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Henry Adams

- Papai! – A voz de Katy tomou conta da sala, fazendo Martin ficar em silencio.

- Oi querida. – Sorri para a menininha que correu até mim, se jogando em meus braços.

- Sua filha é muito bonita senhor Adams. – Martin sorriu.

- Desculpa Henry. – Any disse, se encostando no batente da porta. – Não sabia que estava ocupado.

- Tudo bem Any. – Sorri, voltando-me para Katy. – O que acha de comer alguma coisa enquanto o papai termina aqui?

- Vai demoá?

- Não meu amor, não vai.

Katy correu para fora junto com Any, sumindo rapidamente do escritório. Estávamos naquela rotina a três dias, pegavam Katy para mim na escola e a levavam para a confeitaria já que eu estava ficando até tarde na loja três. Queria terminar o quanto antes, e para minha felicidade, Martin era o último.

- Tem filhos Martin?

- Tenho dois. – Sorriu. – Um de sete anos e outro de quatro, eles não param um segundo.

- Entendo você completamente. – Sorri ao achar a brecha que precisava. – Eles também pedem para você cozinhar com eles? Katy é louca por glace.

- Os meus filhos também. – Riu, parecendo se lembrar de algum momento. – Uma vez meu filho mais velho, Kenny, me inscreveu em um concurso de culinária sem ao menos me contar, minha esposa e eu só descobrimos quando o sorteio foi realizado e Kenny ficou triste por não terem me sorteado.

Sorri pensando na cena. Era algo que Katy com certeza faria também, o que me facilitou de imaginar a cena de Martin com seu filho.

- Sabe Martin, conversei com diversas pessoas aqui. – Dei uma pausa apenas para vê-lo engolir seco. – E devo admitir que fiquei surpreso ao ouvir que o senhor faz diversos doces para a loja.

- Me perdoe senhor Adams, e-eu nem sei o que dizer para o senhor.

- Não precisa dizer nada Martin, apenas cozinhe para mim.

- O que? – Olhou-me surpreso.

- Me disseram que seus doces são os melhores, e eu quero experimentá-los.

Martin pareceu surpreso, porém assentiu com a cabeça. Levantou-se da cadeira, saindo do escritório rapidamente. Segui-o até a parte recepção da confeitaria, que já se encontrava fechada. O rapaz me entregou um pequeno bolinho, que devo admitir, estava divino.

- Conversaremos todos amanhã de manhã, obrigado por ter ficado até mais tarde Martin e pelo doce também. – Sorri. – E não se preocupe, ganhará cada minuto a mais de hoje.

- Obrigado senhor Adams. – Sorriu, pegando outro bolinho no balcão e o entregando a Katy. – Até amanhã.

Suspirei completamente cansado, os dias estavam sendo extremamente cansativos. Preferia passar horas em uma cozinha, do que em um escritório, mas infelizmente, aquilo fazia parte do trabalho.

- Vamos, eu dirijo. – Any se pronunciou, pegando Katy no colo.

Segui sem pestanejar as garotas, entrando no meu carro pelo banco do passageiro, entreguei a chave para Any, e seguimos em silencio até meu apartamento.

- Quer pedir o jantar? – Any perguntou ao adentrarmos o apartamento.

Katy caminhou lentamente até o sofá, se jogando sobre ele. Procurei Mason com o olhar, mas não o encontrei, deveria estar no treino ainda. Voltei-me para Any, que retirava o casaco amarelo de seu corpo. Se olhassem para nós, diriam sem sombras de dúvida que éramos uma família, coisa que atualmente estávamos parecendo.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora