If he knew

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Ai ai, lá vai a Mari fazer besteira

Inconformada,essa era a palavra que definia Marinette naquele restante de semana.

Ela tentou compreender, ela tentou entender, e até criar na sua cabeça desculpas para aquilo tudo estar acontecendo, mas sempre acabava na seguinte constatação: Adrien não queria mais falar com ela.

Aos poucos, ele foi sumindo, até parar de responder suas mensagens, e o pior: ele as visualizava!

Então, qual era o problema? Se tinha tempo para visualizar, não poderia se quer lhe mandar um emoji? Uma carinha sorrindo? A porcaria de um joinha? Que se dane! Qualquer coisa que traduzisse um sinal de vida, que ele se importava!

Mas não! Ele não se importava. De certo, deveria estar muito ocupado – esse ponto ela entendia – mas caramba, era tanta coisa que tinha que fazer, que nem conseguia antes de dormir vai, lhe mandar um "oi, tudo bem? Com você ta? Tenho visto suas mensagens, mas não tive tempo para responder..."

Ou melhor... (ah isso era tão patético)

"Então... tenho que te dizer uma coisa, desde a ultima vez que nos vimos, eu não paro de pensar em você... você se tornou o meu primeiro pensamento, é claro, depois da minha filha... e eu quero te ver de novo!"

Da mesma forma, da mesma maneira que ela queria vê-lo! Porque era injusto, ficar ali pensando tanto nele quando ele, com certeza não fazia o mesmo.

Não. Não conseguia se conformar e não foi capaz de se conter em ir ate a ótica, no fim do expediente, apenas para espreitá-lo ou quem sabe, conseguir trocar umas palavras. Mas assim que as portas se fecharam, Adrien saiu correndo em direção a rua oposta e ela não teve nenhuma chance.

Já não sabia o que fazer. Aparecer assim do nada seria estranho, teria que arrumar algum pretexto, mas qual? Que droga!!

Para complicar tudo, Luka havia grudado no seu calcanhar e não queria sair! Todo dia lançando piadinhas, dando docinhos, fazendo graça!

Aaah se fosse em outro tempo, se não estivesse tão ligada à Adrien com certeza já teria saído com ele ( mesmo sabendo que era seu chefe e que julgava ser errado fazer isso na mesma empresa que trabalhavam). Também, fazer o que? O cara era um gato, lhe dava atenção e demonstrava interesse.

Entretanto, nada disso fazia sentido quando não vinha da pessoa que povoava seus pensamentos! Nada! E ela teria que dar um jeito de mudar essa situação porque continuar assim, sem avançar com Adrien não era uma opção e não era nada bom. Só precisava relaxar um pouco, espairecer.

A semana tinha sido corrida demais, trabalhou arduamente, pois já era na próxima que saberiam se o projeto havia sido aprovado ou não.

Então aproveitou que uma galera tinha saído para tomar umas cervejas, comer alguma coisa para acompanhar. Por uma benção divina Luka não tinha ido junto, ele até havia saído mais cedo e pessoal não sabia o porquê. Ok. Ela não queria mesmo.

Não queria nada além de uma taça de vinho e o seu loirinho. Era só isso, só ele ao seu lado. Aquela noite de sexta estava tão maravilhosa, boa para namorar, para sair por Paris, curtir, ir para um motel... ah, que delícia!!

- Mari, vai com calma nessas taças de vinho hein menina, já tomou umas três!

- Ai me deixa Helen, eu só quero ficar quietinha no meu canto, tomando o meu vinho...

- Oxi. Sai com a gente pra ficar quieta aí?

Marinette respirou fundo, bebendo mais um pouco da taça. – Sim. Exatamente.

- Isso se chama foça. – Alguém da mesa implicou. – Ta na cara que ela levou um fora.

Todos começaram a comentar e falar umas baboseiras, mas Marinette pouco se importava. Só conseguia pensar em olhar o celular, o relógio, o teto do bar, a movimentação da rua, inquieta por dentro.

Passava a mão atrás do pescoço, sentindo um leve formigar na ponta dos dedos, uma tontura suave onde as luzes começavam a criar tons estranhos, embaçados e não, não estava usando óculos.

Se questionava... se perguntava... Por que Adrien não estava ali? Porque ao invés daquelas pessoas, não era ele com a sua filha?

Como se acontecesse a seguinte cena: depois do trabalho, eles combinariam de se encontrar para relaxar. Aí ela entraria no carro dele, e buscariam Emma na Emilie, e aí, poderiam curtir um noite os três.

Enquanto Emminha estivesse tomando a sua mamadeira, brincando com seus brinquedos, os dois poderiam estar sentados um ao lado do outro, trocando um beijo gostoso, conversando sobre a vida, sobre as várias vendas que ele tinha realizado... e depois, poderiam ir para o apartamento dele, fazer Emma dormir para poderem tomar um banho juntos, ir para a cama... curtir, fazer um amorzinho calmo, baixinho para não acordar a bebe, e no dia seguinte...!

- Chega... chega disso, eu preciso sair daqui. – balançou a cabeça para os lados, segurando os braços do assento. Tentou se levantar, mas as pernas vacilaram a ela se sentou de novo.

- Ei Mari, quer uma carona? – uma das meninas que estava próxima disse com um sorriso no rosto. – Eu to indo embora mesmo.

Ela não havia bebido (graças a Deus) e por tanto Marinette aceitou a gentileza. As duas seguiram para o carro, até que no meio do trajeto, a mestiça pedisse para que a deixasse em outro endereço.

- Tem certeza Mari?

- Com certeza Anna. Eu preciso falar muito com uma pessoa, depois eu me viro pra ir embora ta? – ela respondeu com a língua um pouco enrolada, o que fez a outra mulher desconfiar, mas por fim deixá-la no local indicado.

Foi então depois de ficar sozinha, Marinette avisou que se encontrava à porta. Aguardou ansiosamente ser atendida até ver o rosto da pessoa que tanto queria ver naquele momento.

E quando a viu, seus olhos tomaram-se de surpresa. - Marinette, o que esta fazendo aqui?

Looking into your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora