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Henry Adams

Havia se passado um mês que eu tinha ido ao orfanato pela primeira vez, nessa última semana passei a ir todos os dias lá. Já tinha me decidido quem adotaria, Katy. Era uma menininha de cinco anos, estava no orfanato a quase três anos. E hoje eu finalmente poderia levá-la para casa, mesmo sendo apenas para um fim de semana eu já me sentia realizado.
- Senhor Adams precisamos conversar - Renê disse assim que pisei no orfanato, seu tom sério me deixou preocupado. Havia pedido pra Lydia informá-la sobre Katy, pois a semana havia sido corrida e enquanto eu estava no orfanato Renê já havia ido para casa.
- Algo deu errado? Falta documentos?
- Não senhor, os documentos e o processo estão todos corretos.
- Então o que te deixa tão séria assim?
- Katy McLaren, a criança que o senhor deseja adotar.
- O que tem ela?
Renê parou por alguns instantes, parecia pensar em como dizer algo.

- Katy tem um irmão, um irmão mais velho, Mason McLaren.
- E qual o problema nisso?
- Mason completa dezessete em poucos meses, já se informou sobre a guarda da irmã. Assim que estiver fora do orfanato entrará com um processo pela guarda de Katy.
Foquei nos livros atrás de Renê, naquele momento toda a felicidade que eu sentia por levar Katy para casa sumiu.

[Lydia]

Já estão vindo?

Lydia era a única que sabia sobre o processo da adoção, e que esse fim de semana eu levaria Katy para casa. Estava tão nervoso e ansioso que pedi ajuda a ela para organizar o quarto para Katy.

[Henry]

Ainda não, tive um probleminha aqui.

O que eu faria agora?! Se levasse Katy conseguiria a guarda dela e viveríamos como uma linda família por um ano, ou talvez uns três anos, mas estava ciente que à perderia para seu irmão.

[Lydia]

Que problema Henry? Tá tudo bem? O que aconteceu?

Ignorei a Lydia, respirei fundo. Talvez essa fosse a pior decisão a se tomar, mas nesse instante eu não me importava.
- Irei adotar os dois.

- O senhor tem certeza? Pode ser extremamente difícil para o senhor.

- Tenho. – Menti.

Não, eu não tinha certeza de nada, mas não queria perder Katy. A menininha havia ganhado meu coração, e não estava disposto a abrir mão. Adotar nunca esteve na minha lista de desejo, mas aqui estou eu, adotando dois de uma única vez.

Naquele instante não parei para pensar que Mason poderia ser um adolescente revoltado com sua vida, e que destruiria minha casa com festas ou coisa do tipo. Eu apenas pensei em Katy, e em como ficaria feliz em ter o irmão com ela.

[Henry]

Está tudo bem Ly, já resolvi o problema.

Nos vemos na segunda.

Torci para que a garota acreditasse naquela mensagem, e não me esperasse no sofá de casa. Não fazia ideia de como Lydia reagiria à Mason, nem eu sabia como reagiria a ele.

Sabia quem era o garoto, pois Jenni havia me apresentado todos do orfanato, mas não tive muito contato com ele. Quase nunca estava aqui durante minhas visitas.

Certo, aparentemente eu tenho todos os sinais que este garoto me trará problemas. Por que ainda farei isso? Por Katy, todo sacrifício será valido se ela estiver feliz.

Me assustei com meu próprio pensamento, quem era aquele e o que havia feito comigo?

A ideia de um cachorro master chefe teria sido uma solução perfeita, por que quis dar uma chance para crianças mesmo?

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora