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Escrevi esse livro em 2020. Para mim, um alívio na pandemia.

Agora, em 2024, decidi reescrevê-lo pelo simples fato de sentir que deveria.

Espero que amem tanto quanto eu!

Beijos purpurinados,

Kami <3

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— E esse aqui? — questiono Carina sobre um dos empregos na lista. — Parece bom. Eu consigo limpar uma casa e ainda sair a tempo de buscar o Leo.

— Eles não aceitam mulheres com filhos, querida. — Depois de tantas buscas, Carina e eu acabamos por nos tornarmos amigas.

— O quê? Por quê? Que absurdo! Eu ser mãe não me faz uma profissional pior, pelo contrário...

Eu sei, Helena, mas é preciso morar na residência, não dá pra levar o Leo com você.

— Mas o salário é bom, não é mesmo? Vamos lá, Carina, você pode me ajudar? Por favor, só me encaminhe para a entrevista. Juro que não irei pedir mais nada do tipo se essa não der certo.

— Helena, querida, eles querem uma pessoa para ficar em período integral.

— Eu posso negociar com eles, você sabe que eu sou bem convincente. — Pisco para ela e recebo um sorriso de volta.

— Eu não te encaminhei. Não sei como você ficou sabendo da vaga, certo?

— Quem é Carina?

— É ela, mamãe! — Leo levanta o rosto do livro de colorir e aponta para a mulher do outro lado da mesa, curioso. — Ela é a Carina!

— Sim, sou eu, Leo — responde sorrindo e dá a ele mais um pirulito após eu permitir com um acenar de cabeça.

— Obrigado, Carina. — Volta ao livro de colorir, enquanto ela rapidamente dirige sua atenção ao computador.

— Tem mais um problema, Helena. — Por que ainda me surpreendo? Sempre existe alguma coisa a mais. — Você precisa estar lá em, no máximo, uma hora.

— Não tenho com quem deixar o Leo — resmungo desanimada e ela acena positivamente, sabendo da minha realidade.

— Desculpa, querida, se eu pudesse, com certeza ficaria com ele, mas você sabe que não posso.

— Eu sei. Nem precisa se desculpar. Darei um jeito. Me dê as informações que estarei lá no horário combinado. — Ela acena positivamente.

— Boa sorte! — Entrega-me as informações.

~*~

A mulher encarregada da minha entrevista se apresentou como Victoria Mendes. Alta, de cabelos escuros, magérrima e com uma educação sem precedentes. Com certeza era, no mínimo, dona da casa e, sem pressa, me apresentou todo o andar de baixo da casa antes de fazer-me as últimas perguntas:

— Então, Helena, o que você acha?

— Sinceramente, gostei muito, dona Victoria.

— Consideramos que o trabalho é muito bem remunerado. Você terá direito a benefícios como convênio médico e odontológico, caso você deseje estudar, não apenas apoiamos, como incentivamos. Obviamente assinaremos sua carteira de trabalho e, claro, todos os direitos garantidos por lei seguimos à risca. — Ela está sentada em uma poltrona de frente para mim, usando um vestido de cor creme justo e discreto que vai até os seus joelhos, contornando suas poucas curvas; seu cabelo negro, em leves ondulações, desce até abaixo dos seus ombros. Com certeza, apenas o relógio pequeno e dourado que ostenta em seu pulso vale mais do que tudo o que tem dentro da minha quitinete alugada.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora