Alone, I'll keep on

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Eu acho que vou transformar numa long mesmo.

Desculpa os erros <3



Mais um dia de trabalho para conta, era o que se passava na cabeça do Agreste assim que ele chegou em casa já com Emma em seu colo. A pequena parecia um pouco quietinha, deveria estar como sono. Ele não a faria ficar acordada por muito tempo.

Deu-lhe um banho, trocou sua fralda e uma papinha de frango na qual sua mãe havia feito. Para que assim, pudesse niná-la com cuidado e pô-la em seu berço.

No pequeno quarto escurecido, enquanto analisava o rosto da sua filha ouvia o silêncio que predominava a casa. Era um apartamento na verdade. Tinha comprado a um tempo atrás assim que Lila engravidou, para que nem ela e nem a filha deles ficassem sem um teto quando nascesse. - Que merda.

No final das contas, o que havia sido bom unicamente para Emma. Aquilo tudo era só para Emma.

Já Lila... Ah Lila.... Ela... não merecia nada. Não merecia suas memórias, sua dor, ou se quer qualquer mágoa. Ela só merecia o seu profundo esquecimento.

Mas como se esquecer dela, quando o rosto da pessoa na qual ele mais amava no mundo o fazia se lembrar?

Emma infelizmente herdara alguns traços fortes da mãe e ele sabia que conforme crescesse, iria ficar cada vez mais parecida. Não era algo que poderia mudar, mesmo que essas coisas ferissem seu coração solitário.

Por fim, deu um beijo na menor quando se certificou de estar dormindo profundamente. Agora, era hora de cuidar de si mesmo, o pouco que havia restado.

Então seguiu para o banheiro, colocando o monitor do quarto de Emma próximo para ouvir caso ela acordasse chorando. Tomou um banho rápido, deu mais uma passada de olho nela, e depois foi para a cozinha onde preparou uma janta rápida. Arroz e alguma carne.

De qualquer forma, não estava com fome. Abriu uma cerveja, sentando-se na sala para ver um pouco de televisão e quem sabe, relaxar.

O que na verdade não conseguia fazer a muito tempo, pois sua cabeça era pura preocupação. Preocupação com o dia de amanha, com o futuro. Com a tristeza que vinha o atormentar sempre quando Emma olhava em seu rosto. Ela sentia falta da mãe, dava para perceber.

Nenhuma criança deveria ser privada desse amor. Nenhuma criança deveria se quer sentir falta desse sentimento! Por mais que ele se esforçasse em ser um pai dedicado, jamais substituiria o papel que a desgraçada da Lila deveria estar fazendo!

Ela deveria estar com eles ali, deveria ser sua companheira, deveria... ou se não quisesse ser sua mulher, que fosse pelo menos uma mãe.

Mas não, aquela mulher, nunca mereceu carregar o ventre que tinha dentro do corpo. Pois a única filha que teve, foi abandonada.

Sentado no sofá, desolado, no meio da noite Adrien mais uma vez se lembrava dessas coisas. Uma lágrima escorreu do canto dos seus olhos. Ele suspirou firme, fechando os mesmos.

Ao se levantar, caminhou até a janela para ver o céu. Era mais uma noite fria em Paris, das muitas que passou naquele apartamento, no mesmo estado. Completamente sozinho, remoendo memórias de uma dor sem fim e preocupado, sempre preocupado com sua menina.

E ela era sua força. Ela era o motivo de querer continuar porque nem mesmo... nem mesmo dentro de si, conseguia encontrar essa sustentação.

Jamais, nunca iria desistir. Tudo o que faria na sua vida, seria para a felicidade de Emma. E mesmo que ela sentisse muita falta de ter uma mãe, a cobriria de amor, a sufocaria de tanto amá-la para que aquele outro sentimento não magoasse tanto assim. Ela seria feliz, nem que sua vida dependesse disso.

Por fim, já exausto de tanto pensar, tanto remoer seus próprios demônios e desilusões, foi escovar os dentes para dormir.

Era uma cama de casado na qual parecia ser muito maior quando estava sozinho nesta. Ao se ajeitar no travesseiro, a primeira coisa que fazia era olhar par ao lado, se certificando que não havia ninguém por lá. E não haveria, nunca mais.

Afinal, que mulher no mundo iria assumir a filha de outra?

Um homem daqueles, já com quase trinta anos e com um bebê. Abandonado. Que nem foi capaz de segurar a mãe da sua filha. Que mulher iria amá-lo?

Ele já sabia que isso não seria possível e mais, no fundo, não queria. Pois se um dia, permitisse mais alguém entrar no seu mundo, no seu espaço, e o pior, fazer Emma se apegar a essa pessoa e ela simplesmente sumisse como Lila. Não daria para segurar as pontas, seria mais um baque para o seu coração. Ele não estava pronto.

Ainda que houvesse muitos olhos lindos e intensos por aí... que chamassem sua atenção.

As luzes que enxergava nas pessoas eram passageiras. Pois sempre que voltava para casa, era a mesma escuridão que encontrava. A mesma solidão que encarava. E o mesmo espaço vazio na sua cama... na sua vida, e no seu coração.

Dormiu. Chorando. 

Looking into your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora