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Henry Adams

O caos estava acontecendo e eu não conseguia evitar que tudo desmoronasse. Todo lugar que fossemos estava lotado de repórteres, até mesmo o prédio em que morava. As notícias não paravam naquele dia, obviamente que Katy e Mason já estavam "anunciados" e diversas teorias começavam.

- Henry Adams! – a voz de Lydia me trouxe de volta para a realidade. Estava na sala de meus pais, Katy brincava no chão junto a Maciel e Lia, enquanto Mason assistia um jogo de basquete na televisão. Any havia ficado na confeitaria, ela e Charles ficariam responsáveis pelas lojas. – Cada segundo que passa mais notícias chegam.

- Eu sei Ly. – Suspirei cansado.

- E está pensando em fazer o que em relação a isso?

- Nada.

- Nada? Henry só vai piorar as coisas se continuar em silencio.

- Estou ciente, porém não irei fazer nada.

- Quer que eu volte?

- Não Ly, continue aonde está, daremos um jeito aqui.

- Você vai me contar?

- Sobre o que?

- Céus Henry, não se faça de besta, posso não estar aí, porém ainda sei o que acontece.

- E sobre o que você sabe senhorita Foster?

- Você e Any.

Me mantive em silencio, não tinha ideia de quanto exatamente Lydia sabia sobre o assunto. Any havia contado para ela? Não, ela me avisaria antes.

- Charles me contou do clima, e pelo seu silencio é verdade. – Busquei alguma mágoa em seu tom de voz, porém não existia nada, ela estava neutra e eu não saberia dizer o que sentia naquele momento. ­– Estou feliz por vocês Henry, apesar que me sinto traída por não ter escutado da sua boca, Any é uma boa pessoa.

- Eu ia contar, quando tivesse certeza.

- Você nunca tem certeza de nada Adams, agora vamos, me conte quando aconteceu e quero detalhes.

- Não é bom momento agora.

- Tudo bem, irei esperar uma longa mensagem sua me contando toda a história.

- Certo, poderá me cobrar depois.

Lydia se despediu rapidamente, me fazendo assistir o final do jogo com Mason. Os advogados da família trabalhavam para a mudança de sobrenome dos meus filhos, optamos por apenas acrescentar o Adams ao nome deles, o McLaren continuaria para ambos. Se tudo ocorre bem em algumas semanas seriam oficialmente novos membros da família Adams, reconhecidos pela mídia.

- Uma nova escola será muito bem vinda caso queira.

Mason jogou seu celular para mim, novas notificações não paravam de chegar. Li algumas do time em que ele fazia parte, todos estavam surpresos e o questionando se era verdade. Suspirei, a dor de cabeça não era apenas para mim. Felizmente, Katy estava isenta deste momento, visto que a pequena já estava em uma nova escolinha e certamente as outras crianças não se importariam com todo aquele alvoroço.

- Lidaremos melhor com isso depois.

- Como quiser.

O mais novo pegou o celular novamente, desligando-o e jogando sobre o sofá. Katy brincava com meus pais, os brinquedos espalhados pela sala, sua risada preenchia os poucos momentos de silencio do cômodo. Resolvemos nos manter ali até o final do dia, todos sem qualquer contato com o mundo exterior, era nossa melhor maneira de lidar com a mídia, silencio total.

- O que acha de tocar um pouco para nós, Mason? – Lia perguntou, arrumando Katy quase adormecida em seu colo. O garoto não excitou em subir as escadas rapidamente para buscar o violão em dos cômodos da casa, não lembrava exatamente o motivo por termos aquele instrumento, nunca aprendemos a tocar.

- O que querem ouvir?

- Uma música calma. – Katy pediu, bocejando ao terminar sua fala.

Nos sentamos sobre o chão, Mason dedilhava as cordas. Começou a tocar lentamente, como Katy havia pedido. Demorei longos minutos para entender qual música se tratava visto que o garoto não cantava, apenas tocava, If the World Was Ending.

O vibrar do celular em meu bolso, me fez deixar deles na sala e ir para um lugar mais reservado, adentrei a cozinha com o aparelho na orelha.

- Como vocês estão?

- Bem, e você?

Ouvi Any suspirar do outro lado da linha, um leve miado também chegou aos meus ouvidos.

- Também, cuidar daquele lugar sem você e com diversos repórteres na porta é complicado.

- Quer vir para cá?

- Não, estou bem aqui Henry – Suspirou. – Só liguei para saber como vocês estavam.

- Falei com Lydia hoje... Ela sabe, sobre a gente.

- A gente?

- É, a gente.

- Charles?

- Sim.

- Ele sempre descobre as coisas, como ela reagiu?

- Bem, apenas chateada por eu não ter lhe contado antes.

- Precisamos conversar sobre isso ainda.

Encostei-me no balcão da cozinha, o silencio do cômodo me deixou incomodado.

- Sim, quer se encontrar? Falar pessoalmente...

- No momento acho mais propicio falar por aqui – Respirou fundo.

- Tudo bem, então o que vamos fazer em relação a nós?

- O que você está disposto a fazer por nós?

- Any eu gosto de você, o que decidir eu irei aceitar – Mordi o lábio inferior, organizando meus pensamentos – Se quiser avançar com a nossa relação eu aceito, mas caso queira apenas continuar no que estamos hoje por mim tudo bem também. Gosto de você, por isso irei aceitar sua decisão, seja ela qual for.

- Irá deixar a bomba na minha mão? – Riu.

- Sim.

- Certo senhor Adams, pensarei no assunto e lhe informo minha decisão depois.

- Sério Any?

- Sim, é uma decisão importante, não posso tomá-la de uma hora para outra.

- Tudo bem, me avise quando decidir.

- Pode deixar – Suspirou – Boa noite Henry.

­- Boa noite Any.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora