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Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Voltamos para casa no mais absoluto silêncio e Leo só acordou, ainda que brevemente, quando o coloquei na minha cama, apenas trocando sua roupa por um pijama e lhe entregando seu fiel companheiro, seu dinossauro. Nem mesmo ousei tentar acordá-lo para dar-lhe banho.

Hugo não falou praticamente nada e mesmo que eu não quisesse colocá-lo nessa posição, após tomar banho na minha casa, ele deitou ao lado de Leo e disse-me para tomar meu próprio banho.

Quando retornei ao quarto, os dois dormiam profundamente. Hugo até mesmo abraçava Leo com carinho. O nó na minha garganta ainda não havia sido desfeito e as palavras de Joelma ainda ecoavam em minha mente.

Mas, afinal, o que ela fazia lá? Confraternizar com pessoas "inferiores", como a própria sempre disse, não fazia o seu estilo. "Qualquer coisa que não seja minimamente exclusiva, não merece um terço da minha atenção", certa vez ela usou exatamente essas palavras quando Mauro disse estar planejando nos levar para a Disney em comemoração ao aniversário do Leo.

O dia demorou a amanhecer e eu não consegui dormir um segundo sequer. Nem mesmo eram seis horas da manhã quando recebi uma ligação da casa dela.

Bom dia, senhora Helena. — uma voz feminina tímida diz quando atendo a ligação após deixar o quarto na ponta dos pés.

— Bom dia.

— A senhora Peres pediu que a senhora esteja aqui às oito horas para o café. O motorista está aguardando vocês fora do condomínio. Por favor, autorize a entrada — avisa.

— Estarei aí, mas dispenso o motorista. — Apenas desligo.

Quanto mais cedo encará-la, mais cedo a arrancarei da minha vida. Pelo menos é o que eu espero.

Hugo levantou logo após a ligação e me conduziu até a sala onde me fez sentar e começou a se desculpar pela noite anterior:

— Eu sinto muito, Helena. Realmente não o vi ou ouvi vindo até mim, eu nunca colocaria o Leo em perigo, você sabe. — Seu tom é baixo e triste. — Se você quiser afastá-lo de mim, se você quiser se afastar de mim...

— Não ouse terminar essa frase. — Seguro suas mãos e fixo meu olhar no seu. — A última coisa que eu quero é ficar longe de você. Eu te amo, Victor Hugo — admito.

Seus lábios encontram os meus logo que tal frase sai de mim. É notável o seu sorriso enquanto ele me beija. Um beijo doce e carinhoso. Sei o quanto ele queria ouvir eu dizer que o amo. Sei o quanto eu queria dizer. E agora... Estamos aqui.

Suas mãos tentam me despir, mas a pouca sanidade que resta comigo em seus braços me impede de deixar. O que é ótimo quando escuto a porta do quarto ser aberta. Nos afastamos ofegantes e, ao mesmo tempo, voltamos nosso olhar ao Leo.

— Mamãe, desculpa — diz agarrando o dinossauro como se estivesse prestes a nunca mais vê-lo.

— Vem aqui — peço e devagar ele vem e senta entre mim e Victor Hugo.

— Eu me perdi do tio Hugo — diz baixinho, olhando para seus pés. — E não consegui voltar. Então eu sentei perto da árvore.

— Meu amor...

— Eu tava com medo, desculpa. — Abraça ainda mais forte o brinquedo. — A vovó me encontrou e disse pra eu fechar os olhinhos que ia me levar pra mamãe. E eu fechei.

— Sinto muito que você tenha passado por isso, meu amor. — O puxo para meus braços e ele começa a choramingar em meu colo. — Não precisa ter medo, agora você está com a mamãe.

— A senhora não brava? Nem o senhor? — Nós dois negamos com a cabeça.

— Mas eu preciso que você não faça mais isso, amigão. — Hugo pede gentilmente. — Ficamos muito preocupados.

— Eu vi num filme que quando a gente se perde, tem que abraçar uma árvore, mas não deu. — Mostra o gesso, todo dengoso.

— Você fez bem de sentar lá na árvore, mas se um dia acontecer de novo, fala com o segurança ou com o policial, bom? — Hugo fala e Leo confirma com a cabeça.

— Eu prometo, tio Hugo.

~*~

Minha primeira opção era pedir a Carina para ficar com o Leo para que eu fosse falar com Joelma, apenas nós duas, mas não quis incomodá-la em um domingo, muito menos tão cedo.

A segunda opção era pedir para Hugo ficar com ele, mas não me senti confortável para isso.

A terceira opção eu não precisei fazer muito. Logo que Leo foi escolher as roupas para colocar após o banho, Hugo se ofereceu para ir conosco até a casa da minha sogra e não demorei a aceitar. Fazia anos que eu não colocava meus pés naquela casa e sabia que não seria fácil, mas com Hugo seria menos difícil, com certeza.

— Ei, agora que já escovei os dentes, posso te responder: eu também te amo, Helena Peres. — Me abraça pelas costas e olha para mim no espelho alguns segundos antes de me virar para si. — Acho que nunca vou me cansar de te dizer isso. — Beija o topo da minha testa. — Só preciso ir em casa pegar o carregador do meu celular e podemos ir, tudo bem? — confirmo com a cabeça antes de me lembrar da noite anterior.

— Hugo, a Vic ligou ontem e, com toda a confusão, acabei esquecendo. Ela disse que você precisa ligar para o advogado e depois para ela.

— Depois que voltarmos, eu ligo para ela — avisa.

— Tem certeza? Ela parecia bem nervosa e no estado atual dela...

— Ela só está grávida, Helena. — Dá de ombros. — Amo minha irmã, mas ela adora um drama e... Você está me escondendo alguma coisa? — questiona.

— Eu? Por quê?

— Está roendo a unha — aponta e abaixo a mão imediatamente. — Fala a verdade, meu amor. O que está acontecendo?

— Promete que não vai ficar com raiva de mim e nem dela?

— Não vou. — Ele senta ao meu lado no sofá e sem conseguir encará-lo, foco nas minhas mãos.

— Ela me fez prometer que não contaria, mas... bem... — Meu telefone começa a tocar insistentemente.

— Ignora — pede.

— Pode ser a Vic. — E vendo que realmente é ela, atendo imediatamente. — Vic?

O que você acha? — resmunga. — Deu o recado ao meu irmão? É importante!

— Vou passar o telefone para ele. — Ela não se dá ao trabalho de responder.

Tudo isso ou é mais sério do que eu pensava ou aconteceu algo entre mim e ela. Vic nunca me tratou dessa forma. Espero que seja passageiro, que sejam apenas os hormônios da gravidez.

— Se importa se eu levar comigo? — Hugo questiona e nego com a cabeça antes que ela saia falando com a irmã.

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Contem o que estão achando, quais suas expectativas <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora