Henry Adams
- Estamos falando sério Henry, queremos um neto.
- Mãe já disse que mulher e filhos estão fora de cogitação, já conversamos sobre isso. - Bufei, era a quarta vez no dia que Lia Adams tocava no assunto de filhos.
Filhos nunca foi uma opção, não para mim ao menos. Crianças só geram gasto e estresse, então por que tê-las?
- Henry Adams precisamos de um herdeiro e você sabe disso, ou acha que irá viver eternamente? - perguntou irritada.
Sempre foi divertido ver sua mãe irritada com ele, mas naquele momento não, estava tão irritado quanto ela. Qual a necessidade de ter um filho?! Amava crianças, afinal elas eram fofas e a inocência nos olhos delas trazia uma paz maravilhosa, mas não estava pronto para ter uma.
- Já disse que filhos está fora da minha lista de desejo.
- Henry, filho, por favor - suspirou, suas mãos foram ao cabelo grisalho. - É o legado de seu pai, sabe o quanto ele batalhou por tudo isso? - sua voz estava por um fio, lembrar de meu pai era uma das coisas mais difíceis para ela. - Eu só quero que seu nome continue, por favor Henry, pense bem sobre isso meu filho.
Lia andou até mim depositando um beijo em minha testa antes de sair da sala.
[...]
- Então quê dizer que será pai? - Lydia perguntou assustada.
- Não.
- Não?
- Lydia eu não posso, não nasci para ser pai e mesmo se eu quisesse não teria como, não saio com alguém a anos.
- Henry você precisa curtir mais, a vida não é só trabalho.
- Exatamente por isso que a gente viaja. - Sorri para a morena, fazendo a mesma revirar os olhos.
Lydia Foster era como uma irmã para mim, nos conhecemos na creche e estamos juntos até hoje, de todas as pessoas Lydia é a única a qual eu tenho confiança.
- Talvez um filho seja bom para você.
- Lydia por favor não começa, não concorde com meus pais.
- Henry eles estão certos - observei a morena tirar os cupcake do forno. - Precisa mudar um pouco a sua vida, está vivendo na mesma rotina desde que saímos da faculdade.
Ela não estava errada, desde que nos formamos, foquei inteiramente no meu trabalho, os únicos momentos que não estava trabalhando eu estava com Lydia.
Minha vida se resumia apenas nisso, trabalho e Lydia.
- Não preciso de um filho para mudar minha vida.
- Henry pelo amor de Deus, só está teimando nesse assunto por quê sabe que é o certo a se fazer.
- Mesmo se fosse, não dá 'pra encomendar um filho por telefone e esperar ele chegar pelo correio - a morena riu. - Sabe que não quero dor de cabeça com mulheres.
- Então adote.
- Adotar?
- É Henry, pronto seus problemas estão resolvidos podemos comer agora? - apontou para os cupcake já decorados em cima da mesa.
- Ly, eu nunca pensei em adoção.
- Para tudo tem uma primeira vez.
A morena mordeu o cupcake, sujando completamente sua boca. Mesmo com seus vinte e oito anos nas costas, Lydia continuava sendo uma doce criança.
- E caso não queira recorrer a adoção, pode muito bem ir atrás de uma barriga de aluguel.
Olhei-a, Lydia agia como se estivéssemos falando sobre adotar um bichinho de estimação. Parando para pensar, um cachorro não seria má ideia.
- Eu poderia adestrar um cachorro.
- O que?
- As pessoas fazem isso, ensinam os animais a fazerem diversas coisas.
- Não está pensando em vestir um cão com roupa de cozinheiro, e levá-lo ao master chef, está?
- Não é má ideia.
Rimos.
- O que estamos esperando? Vamos logo, quero ver nosso cão chefe.
- Nosso?
Olhei ironicamente para Lydia, fazendo a mesma revirar os olhos.
- Serei tia dele, tenho meus direitos.
- Meu filho, minhas regras.
A morena revirou os olhos.
- Você ainda não tem um filho.
- E você não tem seus direitos como tia.
Sorri para a garota, que revirou os olhos. Ambas as ideias não eram ruim, um cachorro poderia ser uma boa companhia, e uma criança, bom, talvez a ideia não fosse tão ruim.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...