações como Lisa costumava tropeçar nas calçadas.

Mas era deliciosamente prazeroso de se assistir à situação, e permitiu a garota relaxar pelo menos um pouquinho. Elisa finalmente conseguiu soltar a alça de sua bolsa, as articulações dos dedos esbranquiçadas voltaram sua cor natural depois de tanto tempo forçadas na mesma direção.

Hugo sentou-se ao lado da pequena no banco, o que a fez parecer ainda menor. Passando as mãos pelos cabelos extremante lisos, o garoto encarou o chão por alguns segundos. Em seus pensamentos, ele tentava encontrar um assunto no qual Elisa pudesse se interessar, mas que melhorasse também sua imagem de descontrolado.

"Então, você mora por aqui?" Péssimo, Hugo. Clichê, mas com uma pitada de stalker. Teria sido melhor seguir com o básico você vem sempre aqui? No entanto, era melhor não tentar corrigir. Tal atitude só o faria parecer ainda mais confuso.

"Na verdade, não. Minha amiga mora, e eu estava indo visitá-la. Mas já avisei que teremos que remarcar, então está tudo bem. E você?"

Hugo explicou para Elisa que estudava medicina por aquele bairro, mas que sempre dava aulas particulares de biologia naquela biblioteca. A pequena tentou fingir ao máximo que tudo era novidade, e até questionou algumas coisas. No entanto, a única stalker da conversa era ela, que havia pesquisado tudo sobre ele nas redes sociais no dia anterior.

"Ei, o que você acha de esperarmos a adrenalina baixar tomando um açaí?" O garoto à convidou, enquanto se levantava e esticava a mão para que ela pudesse fazer o mesmo.

Elisa era uma pessoa de sorvete, não de açaí. Mas não poderia ser tão estraga prazeres assim, logo no primeiro dia, não é?

"Acho que isso pode soar meio estranho, mas sinceramente, não dá para piorar minha imagem com você hoje, né? Eu meio que fiquei feliz por ter te atropelado. Mais feliz por você estar bem! Mas, ah cara, isso saiu muito ruim, não foi?"

Mais uma vez, Lisa não conseguiu evitar o riso, que foi muito mais alto e desengonçado do que ela gostaria. Então era assim que as pessoas agiam quando estavam destinadas umas as outras? Até agora, tudo estava sendo tão fácil. Finalmente a vida começava a fazer sentido, era por isso que todas as pessoas antes de Hugo não haviam dado certo.

Impulsivamente, Elisa ficou nas pontinhas dos pés, esticando o máximo que conseguia. Chegou o mais perto que dava das bochechas do garoto e depositou um beijo, exatamente onde sua covinha aparecia. No segundo que ouviu o estalo de seus lábios no rosto de Hugo, se arrependeu e se retraiu, voltando a caminhar ao lado do garoto, mas um pouco mais distante do que antes.

"Desculpe, eu não sei o que deu em mim."

"Ah Lisa, não se desculpe. Além do mais, hoje eu sei exatamente o que você quer dizer sobre agir sem pensar." Ele sorriu, fazendo com que mais uma vez o pequeno buraco em seu rosto aparecesse. Hugo passou o braço pelo ombro de Elisa e a puxou para mais perto. Precisando erguer sua cabeça para conseguir olhar para ele, Lisa ficou feliz por não ter estrago tudo tão cedo. O calor das mãos de Hugo em sua pele a fazia sentir segura, e ela se questionou o quão rápido conseguiria se acostumar com essa sensação.

 O calor das mãos de Hugo em sua pele a fazia sentir segura, e ela se questionou o quão rápido conseguiria se acostumar com essa sensação

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Oi gente! Voltamooooos depois dessa semaninha de férias por conta do conto de Natal. Aliás, você já leu o conto? Me diga sua opinião, pelo amorrrr ❤️l

E quanto ao Hugo? Será que dessa vez ele é o amor da vida de Elisa?

Você Vai Conhecer o Amor da Sua VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora