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Henry Adams

- Senhor Adams, tem uma mulher querendo ver o senhor, ela está lhe aguardando no escritório.
Deixei o glacê de lado e segui para o escritório improvisado, geralmente era lá que conversávamos com as pessoas que desejavam encomendar doces, mas para minha surpresa - nem tanta assim, já que Lia Adams havia me avisado que teria uma entrevista essa semana -, Katherine Hepburn estava sentada em um dos pufes do local, em seu colo havia uma pequeno caderno e caneta.
- Senhor Adams. - Sorriu. - Fico feliz que tenha arranjado um tempo em sua agenda, senhora Adams me informou que está bem ocupado com essa mudança. Bom, podemos começar? Não quero lhe roubar tanto tempo assim.
Sentei em sua frente, enquanto Katherine arrumava suas coisas para começarmos, passei a observar seus traços novamente, seu cabelo continuava tingido de verde mas estava bem mais escuro que antes, sua pele estava mais bronzeada indicando que talvez ela tenha passado um fim de semana na praia ou então em uma piscina.
- Henry Adams, como foi assumir o legado de seu pai? Quais foram suas dificuldades nisso?
- Não tive dificuldades, sempre trabalhamos juntos, então para mim não foi uma mudança tão grande assim, apenas mais alguns papéis para assinar.
- Sente falta de sua vida antes? Digo, quando seu pai administrava tudo e você podia fazer o que quiser, me lembro de muitas matérias sobre você e suas aventuras em casas noturnas.
- Não sinto falta de nada, tudo tem sua fase afinal, e mesmo com tantas "aventuras" conseguia fazer todo o trabalho por aqui.
- Mas seu pai fazia a maior parte, ou estou errada?
- Sempre dividíamos tudo, ele me ensinou tudo que sabia.
- Quais seus planos de agora em diante? Pretende abrir novas lojas?
- Por hora não, tenho muitos projetos internos e acredito que novas lojas não são necessárias por agora.
- O que seria esses novos projetos?
- Prefiro mantê-los no sigilo, todos saberão quando for a hora.
- Certo, agora me diga um pouco de sua vida pessoal.
- O que exatamente quer saber?
Seu olhar focou em meu rosto, me senti brincando com uma fogueira, e a qualquer deslize eu me queimaria, mas não estava com medo, pelo contrário, aquilo me deixava ainda mais animado.
- O que todos querem saber, se a alguma mulher em sua vida, ou então filhos.
Katherine ficou mais atenta à mim assim que citou "filhos", passei à me sentir um pedaço de carne pronto para ser devorado por um leão faminto.
- Não, não há mulher alguma em minha vida e muito menos filhos.
- Mas tem planos para isso? Pensa nesse assunto como um futuro próximo?
- Penso no assunto, mas não por hora, talvez daqui uns cinco ou seis anos.
- Adotaria seus filhos?
Encarei a mulher em minha frente, ou ela tinha uma palpite muito bom ou então sabia de coisas que não deveria.
- Não vejo porque não, caso eu não ache alguém especial e que queira uma família comigo, à adoção será uma boa opção.
- Então à adoção é seu último plano?
- Não.
Katherine sorriu satisfeita com minha resposta, e eu soube que havia acabado de me queimar na fogueira.
- Já acabamos senhorita Hepburn? Tenho muitas encomendas para terminar e eu realmente queria terminar tudo antes das seis.
- Algum compromisso importante senhor Adams?
- Apenas com meu sofá.
- Certo, podemos continuar amanhã? Tenho algumas perguntas referentes a seu pai, e queria colocar na reportagem também.
- Claro, continuamos amanhã então.
Katherine pegou suas coisas, apertou minha mão e saiu do escritório, em menos de cinco segundos Lydia adentrou o local.
- E como foi?
- Ela sabe sobre à adoção, Ly.
- Tem certeza? Henry, não tem como ela saber.
- Ela estava no jogo de basquete do Mason.
- Isso não quer dizer que ela saiba.
- Que seja, ela não soltando nada referente a isso na mídia por hora está tudo bem.

[...]

- Sabe hoje foi bem legal, Fank levou à gente po paque.
- E brincaram bastante?
- Sim. - gritou. - Mas senti sua falta lá, a gente tava peto da sua casa mas Fank disse que você não tava lá.
- Frank estava certo, eu estava no trabalho.
- Tabalho?
- Sim, um dia te levo lá, se quiser.
A garotinha sorriu e agarrou meu pescoço em forma de um abraço.

- Eu adoaia.
- Katy, querida solte o senhor Adams. - A menininha soltou rapidamente, e olhou para à diretora. - Seu irmão chegou Katy, que tal ir contar para ele como foi o passeio enquanto eu converso com o senhor Adams?
- Eu posso bincá com o Heny depois?
- Pode sim.
- Ebaa, depois eu volto. - A menor depositou um beijo em minha bochecha e correu atrás de Mason.
Segui Renê até seu escritório, o silêncio estava me matando. Havia algo de errado, e aquele suspense todo estava acabando comigo. Não sei se aguentaria ficar sem Mason e Katy, ambos havia se tornado uma parte importante em minha vida, e que eu não saberia viver mais sem.
- Estive conversando com a assistente social que está acompanhando seu caso, ela veio durante toda à semana aqui para conversar com Katy e Mason.
- E então?
- Ainda é preciso da aprovação e assinatura do juiz mas você conseguiu à guarda provisória das crianças, pode levá-los para sua casa quando quiser, eles são seus filhos agora senhor Adams. – Renê sorriu. – Bom, provisoriamente são seus, mas não duvido que sejam oficialmente seus logo mais.

Não precisava me olhar no espelho para saber que carregava um sorriso bobo no rosto, eu estava maravilhado com a notícia.

EU SOU PAI, desejei gritar para o mundo inteiro. Estava explodindo de felicidade.

- Posso levá-los hoje?

Renê sorriu.

- Sim senhor Adams.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora