Henry Adams
Acordei Katy e Mason bem cedo, pretendia fazer uma surpresa para eles e queria que tudo desse certo. Ambos passaram o caminho todo fazendo perguntas sobre o que iriamos fazer e aonde iriamos, pararam assim que cheguei na confeitaria.
- Por que a gente está aqui?
- Não tenho muita encomenda por hoje, pensei em traze-los comigo, quando acabarmos podemos ir aonde vocês quiserem.
- Quando nós acabarmos? Sou um desastre na cozinha, e Katy é uma criança, está tentando acabar com a reputação desse lugar?
- Mason, ninguém nasce sabendo de tudo, podem aprender a fazer as coisas, e existem outras pessoas que trabalham aqui, vão ajudar também.
Descemos do carro e entramos na loja, ainda não tínhamos aberto a loja mas todos os funcionários estavam lá, assim que entramos na cozinha todos pararam para olhar.
- Hoje teremos uma ajudinha a mais, Mason e Katy iram nos ajudar e quero que ajudem eles também.
- Desde quando você tem crianças? – Evilyn questiona.
Tinha me esquecido completamente que iam me questionar sobre as crianças, por que as pessoas têm que ser tão curiosas quando se trata da vida dos outros? Eu não poderia falar que eram meus sobrinhos afinal eu não tinha irmãos e a única pessoa próxima de mim era Lydia, mas ela não tinha filhos.
- Desde que eu decidi ter filhos, agora ao trabalho pessoal, não temos tempo para batermos um papo.
- Você acabou de revelar que tem filhos para a pessoa mais fofoqueira desse lugar, cavou a própria cova Adams. – Charles zombou. – Oi, sou Charles, um velho amigo e funcionário do pai de vocês. - Sorriu.
- Qual sua área Charles?
- Sou mil e uma utilidades garoto, faço de tudo um pouco aqui, mas prefiro ficar com as estruturas dos bolos, costumo fazer os "moldes", vem vou te mostrar como funciona.
Mason seguiu atrás de Charles, Lydia e Any logo aparecem para me roubar Katy também. Não havia sido assim que eu imaginei o dia, na minha cabeça eu iria ficar com eles o tempo todo, mas acabou que ambos ficaram com meus amigos. No final acabamos ficando o dia todo por lá, tanto Mason quanto Katy gostaram do lugar e das pessoas e acabamos ficando.
- Podíamos sair para comer. – Any sugeriu. – Talvez uma pizza, não sei.
- Apoio, estou mesmo precisando sair um pouco.
- Problemas no paraíso Foster?
- A família de Lincoln está em casa a duas semanas, e eu não aguento mais, eles são legais, mas eu queria o silêncio maravilhoso da minha casa de volta.
Rimos. Lydia tinha um certo problema com a família de Lincoln, eles eram pessoas boas e legais, mas não conhecem limites, estão sempre se intrometendo na vida dos dois e muitas vezes até tomam decisões pelo casal e Lydia odiava isso.
- Quando eles vão embora?
- Eu não faço ideia, a mãe dele não sai do meu pé por conta do casamento, desde que ficamos noivos ela não para de falar nisso mas eu não quero me casar agora, só quero a paz na minha casa novamente, apenas isso.
- Tá bom, você acabou de me convencer, vamos comer pizza.
Fomos os seis para a nossa pizzaria favorita, antigamente íamos todos os fins de semanas para lá, mas infelizmente as coisas mudaram e passamos a não ir mais, não juntos ao menos.
- Nunca vim aqui antes. – Mason sussurrou para mim.
- Quase ninguém vem aqui, apesar da pizza ser a melhor da cidade.
- Vocês vinham bastante aqui?
- Todo final de semana.
Suspirei, sentia falta daqueles momentos aonde nos uníamos e jogávamos conversa fora, por mais que trabalhávamos juntos não era a mesma coisa. Any escolheu a mesma mesa de sempre, e assim que me sentei várias lembranças me atingiram.
- Vamos lá Foster, estamos aqui para ouvir seus problemas. – Charles disse, enquanto encarava o cardápio como se fosse algo novo para ele.
- Meu único problema já foi dito, é a família de Lincoln.
- Foster eu não nasci ontem e muito menos te conheci hoje, o que aconteceu para não querer se casar mais?
- Charles eu nunca disse que não queria me casar mais, apenas disse que não quero agora.
- Vi o quão animada estava depois do noivado, falava do casamento até dois meses atrás com brilhos nos olhos. – Charles abaixou o cardápio e à encarou. – O que aconteceu Foster?
Charles Turner era observador, sempre sabia quando algo estava acontecendo, as vezes ele descobria até mesmo antes de você.
- Não aconteceu nada demais, podemos mudar de assunto? – Lydia olhou para Any, como sempre fazia quando mentia para nós.
- Vai nós contar como decidiu adotar dois filhos? – Any perguntou.
- Foi ideia da Ly.
- Adams agora é pai, estou impressionado com isso.
- Consegui impressionar um Turner, agora sim eu zerei na minha vida.
- E então garoto, ele 'tá sendo um bom pai? Não precisa puxar o saco de ninguém não, sabemos como o Adams é.
- Ele está se saindo bem até. – Mason disse rindo.
- E como foi na gravadora Mason?
- Foi bom, eles gostaram.
- Isso é ótimo, vai assinar contrato?
- Não, isso não é para mim.
- O garoto toca?
- Sim, e canta também, e pode acreditar Charles, é muito melhor que você.
- Disso eu duvido muito, mas um dia eu passo lá para ver se é tão bom assim.
- Que tal amanhã? Depois do serviço a gente vai para minha casa, fazemos um jantar e Mason te mostra que é muito melhor que você no violão.
- Eu topo, contando que seus vizinhos não nos expulsem de novo.
Ri de sua referência. Quando ganhei o "apelido" de baladeiro na mídia, Charles e eu íamos quase todos os dias para as festas, voltávamos sempre muito bêbados e em uma dessas vezes inventamos de fazer um "show" em plena três da manhã, os vizinhos ligaram reclamando do barulho e em resumo de tudo, paguei uma multa e quase fui expulso do prédio.
- Eu topo também, quanto mais longe conseguir ficar de casa é melhor.
- Não vai mesmo nós contar o que está rolando Foster?
- Eu já falei, para de insistir que tem algo a mais Charles.
- E você Any?
- Vou ganhar o dia de folga por isso?
- Não.
- Então não, obrigada.
- Para de se fazer de difícil Marshall, sabemos que você vai.
- Droga. – Any disse. – Katherine Hepburn está aqui.
- Aonde?
- Quem é Katherine? – Mason perguntou.
- Ela está vindo pra cá Harry.
- O que essa mulher tanto quer com você? - Lydia perguntou.
- Ela quer saber cada detalhe da minha vida para poder publicar e ganhar mais dinheiro.
Katherine passou ao nosso lado como se não fizesse ideia que estávamos ali, sentou-se em umas mesas à frente da nossa. Estava com a cabeça baixa, de olho no celular, não demorou muito para um homem se sentar com ela na mesa à fazendo levantar o olhar e enfim olhar para mim, seus olhos pretos pareciam estar mais escuros que o normal.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...