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Eram poucas as diferenças entre Elisa e o cupcake de red velvet em sua frente, naquele pequeno prato cor de rosa

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Eram poucas as diferenças entre Elisa e o cupcake de red velvet em sua frente, naquele pequeno prato cor de rosa. Ambos eram especiais. Quero dizer, a garota não se sentia especial assim há tempos. O bolinho pertencia a década de 90, mesma época que Lisa gosta de pensar que a representa. E o principal: algo por dentro deles estava esquisito, mas ninguém sabia dizer o que exatamente. Se ao menos fosse possível dar uma pequena mordida na garota para identificar de onde vinha aquela sensação...

"Tá meio azedo, Dani. Eca. O recheio parece estar passado. Experimente você!" A pequena acrescentou, enquanto entregava o doce a amiga.

"Eu, heim! Se você já falou que está estranho, por que eu iria provar? Confio na sua palavra, Lisa."

"Vai cair a língua se você der uma mordidinha, Daniela? Eu só queria ter certeza de que o azedinho não é proposital!" Dito isso, Dani puxou o bolo das mãos de Lisa e, delicadamente, deu a menor mordida que conseguiria. Depois de alguns segundos mastigando, ela não sabia dizer quem possuía um azedume maior: se era Elisa, ou o inofensivo-à-primeira-vista bolinho.

"Credo! Definitivamente isso não presta! Como você conseguiu confundir esse gosto de morte com tempero proposital, amiga? Isso aqui o cão!" Disse, enquanto limpava a língua repetidamente com um guardanapo de papel.

Com o passar dos dias e com milhares de novas emoções que povoavam seu ser, Elisa andava experimentado algumas não tão boas quanto outras. Mas, a mais sacana de todas era a insegurança. Porque ela estava sempre a espreita, como se a menina não tivesse direito ao rumo que sua vida estava tomando. Será que ela realmente era merecedora de alguém como Hugo? Será que a paz voltaria a reinar em sua casa? Se sentir especial vinha com um peso extra que haviam esquecido de informar.

Por tanto tempo ela soube que, no momento em que resolvesse suas questões amorosas, o restante entraria nos trilhos. Porque, para falar a verdade, a garota acreditava que a ansiedade de nunca ter se relacionado verdadeiramente com alguém era a responsável por desestabilizar as demais áreas. E, justamente no momento em que os humilhados estavam prontíssimos para serem exaltados, o sentimento de farsa bateu em Elisa.

Quando Hugo se daria conta de que ele está se iludindo com ela e que, na verdade, merece alguém melhor? E, quando isso acontecesse, tudo voltaria a desandar.

Estar apaixonado é engraçado. Num segundo, há uma grande certeza sobre estar exatamente onde se deveria. No outro, o medo de colocar tanto sua felicidade nas mãos de outra pessoa toma conta de você, e nos perguntamos se não seria melhor nunca ter conhecido aquele sentimento, para que não seja tão difícil quando chegar o fim.

Mas Lisa não era uma garota insegura. Era difícil para ela se encontrar nessa posição. Muito complexo para alguém que sempre acreditou na força do destino e em finais felizes. De repente, viver parecia assustador.

"Você parou de prestar atenção a si mesma de novo, não é?" Às vezes, parecia que Dani tinha o poder de ler pensamentos.

"Ficar sentada me concentrando é um pé no saco. Eu sei que me fez bem e blá blá blá, mas como dá trabalho! Tenho certeza de que não preciso fazer isso todos os dias."

"Eu não teria tanta certeza, Lisa. Você parece tão confusa quanto no dia da festa à fantasia na Augusta. Talvez, até pior. Parece que está constantemente tentando encontrar motivos para se sabotar, e você não é assim."

Mas a pequena já não estava mais prestando atenção na conversa. Todo seu foco havia se voltado para a garota do outro lado da rua, com sua sandália de salto extremamente alto e seus cabelos negros presos em um rabo de cavalo.

"Dani, não olhe agora, mas Kamila está ali, do outro lado da rua, entrando naquela loja de roupas super cara." A amiga não conseguiu evitar, e virou a cabeça em direção a garota antes mesmo que Lisa pudesse terminar de pronunciar o nome Kamila.

"Eu disse que não era para olhar agora!" Elisa acrescentou, muito mais alto do que gostaria. E, infelizmente, acabou chamando a atenção da ex-namorada de Felipe, que abriu um falso sorriso e acenou com a mão direta.

"Gente, ela acha que é quem com esse aceno? A Branca de Neve? Quase consigo ouvir ela dizendo adeus na cena com os animaizinhos."

"Nem preciso dizer que eu avisei, né? E esse sorriso falso que combina perfeitamente bem com a personalidade dela? ...Dani! Essa é a hora! Você tem um dinheiro aí? Eu te pago no final dessa semana, assim que meu salário chegar."

"Dinheiro para que, Elisa? Tá doida?"

"Eu vou devolver os duzentos reais para ela! Do leilão... E acabar com essa história uma vez por todas."

Naquele instante, Daniela ficou quase tão branca quanto o recheio de baunilha do bolinho abandonado no cantinho da mesa. Elisa se levantou, alisando o vestido de poá que utilizava no momento para retirar todos os farelos perdidos pelo tecido. Quase como quem se arruma para uma batalha épica, a garota fez uma trança rápida em seus cabelos, finalizando-a com um scrunchie de veludo vermelho.

"Calma, criatura. Não tem problema se você não tiver dinheiro para emprestar, eu não vou te agredir ou algo parecido, pode tirar essa cara de fantasma do rosto. Espera aqui que eu já volto, ok? Preciso agir como a irmã que Felipe merece, mesmo que eu tenha pisado no tomate com essa ideia de leilão, vou corrigir a situação agora, e ele nunca vai precisar ficar sabendo sobre tudo isso."

"Não, Lisa! Você não pode fazer isso!" A amiga repentinamente voltou a vida, e agarrou o braço de Elisa, fazendo parecer com que o destino da humanidade dependesse disso.

"Eu não só posso, como vou! Fique sentada aí e observe, garanto que Kamila fará um barraco, ela nunca aceita um não mesmo."

"Elisa, eu estou falando sério. Você não pode ir até lá, não foi a Kamila."

"Que papo é esse, Dani? Como você pode ter tanta certeza? O lance foi anônimo, caramba! Solta meu braço, pelo amor de Deus. Eu juro que não vou agarrar o rabo de cavalo dela nem nada do tipo." Notando que a expressão de Daniela continuava semelhante a de um ectoplasma - mesmo que nenhuma das meninas tenha passado por uma experiência sobrenatural e soubesse a real face de um, Lisa se sentou novamente. "O que está acontecendo?"

"Eu tenho tanta certeza porque fui eu, Lisa! Eu comprei a porcaria do Leilão!"

Nesse instante, era possível adicionar mais uma semelhança entre Elisa e o Cupcake: a cor vermelha escura.

Nesse instante, era possível adicionar mais uma semelhança entre Elisa e o Cupcake: a cor vermelha escura

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Eu estava literalmente me coçando pra chegar nesse capítulo! Fala sério!!! Vocês desconfiavam?

Quando eu escrevo, alguns pontos da história vão se modificando com o decorrer dos capítulos. Mas, no caso do leilão, eu já tinha certeza do rumo desde o primeiro instante. O que você acha que irá acontecer depois da confissão de Dani?

Você Vai Conhecer o Amor da Sua VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora