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Henry Adams

Não conseguia pensar na possibilidade de Katherine Hepburn ser a mãe de Mason e Katy, ela não podia ser tão cruel ao ponto de abandonar duas crianças, ou talvez podia.

"Desculpa por ter fechado a porta em sua cara ontem, não foi minha intenção. Posso recompensar com um almoço hoje?

XxHenry"

"Espero que não feche a porta na nossa cara novamente, estaremos aí para o almoço.

XxLia."

A cada minuto que se passava meu nervosismo crescia mais, meus pais iriam conhecer meus filhos hoje e nem de longe eu estava pronto. Quando criei coragem para sair do quarto, Mason e Katy já estavam tomando café.

- Bom dia. – Sorri.

- Bom dia. – responderam em uníssono.

- Hoje iram conhecer os seus avos.

- Quando eles vêm?

- Almoço.

- Precisa de ajuda?

- Sim, podem organizar a sala para mim?

- Podemos sim, caso precise de mais alguma coisa é só falar.

- Obrigado Mason. – Sorri.

Quando comecei a fazer o almoço Mason e Katy começaram a organizar as coisas, arrumaram toda a sala e os quartos também. Enquanto a lasanha assava aproveitei para me arrumar, Mason fez o mesmo enquanto eu arrumava Katy, estávamos os três prontos e a lasanha também faltava apenas meus pais. O barulho da campainha me fez estremecer, eles haviam chegado e eu não estava preparado muito menos Mason. Abri a porta para eles, os anos parecia nunca afetar os dois.

- Tenho que lhes apresentar, esses são Katy e Mason. – disse assim que os mais velhos entraram no apartamento. – Eles são meus filhos.

- Filhos? – Lia perguntou.

- Pensei muito no que a senhora vinha me cobrando e decidi adotar.

- A quanto tempo você está com eles Henry?

- Há quase um ano.

- Como pode esconder meus netos?! Henry Adams não foi assim que te criei.

Meu pai apenas ria da reação de sua mulher.

- Eles iram pensar que somos péssimos avos Maciel. – Lia disse seria.

- Sempre tão dramática Lia, se Henry quis esconder isso de nós foi justamente por sua causa.

- O que? – Disse indignada com o comentário do marido.

- Você é exagerada demais querida, roubaria nossos netos de Henry sempre que pudesse, nosso filho queria um tempo a sós com eles.

Lia revirou os olhos, Mason segurava a risada e Katy continuava alheia a tudo que ocorria em sua volta.

- A gente pode come agoa? – Katy pediu, atraindo a atenção de todos.

Assenti com a cabeça, peguei a lasanha do forno e à coloquei no centro da mesa, comemos em total silêncio, Lia observava Katy era como se pudesse ler a criança apenas pelo olhar. Quando acabamos esperei o questionário de Lia Adams começar, mas invés disso ela apenas pediu para brincar com Katy, o que claro logo foi aceito pela menininha.

- Realizou o sonho de sua mãe, estou impressionado.

- Não fiz por ela.

- Sei que não, mas mesmo assim isso à deixou feliz. – Maciel se virou para Mason. – Qual sua idade, garoto?

- Dezesseis.

- Me diga que você dá trabalho, Henry merece sentir o que eu senti quando era ele.

Mason riu e negou com a cabeça.

- Por favor pai, não precisamos relembrar isso.

- O garoto merece saber.

- Eu adoraria saber. – Mason respondeu sorrindo.

- Henry quando tinha sua idade sempre fugia de casa pela madrugada, ia para as festinhas e enchia a cara, no dia seguinte eu tinha que ir busca-lo. – Maciel sorriu. – A maioria das vezes ele dormia na praça, eu passava à manhã toda procurando por ele.

- Mason é da equipe de basquete, pai. – disse na intenção de mudar de assunto.

- Que legal, pretende seguir com isso Mason?

- Sim, pretendo sim, mas se não der certo penso em tentar algo no ramo musical.

- Você toca?

- Toco e canto.

- Mason você parece ser um garoto de ouro, se depender de nós você terá um futuro brilhante.

Mason sorriu, possivelmente todo o nervosismo dele havia ido embora junto com o meu. Meus pais estavam se dando bem com eles, Maciel não demorou muito para se juntar à Lia e Katy, quando vimos estávamos todos reunidos em uma pequena mesa bebendo chá de mentira, alguns de nós com coroas na cabeça e outros com bonecas no colo. Não ouve questionário de Lia Adams, o que me deixou muito aliviado.

Meus pais passaram o resto do dia conosco, a maior parte dele passamos brincando com Katy, assim que a mais nova dormiu depois do jantar, passamos à jogar cartas – algo que eu particularmente não fazia à anos -, quando Lia e Maciel finalmente foram embora o relógio já marcava meia-noite.

Havia sido um dia incrível e que com toda certeza iria se repetir várias vezes, naquele momento toda a dúvida que eu sentia em relação aos McLaren havia ido embora. Não havia nem se quê um pingo de arrependimento por adotado os dois, aquela havia sido a melhor decisão da minha vida.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora