Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3
Beijos purpurinados,
Kami <3
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Senhor Victor Hugo viajou alguns dias após a cena que protagonizamos na cozinha e até mesmo nossa relação teve certa mudança. Ora ele me tratava bem, ora nem olhava em minha direção. E eu simplesmente o cumprimentava com o meu humor natural, irritando-o na maioria das vezes.
Após deixar tudo limpo, decidi ir até Carina levando-lhe uma torta de limão, aproveitando buscar Leo que sempre adorava visitá-la. Eu já havia agradecido a ela, mas nunca custava agradecer mais uma vez, principalmente estando acompanhada de uma boa sobremesa.
— Oi, Helena. — Vic desce do carro logo que me vê. — Você está de saída?
— Hum... Sim. Eu vou levar essa torta para uma amiga — informo. — Precisa de alguma coisa?
— Não, eu vim só conferir algumas coisas que Hugo me pediu. Que tal jantar lá em casa hoje à noite?
— Obrigada pelo convite, mas, sinceramente, estou indo para o centro de São Paulo, depois vou buscar o Leo na escola e...
— Só ouço desculpas, dona Helena. — Vic revira os olhos. — Estou começando a achar que você não quer ser minha amiga...
— Onde já se viu empregada amiga de patrão, Vic? — falo e me arrependo imediatamente, principalmente quando ela me lança um olhar magoado.
— Bom, se você acha isso, tudo bem. A sinhá aqui vai fazer o que o Hugo pediu.
— Vic... Eu...
— Esperava palavras como essas vindas do Victor Hugo, não de você, Helena. — Sobe as escadas em direção à porta enorme de madeira. — Mas está tudo bem. Você está decidindo se "por" o lugar em que acha que deve ficar.
— Me desculpa, Vic, eu não quis dizer isso. De verdade. — Sou sincera, mas ela simplesmente entra e fecha a porta. E não tiro a sua razão.
Decido deixar de lado meus planos de visitar Carina, já que nem mesmo havia marcado, para me desculpar de verdade com Vic, que tanto me ajudou desde o primeiro momento.
A casa é enorme, pelo menos o andar inferior, que é o único que eu conheço, conforme as ordens. Logo que passo pela porta vejo o hall, com um chão em mármore que se estende por toda a casa. A decoração é bem simplista, apesar de ficar bem claro que foi investido um grande valor nos adornos.
Na sala tem um grande lustre dourado com cristais pendentes e os grandes sofás brancos são os protagonistas do cômodo. Também há uma TV enorme que nunca vi ligada, além de uma estante cheia de uma variedade gigantesca de livros e alguns aparadores, onde deixo a torta.
Sentada em um dos sofás está Vic, claramente chateada enquanto mexe no celular.
— Vic... — Sento-me ao seu lado. — Me desculpa, de verdade; eu realmente gosto muito de você, é só que...
— Eu estou muito sensível, devem ser os hormônios...
— Mesmo assim eu não deveria ter dito o que disse.
— Você realmente se sente assim em relação a mim? — Deixa o celular de lado e se vira para mim com os olhos marejados e um biquinho. — Eu te tratei como inferior em algum momento?
— O quê? Não, em nenhum momento.
— Eu estou sendo invasiva, é isso? Pode me dizer o que eu estou fazendo de errado... Sempre disseram que eu me esforço muito para fazer amizades...
— Vic, você não fez nada de errado — suspiro. — Eu estou com a cabeça cheia. Mas isso não é desculpa para eu te tratar como tratei.
— Por que não me falou, Helena? Eu realmente gosto muito de você e do Leo. Quero ajudá-los da melhor forma possível...
— Não vou mentir, Vic. Desde que o Mauro se foi, não tive tanta ajuda quanto precisei. E, de certa forma, tornei-me um pouco cética. Não é que eu não acredite em você ou nas suas intenções, eu só... Bom, desculpa o linguajar, mas, sinceramente, eu só tomei no cu com as pessoas em quem confiei.
— Eu entendo, Helena, e sinto muito pelo que vocês passaram. Mas nunca mais ouse falar comigo daquela forma! — reclama já com um sorriso no rosto.
— Prometo! — Levanto meu dedo mindinho e ela faz o mesmo, cruzando com o meu. — Faz o que o patrão pediu e me encontra lá em casa, vamos comer a torta que eu fiz.
— Tá bom. Vou em um minuto — garante.
Passando pela porta dos fundos, contorno a piscina retangular e sigo pelo caminho de pedras até minha casa. Ela não é nova, mas a reforma que Vic fez antes da minha mudança fez toda a diferença. A casa tem uma grande janela na lateral, que fica no quarto, e uma pequena varanda na entrada; acho meu cantinho um charme.
Quando me mudei estava praticamente mobiliada por completo, exceto pelos dois quartos completamente empoeirados. Até mesmo um sofá-cama tinha na sala. Os móveis, assim como a casa, eram velhinhos, mas tudo perfeito para mim e para o Leo.
A cozinha separada da sala com um balcão, que usamos como mesa, estava limpa e organizada, precisando somente que eu separasse os utensílios para comermos nossa torta.
~*~
Vic e eu tivemos uma tarde extremamente divertida regada a comida e filmes ruins, como Sharknado que, até então, eu não conhecia, mas ela afirmou ser o filme preferido dela e do senhor Victor Hugo.
Fiquei surpresa após saber inclusive que existem várias sequências do filme, as quais recusei-me prontamente a assistir, sendo convencida ao ser chantageada por ela utilizando a gravidez como desculpa.
— Não faz sentido nenhum! Isso não existe. Tornado de tubarões?
— Mas não é para fazer sentido, Helena. — Dá de ombros. — O Homem de Ferro também não existe, mas nem por isso deixo de assistir Os Vingadores. Inclusive, quanto homem gostoso reunido em um universo só, hein?
— Vic, você é uma mulher casada! — brinco apontando para o grande diamante em seu dedo esquerdo e fingindo que estou a repreendendo.
— E daí? Ele também adora assistir, sempre baba na Viúva Negra.
Já era praticamente noite quando terminamos o terceiro filme e, enquanto eu levava a louça que usamos para a cozinha, o celular da Vic tocou e aproveitei para dar-lhe um pouco de privacidade.
— O quê? Não, estamos a caminho, fica tranquila. — A voz dela fica alta de repente. — Como assim Conselho Tutelar? Não precisa disso! Eu estou a caminho.
— O que houve, Vic? — Volto rapidamente para a sala.
— Você disse que iria buscar o Leo na escola?
— Merda! Eu ia antes de ir na minha amiga — confirmo desesperada. — Esqueci completamente. Preciso buscar meu filho. — Calço meus chinelos.
— Vamos, eu te dou uma carona.
— Que tipo de mãe esquece o filho na escola?
— Calma, Helena, vamos lá... — Abre a porta e passo rapidamente. — Tem mais uma coisa...
— O que mais eu esqueci? — Paro repentinamente e ela colide com seu corpo contra o meu.
— Você não, mas... Melhor eu falar de uma vez. Bom, a diretora disse que vai chamar o Conselho Tutelar na escola.
— Ah, merda!
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Meu Viúvo - (COMPLETO)
ChickLitJÁ DISPONÍVEL NA AMAZON! Não recomendado para menores de 18 anos! ... Para Victor Hugo, desde a morte de sua esposa, o mundo é um lugar sombrio. E junto com aquele caixão, tudo o que ele era e amava, foi enterrado, fazendo o que restou de sua vida s...