Henry Adams
Três horas havia se passado desde que chegamos em casa, e por milagre divino eu não estava arrependido do que fiz.
Durante o almoço consegui conversar mais com Mason, e me surpreendi com o garoto.
- Podemos binca lá foa? - Katy pergunta, seus olhinhos castanhos adquiriram um certo brilho enquanto observava a vista.
Uma das poucas coisas de que não me arrependo de ter deixado nas mãos de Lydia, é a escolha da casa. O apartamento ficava em frente à um parque, e sinceramente a vista era linda.
- Claro que podemos.
Seguimos para o parque, Katy logo nos trocou pelas crianças do parque. Sentei-me junto com Mason em um dos bancos mais afastados de outros pais.
- Sei que tenho que passar esse fim de semana com o senhor mas... - Mason parou de falar, parecia procurar uma maneira de dizer algo. - Faço parte do time de basquete da escola, e hoje tem jogo, mas irei entender se o senhor não me deixar ir.Olhei-o surpreso, em minha cabeça Mason não fazia o estilo de quem jogava no time da escola.
- É claro que você pode ir, mas só se deixar eu e Katy assisti-lo.
- Obrigado senhor Adams - sorriu.
- Quem tem que agradecer sou eu, adoro assistir jogos de basquete, quando estudava até tentei entrar para o time da escola mas esporte não é para mim - menti.
Eu odiava assistir jogos, principalmente os de colegial mas precisava ganhar alguns "pontos" com Mason, e se para isso eu precisasse assistir à um jogo de basquete, qual era o problema?[...]
Enquanto à tarde havia sido agradável, a noite estava sendo terrível.
Havíamos chegado na escola duas horas antes do jogo começar pois Mason precisava estar lá. O jogo em si não era o problema, o time de Mason estava ganhando, e devo admitir os garotos eram bons, mas o problema era Katy, ela não conseguia ficar parada no lugar e isso já estava me irritando, ainda faltava o último período do jogo e eu realmente estava afim de assistir.
- Tô com fome.
- Katy só mais alguns minutinhos.
- Fome, muita fome.
- Katy assim que acabar o jogo, nós vamos comer.
- Mais eu queo come agoa.
- Katy, por favor, só mais 10 minutos.
A garotinha fez bico e cruzou os braços, não demorou muito e já estava chorando. As pessoas em nossa volta começaram a nós encarar. Olhei para Katy sem saber o que fazer, não poderia deixar Mason sozinho lá, mas também não poderia deixar Katy chorando. Ok, o que eu faço agora?! Se eu começar chorar agora será que alguma alma piedosa vêm nos ajudar?! 'Tá, chorar era a pior solução para isso.
- Você quê princesinha? - Uma mulher com cabelos pintados de verde, ofereceu pipoca para Katy, que sem pensar duas vezes pegou o pacotinho da mão da mulher e começou a comer. - Desculpa me meter, é que eu estava sentada ali em cima e escutei ela pedindo comida, não aguentei vê-la chorar.
- Tudo bem, desculpa pelo choro dela e obrigado pela pipoca, posso pagar se quiser.
- Não precisa, eu não ia comer mesmo.
- Eu insisto - disse enquanto pegava a carteira no bolso. - Quanto custou?
- Não precisa, sério, não foi nada.
A mulher sorriu para Katy e saiu de perto de nós, voltei a me sentar ao lado da garotinha que assistiu o resto do jogo em silêncio.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...