Henry Adams
- Eu posso bincá?
- Pode sim princesa.
A loirinha sorriu para mim e correu para a área kids da lanchonete, eu sei o quanto estou sendo um péssimo pai levando eles para comer lanche quase todos os dias mas hoje estávamos comemorando.
- Era sua mãe hoje mais cedo?
- Era sim.
- Ela não faz ideia que agora você é pai, não é?
- Não, ela não faz ideia. – ri. – Pretendo contar para ela amanhã, hoje eu quero apenas aproveitar isso.
Mason assentiu, escolhemos nossos lanches e permanecemos em silêncio observando Katy brincar.
- Lia Adams é o nome da minha mãe, e Maciel Adams meu pai. – Mason passou a me encarar. – Lydia Foster foi meu primeiro amor, aquele de infância, mas ao longo dos anos passei a vê-la como uma irmã, Charles foi meu amigo de balada, e Any meu "anjo" – rimos. – É graças a Any que parei com as baladas e foquei no trabalho.
- O que devemos esperar do seus pais?
- Perguntas de como trato vocês, e mimos, muito mimos.
- Não tem irmãos?
- Não, em partes é por conta disso que adotei vocês.
- E Katherine Hepburn?
- É só uma jornalista.
- Leva todas jornalistas para jantar?
- Por que tão curioso Mason?
- Nem eu sei.
- Alguma coisa na Katherine me atraiu, só isso.
- Mas aconteceu algo entre vocês?
- Por que sempre questiona tudo quando o assunto é a Hepburn?
Mason se calou, nossos lanches chegaram e Katy correu para nossa mesa para comer. Ajudei Katy a comer, no final nós dois saímos sujos de ketchup, Mason tirou foto nossa e postou em seu instagram. Passamos em um supermercado e enfim voltamos para casa, fizemos nosso "programa" com sorvetes e Gravity falls.
- Katherine, minha mãe se chama Katherine. – Mason disse assim que entrou na cozinha. – É só isso que eu sei sobre ela, ainda tenho poucas lembranças de quando vivíamos juntos.
- Disse que viu ela esses dias.
- Acredito que tenha sido ela. – Suspirou. – Eu tinha seis anos quando ela foi embora, meu pai quase nunca estava em casa por conta do trabalho, mas quando ele estava era horrível, ele levava sempre alguma mulher em casa e eles bebiam muito, muitas vezes meu pai agredia as mulheres.
Sentei-me sobre o balcão da cozinha e Mason fez o mesmo, enchi dois copos com café.
- Robert McLaren era um viciado de merda, os pais da Tess me deixavam ficar lá durante os fins de semanas.
- E sua mãe?
- Ela reapareceu uns anos depois, dizia que me queria de volta e que faria de tudo para conseguir. – Riu ironicamente. – Três meses depois ela deu à luz a Katy, e sumiu de novo, conheci Renê pouco tempo depois de Katherine ter abandonado nós dois, Renê nos levou para morar com ela a principio, mas depois fomos parar no orfanato.
- Robert não te procurou?
- Procurou, uma vez só, pediu desculpa por tudo que tinha feito e disse que não tentaria pegar minha guarda de volta porque eu não merecia passar por todo aquele inferno novamente. – Bebeu um pouco do café. – Mais cedo você me perguntou o motivo deu questionar tanto quando o assunto é Katherine Hepburn, a verdade é que... - respirou fundo. – Acho que a jornalista é minha mãe.
- Tem certeza disso?
- Não, mas algo nela me é familiar.
Virei a xícara de café de uma vez só, havia uma pequena chance de Katherine ser mãe deles e sobraria para mim resolver isso.
- Certo, nós vamos descobrir isso, mas não hoje, vou colocar sua irmã na cama já.
- Meu pai assumiu Katy.
- O que?
- Quando ele foi ao orfanato me vê, contei a ele sobre Katy, e pedi para ele assumir ela e lhe dar um sobrenome, e ele fez.
- Por isso que ambos são McLaren, Robert não foi tão terrível na última vez que se viram.
- É, ele não foi, mas isso não apaga tudo que ele já fez de ruim.
Deixei a xicara sobre o balcão e voltei para sala, Katy lutava contra o sono.
- Vem pequena, vamos dormir.
Katy se levantou do sofá e foi para seu quarto sem reclamar, o sono estava realmente à vencendo. Cobri a menininha já deitada na cama, lhe dei um beijo na testa.
- Boa noite princesa.
- Boa noite papai.
Fechei a porta de seu quarto sorrindo, eu estava ficando bobo com aquela criança. Como uma simples palavra conseguia me deixar assim? Eu só queria gritar para o mundo todo que agora eu era pai. Se eu continuasse ali, era capaz de explodir com tanta felicidade.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...