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Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Estranho é pouco para definir a cena protagonizada por mim e pelo meu patrão. Parecia cena de novela onde o casal de protagonistas ainda não decidiu se beija ou não. O mais rápido que pude, coloquei a mesa e tentei evitar qualquer tipo de contato com ele, até mesmo de pensar sobre ele.

Na noite anterior eu estava falando com Vic sobre nossa amizade e como quero mantê-la. E agora estava prestes, quer dizer, pelo menos fiquei completamente tentada a beijar Victor Hugo, seu marido.

Respirando fundo pela milésima vez, me vejo finalizando a louça do café. Aproveito o celular que Vic me deu e coloco música no fone de ouvido.

Aos poucos vou relaxando, deixando a música tomar conta de mim e, por fim, já estou dançando a velha coreografia de "Mulher Brasileira" do Psirico.

Há tempos não me permito esse tipo de diversão. Mauro e eu nos conhecemos em um bloquinho de rua durante o carnaval e, desde então, não nos desgrudamos. Nosso próximo carnaval foi na casa de praia de sua família quando Leo tinha poucos meses de vida e nossos carnavais seguintes foram sempre ou em casa, ou com alguns que eu achava serem amigos.

Já faz muito tempo que não participo da festa. Mauro havia prometido, depois de um desentendimento que tivemos após eu sugerir que ele fizesse as pazes com sua família, que o próximo seria no bloquinho. Isso nunca aconteceu, pois Mauro já havia me deixado há alguns meses quando o carnaval chegou.

— "... ai, ai, ela é toda boa..." — Me vejo cantar e em seguida, ao fim da música, começo a rir sozinha logo antes de tocar "Pau que nasce torto" e não conseguir me segurar fazendo imediatamente a coreografia me sentindo a própria morena do Tchan.

~*~

Não me demorei a terminar o almoço. A limpeza da casa não era algo que demandava muito do meu tempo, apesar do seu tamanho, eu conseguia limpar tudo de forma rápida e apenas fazer a manutenção durante a semana. Senhor Victor Hugo nunca permanecia tempo o suficiente para sujar.

Por mais que meu patrão tenha algumas manias que eu poderia associar ao meu filho de sete anos facilmente, como sua quase obsessão por bolachas de morango que parecem ter ouro dentro de tão caras, o seu paladar não é tão exigente. Tudo bem que ele não passa sequer 24 horas sem comer o doce, mas ele também não deixa de comer todas as comidas que eu faço, seja o bom e velho arroz com feijão ou algum prato mais elaborado, como massas caseiras.

Após constatar que o almoço do dia está pronto, escuto a voz do meu chefe me chamar, antes mesmo que eu possa começar a servir a mesa. De forma repentina, o senhor Victor Hugo havia passado a ficar mais tempo no escritório de casa desde os últimos dias e eu ainda não havia me acostumado totalmente com isso.

— Helena, no meu escritório. — chama novamente.

Sem espera, me dirijo ao cômodo, só percebendo ainda estar de avental quando fecho a porta, mas já é tarde demais para tirá-lo. Mesmo que não troque muitas palavras comigo, meu chefe parece sempre atento a mim.

— Helena... — quando me viro após fechar a porta, finalmente o vejo.

Usando um óculos de grau com armação dourada fina, o senhor Victor Hugo está sentado atrás de uma imponente mesa de carvalho que ocupa boa parte do espaço. Algumas prateleiras sustentam livros, mas não há plantas ou fotos em qualquer lugar do cômodo, com exceção de dois porta-retratos: um com uma foto dele e Vic sorrindo vestida de branco e ele de smoking e o outro completamente virado para ele, impedindo-me de saber que foto está ali.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora