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Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Vic foi embora cedo no dia seguinte. Havia decidido pegar, de última hora, o turno de um colega, me garantindo que, apesar de não estar cem por cento, já estava bem melhor e logo conseguiria se acertar com o marido.

Quando chamei Leo para conversar comigo e com Victor Hugo, meu filho se assustou e começou a me pedir desculpas. Naquele momento me senti uma péssima mãe. Eu coloquei tanto na cabecinha dele que Hugo não podia saber dele que o fato disso acontecer o intimidou.

O assegurei que estava tudo bem, que eu não estava brava e que eu nunca poderia me zangar com ele. Animado após toda a conversa, Leo me deixou de lado para conversar com o "tio" já que, segundo ele, não conversavam fazia tempo e me expulsaram pedindo café da manhã. Se já não fosse o meu trabalho, e meu filho não estivesse tão feliz, eu até ficaria irritada.

— Vamos lá, mocinho. A van está chegando. — Tento apressar Leo, que foi convidado por Hugo a tomar café na mesa com ele.

— Não quero ir hoje, mamãe...

— Uma pena que você não tem querer, não é mesmo? — Dou um beijo no topo da sua cabeça e pego sua mochila. — Vem, Leo.

— Eu posso levar ele. — Victor Hugo avisa terminando de tomar uma xícara de café.

— O quê? Não. Sem chance! — Tudo bem que ontem eu até aceitei pedir para namorar com Hugo, mas não dá para acelerar as coisas assim e eu sinto que está tudo indo rápido demais.

— Deeeeeixa, mamãe!!! — Leo se ajoelha aos meus pés com as mãozinhas juntas implorando. — Por favooooor! — Victor Hugo se junta a ele fazendo exatamente a mesma coisa.

— Hugo, você não tem cadeirinha. Além do mais, a mamãe paga a van para te levar, meu amor. — Victor Hugo parece entender, ao contrário de Leo.

— Mas, mamãe... — Leo tenta argumentar.

— Quem sabe outro dia, amigão. — Hugo avisa bagunçando o cabelo do meu filho.

— Vamos lá, vou te levar para pegar a van — aviso e, mesmo contra sua vontade, Leo me acompanha após se despedir de Victor Hugo.

~*~

Mesmo que eu não tivesse a certeza de que Leo deveria conviver tanto com Victor Hugo, acabou por ser inevitável. Até mesmo uma cadeirinha para o carro Victor Hugo comprou, prometendo que algumas vezes levaria Leo para a escola.

Não me senti muito confortável, admito, mas era nítida a felicidade do meu filho e preciso admitir que a de Victor Hugo também. Os dois juntos eram sinônimo de alegria e não seria eu a impedir.

Conversei com Hugo sobre como faríamos a respeito do meu emprego e se eu não deveria procurar outro, mas, prontamente ele recusou.

Vic ainda não havia se resolvido com o marido quando me fez um pedido que, em qualquer outro momento, eu teria recusado. Minha amiga pediu para fazer uma festa de aniversário para Leo. Vendo o quão triste ela estava e me dizendo que aquilo a ajudaria a espairecer, acabei permitindo, mas garantindo que eu ia pagá-la por cada centavo investido na festa, portanto, deveria ser algo pequeno.

Leo ficou apaixonado com a ideia e me agradeceu de forma tão exagerada que me fez pensar nas coisas das quais ele foi privado nos últimos anos, por minha causa e de Mauro.

Lembro que, quando Mauro morreu, tentei recorrer a minha família, mas meu pai fez questão de deixar claro que eles haviam me esquecido, que era como se eu nunca tivesse existido e simplesmente não voltei a procurá-los.

A vida da minha família não era ruim, mas nunca foram ricos. Apenas vivíamos bem. Diferente da família de Mauro, que tinha dinheiro suficiente para que os filhos, netos e talvez os bisnetos nunca precisassem trabalhar, o que não era o caso. De qualquer forma, as duas famílias nos viraram as costas.

Quando conheci Mauro, no carnaval, não tinha a intenção de casar, nem mesmo ser mãe tão cedo. Estava morando em São Paulo há pouco tempo. Tinha deixado a casa dos meus pais no interior para estudar e, no fim, minha vida virou de cabeça para baixo.

~*~

— Ei, você precisa ir. — Tento acordar Hugo e ele resmunga. — Vai, Hugo, o Leo já vai acordar. — Mesmo dormindo juntos todos os dias, combinamos que não seria bom para meu filho vê-lo dormindo comigo.

Todos os dias, após Leo dormir, eu aviso Hugo e ele vem. Todos os dias, antes de Leo acordar, faço Hugo ir embora. É apenas a minha decisão para não bagunçar a cabeça do meu bebê.

— Não está na hora de contarmos para ele? — questiona, se esticando na cama e deixando o lençol deslizar do seu corpo, mostrando-o completamente nu.

— Ele só tem seis anos, Hugo — argumento jogando suas roupas em cima dele.

— Leo é um garoto esperto, Helena. — Hugo me puxa e caio em cima dele. Meu velho pijama foi substituído pela sua camisa favorita, que acabei roubando para mim. — Além do mais, um dia eu vou pedir para vocês morarem comigo e...

— Está louco? — Sorrio nervosa.

— É uma ideia tão ruim? — Ele parece magoado e, antes que eu tenha chance de me justificar, Victor Hugo se levanta e começa a se vestir. — Eu preciso ir antes que perca meu voo.

— Volta para o aniversário dele?

— Vou tentar. — Me dá um rápido selinho. — Prometo.

— Hugo...

— Te amo — diz antes de sair.

Droga! 

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora