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Henry Adams


Acabei ficando horas vendo os orfanatos com Lydia, a morena estava mais animada do que eu com a ideia da criança.
- Marquei a visita pra hoje as 16h.
- Hoje não dá Lydia, tenho uma reunião com McCartney.
- As 14h eu sei, a visita ao orfanato é as 16h Henry.
- Não dá Ly, hoje não.
- Não quer ir sozinho, é isso? Se quiser eu vou com você, sabe o quanto eu amo crianças.
- Lydia Foster hoje é seu dia de folga, não era nem para estar aqui então suma da minha frente.
A morena bufou.- Sabe que estou aqui como amiga, não como funcionária.

- Ly vai logo embora, vai aproveitar o dia com o Lincoln, amanhã falamos sobre isso.
- Só vou se me prometer que vai ao orfanato.
- Lydia.
- Por favor Henry, ao menos tente ir.
- Me manda o endereço, se eu conseguir um tempo irei.
Lydia sorriu, depositou um beijo em minha testa enquanto me abraçava.

[...]

- Senhor Adams é um prazer recebê-lo aqui - disse a "diretora" do orfanato. - Sou Renê Jones.
"O que eu estou fazendo aqui?" Essa perguntou começou a se repetir várias e várias vezes em minha mente, havia terminado mais cedo a reunião com McCartney apenas para estar ali. Droga Henry, o que está acontecendo com você?
- O prazer é todo meu, Renê.
- Conversei com a senhorita Foster mais cedo, pensei que viriam juntos.
- Não, Lydia está apenas me auxiliando nisso.
- Estão juntos?
- Não.
- É solteiro senhor Adams?
- Sim.
- Pretende adotar uma criança sozinho?
- Sim, a intenção é essa.
- Acha que consegue cuidar de uma criança sozinho senhor Adams?
- Tenho certeza que sim, cuido de várias confeitarias, uma criança não deve ser tão difícil assim.
Sua risada debochada me deixou surpreso.

- Vamos ver as crianças.
Passei a seguir Renê. Paramos no Jardim aonde as crianças corriam e os adolescentes conversavam uns com os outros.
- Crianças, temos visita - gritou Jones.
Por minutos desejei estar na reunião com McCartney. Sentia várias mãozinhas em meu corpo, os olhares inocentes que eu tanto amava estava por todos os lados.
- Crianças deixem o senhor Adams respirar um pouco - pediu Jones.
E aos poucos eles se afastaram, voltando a correr pelo jardim.
- Desculpa por isso, eles estão bem agitados hoje.
- Tudo bem - sorri.
Observei as crianças durante 30 minutos, ouvir a risada delas me fazia rir também. Durante os 30 minutos que fiquei no Jardim conheci os adolescentes, Jenni apresentou todas as crianças para mim.
Adolescentes estava fora da minha lista mas aqueles me faziam pensar bem sobre isso.
Assim que todas as crianças entraram, segui rumo à sala de Jones.
- O que achou deles?
- São adoráveis.
- Pensa realmente em adotar, senhor Adams? Sabe que cuidar de uma criança é muita responsabilidade, principalmente uma criança que não foi gerada graças ao senhor.
- Eu quero entrar com o processo de adoção.

Não sei bem quando aquele desejo de meus pais, havia virado o meu também, mas estava certo do que queria. Aqueles serezinhos haviam animado minha tarde, e feito com que eu desejasse tê-los em minha vida.
- O senhor tem certeza disso? Sabe, cuidar de uma criança é difícil, sozinho então...
O modo como Renê estava duvidando da minha capacidade de cuidar de outro ser além de mim mesmo, me deu a certeza do que eu faria a seguir.
- Eu irei adotar, e tenho a total certeza disso senhora Jones.

Nunca fugi de um desafio e não seria agora que fugiria. Infelizmente meu cachorro master chefe teria que ficar para outro momento.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora