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Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Victor Hugo fez questão de buscar Leo na escola e ainda pediu para que eu o acompanhasse. Enquanto esperávamos o horário de saída, Gardênia, a diretora, se aproximou do carro aumentando o decote descaradamente.

— Victor Hugo, a que devo a honra... Ah, oi Helena! — A mão de Hugo, acariciando meu joelho, não se abala e continua o carinho.

— Olá, Gardênia. — Victor Hugo a cumprimenta e faço o mesmo. — Estamos esperando o Leo.

— Como assim? Ele saiu mais cedo, conforme o seu bilhete, Helena — afirma.

— Meu o quê? Quem levou ele? — Minha voz se eleva e Gardênia parece, pela primeira vez desde que a conheci, insegura e se afasta da porta do carro, ao mesmo tempo em que desço, ficando de frente para ela. — Para quem você entregou meu filho? — Seguro seus braços, assustada.

— Helena... — Victor Hugo me faz soltá-la. — Gardênia, cadê o garoto?

— A avó, senhora Joelma Peres... — diz nervosa. — Ela trouxe um bilhete assinado por você e...

— Você ficou maluca? Entregou meu filho para quem trouxe um bilhete?

— Ele correu para os braços dela quando a viu... — Tenta argumentar.

— Eu não acredito que você fez isso, meu Deus! — grito e, pegando meu celular com as mãos, tremendo, digito o antigo número de telefone que eu me recordava da casa da família de Mauro. — A senhora Joelma Peres, por favor — peço logo que uma voz atende.

Quem gostaria?

— Helena Peres. — Sem perceber solto o ar que estou segurando.

— Ah, sim, a senhora Peres pediu para passar o endereço onde a senhora irá encontrá-la. — A voz calma me comunica.

— Eu não... — Gardênia mais uma vez tenta se justificar. — O Leo é um caso especial, eu nunca faço isso, mas como foi aberta a exceção para Victor Hugo, eu pensei que...

— Para o seu bem, eu espero que o meu filho esteja tão bem quanto quando saiu de casa! — aviso apontando o dedo no seu rosto e entro no carro, dessa vez do lado do motorista. Hugo não questiona, apenas entra no banco do passageiro enquanto dou partida no veículo.

~*~

Alguns minutos que parecem horas são suficientes para chegar até o clube que Joelma sempre frequentou, mesmo antes de conhecê-la. Até mesmo fui algumas vezes com Mauro, mas não demorei a perceber que aquele não era um ambiente onde eu era realmente bem-vinda.

O segurança até tenta nos barrar na entrada, mas antes que Hugo tente dar carteirada, eu mesma o faço dizendo que sou nora de Joelma Peres, fazendo-o se desculpar e imediatamente nos conduzir até ela. Encontro-a tomando café enquanto Leo devora uma taça de sorvete em sua frente.

— Sua mãe chegou, rapazinho — avisa tirando os óculos escuros do rosto e Leo vem correndo na minha direção.

— Mamãe! — Pula em meu colo me abraçando. — A vovó me trouxe para tomar sorvete. Tio, quer sorvete? — pergunta saindo do meu colo para o de Victor Hugo, que confirma rapidamente e é puxado por Leo para a mesa, assim como eu. — Vovó, esse é o tio Victor Hugo.

— Boa tarde, senhora Peres. — A cumprimenta e nem por um minuto a arrogância de sempre a abandona.

— Helena, querida, há quanto tempo! — Se levanta com um sorriso, tirando os óculos, beijando o ar ao lado das minhas bochechas. — Estou tentando encontrá-los há um bom tempo. Você soube se esconder bem.

— Acho que já podemos ir. — Hugo tenta me ajudar.

— Posso terminar o meu sorvete? — Leo pede para mim, mas Joelma interfere.

— Lógico que pode! Suponho que seja o senhor Mendes, poderia fazer companhia ao Leonardo enquanto minha querida nora e eu conversamos em particular? — Sua educação é tamanha que qualquer outra pessoa que não a conhecesse, não imaginaria a cobra que ela realmente é.

Após eu confirmar com a cabeça, Victor Hugo volta-se a Leo enquanto Joelma começa a andar, esperando que eu a acompanhe e eu o faço.

— Quem te deu o direito de tirar meu filho da escola?

— Você se escondeu bem, Helena — diz cumprimentando a todos com um sorriso. — Deveria saber que, se eu quero algo, eu consigo. Te encontrar quando finalmente decidi fazer, foi fácil.

— Eu não estava me escondendo.

— Pareceu. Não vejo o garoto há anos. — Continuamos a andar. Joelma com sua habitual altivez, usando roupas caras, salto alto e cabelos escuros perfeitamente escovados, assim como a maquiagem discreta que passaria facilmente despercebida de certa distância. Nem mesmo seus olhos claros a entregavam, mas eu sei quem ela é.

— Se queria vê-lo, deveria ter me procurado, não falsificado minha assinatura e tirá-lo da escola sem eu saber. — Paro em sua frente, irritada, e sua expressão continua a mesma, exceto pelo pequeno sorriso que brota no seu olhar.

— Assim você me ofende. Não falsifiquei nada. É um bilhete antigo que encontrei e decidi que estava na hora de ver o meu neto.

— Não me interessa, Joelma. Mas nunca, ouça bem, nunca mais ouse entrar em contato com o meu filho sem a minha permissão!

— Você não pode me proibir de vê-lo. — A conheço bem demais para cair nos seus joguinhos.

— Não me desafie. Você não sabe do que eu sou capaz depois de tudo o que eu passei.

— Helena, entenda. Mauro era meu único filho. — Por um momento a vejo demonstrar um sentimento verdadeiro. — Eu o amava e não soube lidar da maneira certa com a morte dele.

— Você fez com que todos acreditassem que Leo não era filho dele para que não tivéssemos direito a nada.

— Por favor, entenda. — Seus olhos ficam marejados. — Eu o amava. Sei que não foi certo o que eu fiz...

— O Leo nunca passou fome porque eu não deixei. Quando eu pedi ajuda, você me virou as costas e disse para eu me virar sozinha. O que você realmente quer agora, Joelma?

— Helena, não sou a melhor pessoa do mundo. Deus sabe disso. — Aos poucos sua máscara cai e ela demonstra seus verdadeiros sentimentos. — Eu sonhei com o Mauro há alguns dias e ele perguntava sobre o Leonardo e eu não sabia responder.

— Eu...

— Por favor, me deixe continuar — pede e aceno positivamente. — Logo que acordei, comecei a tentar encontrar vocês. Me arrependo de tudo, Helena. Mauro jamais me perdoaria sabendo de tudo o que fiz, mas eu sei que você pode encontrar uma forma de me perdoar e me deixar fazer parte da vida de vocês.

— Joelma...

— Esse era o Mauro quando tinha a idade do Leonardo. — Me entrega uma foto antiga de uma criança parecida com Leo. — Mesmo que eu já não soubesse que ele é filho do meu menino, Helena, teria a prova quando o vi. Ele se lembrou de mim quando me viu na escola. Por favor, não tire isso de mim.

— Eu preciso pensar.

— Por quanto tempo?

— Você teve quatro anos, Joelma. Não tem direito de me fazer essa pergunta.

— Pode, ao menos, anotar o número do seu celular para mim? E, talvez, o endereço de vocês... — Me entrega o próprio aparelho e faço o que pediu. — Obrigada, Helena. Vou esperar ansiosamente pela sua resposta.

— Tchau, Joelma. Lembranças à família — digo antes de virar as costas.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora