Henry Adams
Senti um peso em meu peito, e logo em seguida mãozinhas tocando meu rosto.
- Acoda, acoda, o papai Noel passou. - Katy gritou.
Sorri enquanto abria os olhos, Katy ainda estava com seu pijama de unicórnio.
Levantei-me da cama, já com a menininha em meu colo e fui para sala. Assim que viu a árvore, deu um gritinho animado e correu para os presentes. Mason se juntou a mim no sofá, enquanto observamos Katy abrir os presentes.
O primeiro que ela abriu era dois colares da árvore da vida.
- São para os dois.
- É bonito. - Katy sorriu, entregando um colar para o irmão.
Voltou a abrir, várias roupas dadas por Lydia, um globo de neve com um anjinho dentro dado por Mason, e enfim duas bonecas dadas pelo papai Noel.- Estão com muita fome? - ambos negaram com a cabeça. - Que tal fazermos biscoitos?.
Katy deixou todos os presentes de lado e correu para a cozinha, Mason e eu fomos atrás. Coloquei uma cadeira para Katy ficar do tamanho da bancada, colocamos aventais e começamos. Katy colocava os ingredientes que Mason entregava para ela, e eu misturava tudo e abria a massa, pegamos diversas forminhas e começamos a cortar. Assim que foram para o forno Mason e eu limpamos tudo enquanto Katy foi brincar na sala.
- Obrigado por todos os presentes, não precisava.
- Não foi nada, Mason.
- Deve ter gastado muito dinheiro com todos esses presentes, muito obrigado mesmo.
- Como eu já disse, não foi nada, e afinal agora são dá família já, então não foi nada demais.
Mason sorriu e se retirou da cozinha.
Passamos o resto do dia na sala, entre filmes natalinos e biscoitos, Katy vez ou outra acabava cochilando agarrada nas bonecas.
A parte mais difícil foi ter que devolve-los, a casa já estava começando a ficar sem vida, sem os brinquedos espalhados de Katy e o som de violão de Mason.- Céus, Henry o que aconteceu com você? - gritou espantada.
- São 5 da manhã mãe, o que você está fazendo aqui?
- Você não atende minhas ligações à quase um mês, eu sou sua mãe Henry, fiquei preocupada.
- A senhora sabe o quão movimentado fica a loja nos final do ano, eu acabei esquecendo de ligar, desculpa.
- Isso não se faz. - a mais velha me empurrou para dentro do apartamento e entrou também. - Deveria tirar alguns dias de folga, você está... Comprou uma árvore de natal?!
- O que veio fazer aqui mãe?
Ignorei sua pergunta e segui para a cozinha, colocando a cafeteira para funcionar. Lia ainda não estava ciente da adoção, e iria continuar assim até eu finalmente ter os papéis em mão.
- Estava preocupada com você, apenas isso.
- Como está o papai?
- Ele está bem até, um pouco melhor que antes.
- Que bom.
- Por que decorou a casa? Você nunca fez isso antes.
- Fui comprar os presentes de natal, e acabei pegando algumas decorações.
- Sem motivos especiais?
Olhei confuso para ela.
- Motivos especiais filho, como uma namorada talvez.
- Mãe a senhora sabe que não tenho tempo pra isso, e não, não teve motivos especiais.
Coloquei o café em duas xícaras, e lhe entreguei uma.
- Obrigada. - Suspirou. - Sei o quanto você odeia isso mas marquei uma entrevista para você.
Foquei em meu café, e passei a fingir que ela não havia falado nada.
- Irá assumir o papel de seu pai agora, e uma hora ou outra teria que fazer isso.
- Mas seria na minha hora, mãe.
- Se fôssemos esperar a sua hora, nada aconteceria. - Deixou a xícara meia vazia na bancada da cozinha, e se virou para mim novamente. - A entrevista será no final dessa semana, estarão na loja principal para te entrevistaram, o programa irá ao ar no domingo. Por favor Henry, não estrague as coisas.
Lia sai do apartamento sem se despedir, voltei a tomar meu café. Odiava o modo como Lia Adams ainda me controlava, ok, ela é minha mãe, mas consigo tomar diversas decisões sozinhos. Suspirei cansado, seria uma longa semana.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...