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Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Victoria visitou-me no dia seguinte dizendo que somente queria examinar minha perna. Ainda estava incomodada com a dor, mas nada que me impedisse de continuar com o serviço para o qual fui contratada. E mesmo contra sua indicação, na manhã seguinte já estava de volta nas minhas funções.

Sempre fui determinada e não seria uma queimadura boba que me impediria de trabalhar, correndo o risco de perder meu emprego.

Entrando na cozinha, após levar Leo até a van para a escola, era notório que alguém havia tentado não só cozinhar, como também limpá-la de modo muito falho. Toda a louça que fora lavada parecia nem ter visto água. E pensar na possibilidade do arrogante senhor Victor Hugo com uma bucha em mãos me fez rir sozinha. Coloco tudo de volta na cuba da pia e começo a lavar antes de começar a preparar o café da manhã.

~*~

— O que faz aqui? — A voz do meu patrão ecoa irritada pela cozinha e, assustada, derrubo um copo, quebrando-o no chão. — Porra, você não sabe não tentar se machucar, mulher?

— Se o senhor não tivesse me assustado, eu não teria quebrado o copo — reclamo e um rápido vislumbre de sorriso passa pelos seus lábios. — Me desculpa, mas o senhor me assustou.

— Não se mexa — ordena. — Vou te ajudar...

— Eu sei lidar com cacos de vidro, senhor Victor Hugo — resmungo me movimentando devagar para sair da bagunça que se instaurou na cozinha.

— Tenho a plena certeza de que você gosta de me irritar e que está querendo uma indenização por acidente de trabalho.

— É o quê? — grito indignada ao mesmo tempo que a água no chão me faz escorregar, quase me fazendo cair com as mãos nos cacos de vidro, sendo impedida apenas por meu patrão, que me ajuda imediatamente. — O senhor... — Enquanto segura meus braços, noto que estamos próximos demais para um patrão e uma empregada. — Eu não... — Seu rosto se aproxima mais do meu como se fosse me beijar e faço com que me solte.

Ofegante, apoio-me no balcão enquanto ele passa a mão pelo rosto irritado.

— Isso é um absurdo. Eu não estou procurando uma... — respiro fundo. — Uma indenização ridícula. Nunca tive medo de trabalho e não permito que me ofenda dessa forma.

— Eu...

— Não me importa o que o senhor acha. — Minha voz começa a subir gradativamente. — Eu nunca o ofendi e sempre o tratei com respeito.

— Exceto quando me conheceu e segurou o meu pau, certo? — Ele é irônico e está claramente tentando me tirar do sério. E, para piorar, está conseguindo.

— Eu não... Eu... Eu já pedi desculpas, não foi a minha intenção sequer tocar no senhor. Não tenho nem teria vontade de fazer isso nem por um segundo que fosse. — aponto-lhe um dedo no rosto. — Além do mais, se eu quisesse viver encostada, eu já estaria realizando os trâmites necessários. O senhor pode me lembrar o quanto quiser de que eu sou apenas uma empregada... — Ele me observa atentamente. — Porque não tenho a mínima vergonha, trabalho honestamente. Mas não permito que me trate como uma folgada que só está procurando um motivo para parar de trabalhar.

— Helena...

— E quer saber? Eu não vou limpar essa bagunça... — Tiro o pano de prato do meu ombro e atiro nele, que pega o tecido surpreso. — Que o senhor mesmo fez.

— Eu?

— Sim, o senhor. Se quiser me demitir, vai em frente, mas não vou ficar aqui escutando o senhor falar merda sobre o meu caráter e menos ainda limparei isso. Oficialmente estou de atestado. Se achar ruim, você tem o telefone da minha médica. — Tiro o avental e coloco em cima da bancada. — O senhor que limpe a própria bagunça. Até segunda-feira. — Passo por ele tremendo de raiva.

Logo que chego na minha casa, cogito voltar imediatamente para pedir desculpas e implorar que ele não me mande para o olho da rua, mas antes mesmo que eu vença o meu orgulho e chegue à porta, escuto algumas batidas. Confiro rapidamente se não há nada que entregue a mim e Leo e, após guardar rapidamente seu dinossauro de pelúcia, abro a porta encontrando um senhor Victor Hugo desconfortável.

— Oi, Helena — começa logo que me vê. — Eu sou um pouco idiota às vezes.

— Um pouco? — Para, Helena, não tripudia.

— Você pode me ajudar? Estou tentando me desculpar.

— Ainda não ouvi o pedido de desculpas, senhor. — Cruzo meus braços, me divertindo um pouco com a situação, admito.

— Não é algo que tenho o hábito de fazer — assume. — Mas eu sei que estou errado. Você não quebrou o copo de propósito.

— Ainda não ouvi o senhor me pedindo desculpas, só está falando o óbvio — falo e ele sorri.

— Você é atrevida! — Seu sorriso aumenta.

— O senhor não ia me pedir desculpas?

— Certo. — Ele parece não conseguir parar de sorrir. — Me desculpe por ter me exaltado, Helena. Mas você...

— Não tem "mas" em um pedido de desculpas, senhor Victor Hugo.

— Existem regras para pedido de desculpas?

— Se não existem, deveriam existir. — Dou de ombros. — De qualquer forma, vou ignorar o "mas" e deixar para lá. Se tratando do senhor, isso já é uma grande vitória.

— Você pode voltar, por favor?

— Não vou catar os cacos de vidro. Se é por isso que o senhor está aqui, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva.

Meu Deus, cala a minha boca e me faz parar de desafiar o meu patrão! Eu preciso deste emprego.

— Eu mesmo farei isso. Mas como pôde notar, sou um desastre na cozinha. Até tentei me virar sem você, mas não deu muito certo. — Coça a cabeça um pouco sem jeito. — Poderia fazer aquele café, por favor?

— Com uma condição.

— Você é paga para isso, Helena — resmunga rindo, ele tem um sorriso bonito.

— Posso até ser, mas eu estou de atestado — retruco.

, qual a condição?

— Que eu possa assistir minha novela à tarde. O mocinho acaba de ser preso porque acham que ele sequestrou a mocinha, mas, na verdade...

, Helena, não precisa me contar a história toda. Você pode assistir o raio da novela.

— Obrigada, senhor Victor Hugo! — Quase dou um pulo de alegria. — Eu prometo que o volume vai ficar baixinho.

— Ah, mas disso eu tenho certeza. — Ele até tenta disfarçar o sorriso com uma carranca, mas parece uma criança quando termina: — Você também me faz um bolo, Helena?

~*~

Logo após o café da manhã, o senhor Victor Hugo avisou que só voltaria à noite e, estranhamente, agradeceu cada coisa que fiz por ele, além de pedir-me desculpas mais uma vez pelo copo.

No fim do dia, quando Leo chegou em casa, já estava tudo pronto e só o que me restava era mimar meu bebê com o pedaço de bolo que eu havia guardado para ele depois que meu patrão simplesmente quase devorou um bolo de chocolate inteiro praticamente sozinho e tentou me obrigar a comer um pedaço.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora