Looking into your eyes

And I will never let you go

Marinette saiu do banheiro sem olhar para os lados. Caminhava decididamente em direção à saída, ate sentir um dos braços serem puxados o que a fez para. Olhou para o lado e viu Luka com uma expressão confusa em seu rosto.

"Droga...!"

- Marinette, ta indo pra onde?

Ela sorriu sem graça, soltando-se sutilmente da sua mão. - Desculpa Luka, é que eu preciso mesmo ir embora agora.

- Ir embora, mas porque? Ta passando mal?

-Não. Não é nada disso... é que eu preciso resolver uma situação complicada!

- Então deixa que eu te levo, não importa, eu to bem!

Marinette torceu o nariz diante à usual insistência de Luka. Ela teria que ser mais direta com ele - Luka, eu te agradeço demais pela noite, adorei passar esse tempo com você e com o pessoal, mas eu preciso te dizer... desculpa se eu te fiz pensar errado sobre o que rolaria aqui... eu sinto muito mesmo.

Ele então finalmente se ligou do motivo no qual a deixava tão afoita em sair dali, provavelmente era algum homem. Sorriu de lado em desprezo. - Ah ta, beleza. Vai lá então, deixa quieto.

- Obrigada por ter entendido.

Ele não tinha. - Beleza Marinette, a gente não ganha todas né?

- Espero que isso não afete a nossa relação no trabalho.

Continuava com o seu tom seco. - Quanto a isso você pode ficar sossegada, porque da minha parte vou continuar te tratando do jeito que sempre tratei.

Não sabendo se aquilo era bom ou ruim, Marinette também não quis ficar discutindo, não tinha tempo para isso. Ela apenas se aproximou e lhe deu um beijo no rosto. - Aproveita bastante sua noite, chefinho!

- Eu vou. - colocou uma das mãos na calça a olhando de cima a baixo. - E você, fica bem atenta por aí. Toma bastante cuidado.

A frase de Luka soou um pouco mais como uma ameaça do que preocupação genuína, o que havia passado totalmente despercebido por Marinette que se virou e seguiu seu caminho. Na frente do bar pediu um Uber até o endereço de Adrien, o que não demorou muito para o carro aparecer.

Uma vez no banco de trás, não conseguia se manter calma, olhando para um espelho que tinha na bolsa, retocando seu batom, ajeitando seu cabelo. Com relação à sua aparência, não havia muito o que se fazer, e para piorar ainda estava com bafo de bebida alcoólica na boca, mas também, que se dane!

Ela não parava de sorrir, de se sentir feliz por estar indo ao encontro dele. Era tudo o que queria naquela noite. Nada mais importava, nada mais seria um empecilho. E assim que chegou na frente do prédio, pagou a corrida indo direto para a recepção onde passou sem ver notar o porteito.

- Ei ei, mocinha, posso ajudar?

- Ah! - exclamou, voltando-se até ele para recostar as mãos em cima de uma mureta de mármore. - Eu preciso ir no apartamento do Adrien Agreste, um loirinho assim muito bonitinho, alto e que tem uma filhinha linda...

- Eu sei que é o senhor Agreste.... Só um momento, eu vou comunicá-lo que se encontra por aqui.

- Ta bom, mas não demora porque eu preciso muito falar com ele é tipo questão de vida ou morte!

- Um momentinho. - o senhor azedou a cara velha enquanto esperava Adrien atender.

- Pois não? - e ele atendeu com uma voz sonolenta pois estava quase dormindo no sofá minutos antes.

- Senhor Agreste, boa noite.

- Adrien!! Adrien sou eu a Marinette, deixa eu entrar eu preciso falar com você!!

- Senhora por favor...! Senhor Agreste tem uma moça aqui ...

- É a Marinette pode falar Ma-ri-ne-tte! Ele me conhece, eu sou quase namorada dele!

O senhor tentava contê-la mas a mestiça se encontrava completamente alterada. Não sabia ao certo se o jovem Agreste que parecia ser um homem tão sério e tranquilo iria namorar uma doida daquela.

- Uma moça...? - Mas ele iria sim, ah com certeza iria, pois estava mais do que apaixonado por essa mesma doida. - É a Marinette... - seu coração quase foi na boca.

- É ela sim...

- Para de me enrolar e me deixa subir seu velho chato!

- Ei!

Adrien riu sem acreditar no que estava acontecendo. Ele não conseguia assimilar aquilo tudo, era demais. Marinette estava ali mesmo o procurando? Era real?

- Então senhor, eu posso ou não posso deixá-la subir??

- PODE! - Marinette respondeu e o senhor fez uma cara feia para ela.

- Pode sim George. Por favor. - respondeu simplesmente. - Obrigado.

- Por nada...e boa sorte! - o velho espondeu colocando o interfone no gancho, dando um sorrisinho ácido para a mestiça. - Pode subir senhorita.

- Ai finalmente!! Muito obrigada! - ralhou Marinette ajeitando a bolsa para ir em direção ao elevador, mas antes de subir ela chamou pelo porteiro e lhe mostrou a língua. Muito madura.

O pobre senhor apenas balançou a cabeça continuando a ler seu jornal. Francamente, esses jovens de hoje - ele pensava. - Ainda bem que sua filha já tinha crescido e até casado!

De qualquer forma, o caso é que Adrien não sabia o que fazer, ele apenas vestiu uma camisa preta largada em cima do sofá e passou a mão no rosto, dando uma olhada rápida em um espelho que havia pendurado em uma das paredes. Respirou fundo e abriu a porta, olhando atentamente para o corredor.

Sentia-se ansioso como se pudesse ter um colapso a qualquer momento. Porque mesmo que não soubesse exatamente o que Marinette tinha ido fazer ali, alguma coisa no seu interior lhe dizia que seria tudo o que tinha pensado em fazer com ela naquela noite. Não teve como duvidar!

Pois quando ouviu a porta do elevador se abrindo, ela apareceu pelo corredor olhando para os lado até que o viu parado na porta. Deu um sorriso largo ao mesmo tempo em que corria na direção dele jogando-se de braços abertos.

- Adrien!

Ele praticamente a pegou no ar, fechando seus olhos quando sentiu seu calor, o perfume que vinha dos seus cabelos invadir seu olfato quando os dois se abraçaram naquele aperto tão desejado, tão esperado. Eles apenas se afastaram um pouco para trocar um breve olhar.

- O que esta fazendo aqui...? - ele sussurrou.

- O que eu já deveria ter feito a muito tempo. - e como resposta, Marinette se aproximou e lhe de um beijo. Os dois se beijaram, porém dessa vez, um beijo só não seria o suficiente.

Então Adrien a conduziu para dentro da sua casa mas antes que pudesse fechar a porta, Marinette o impediu, segurando sua mão.

- Eu preciso que você saiba que se trancar essa porta vai ser pra valer... porque eu não vou mais sair da sua vida... mesmo que você queira.

Ele a mirou sério em seus olhos e se aproximou da sua boca a beijando sem deixar de encará-la. Ao fundo a fechadura era trancada e os dois sorriram um para o outro.

Agora, não haveria mais nada que os impedissem de fazer amor.