Mason McLaren
Por mais que eu tivesse odiado a ideia de perder Katy para Henry Adams, havia gostado da atitude dele de levá-la ao meu jogo, era a primeira vez que minha irmã havia ido me ver jogar e aquilo me motivou mais que tudo.
Eu odiava a ideia de perdê-la mas estava ciente que Henry daria uma vida muito melhor para ela. Observei o modo como ele à tratou dentro da lanchonete, era realmente uma boa pessoa.
- Terra chamando Mason - Estela estralou os dedos em frente aos meus olhos. - O que está te incomodando?
- Nada, só estava lembrando do jogo.
- Mason McLaren, não minta para mim.
- Não estou mentindo Estela, juro.
Estela Johnson era uma das líderes de torcida, e graças à ela eu faço parte da equipe de basquete, considerava Estela como uma irmã pra mim até pensava em contar para ela sobre o orfanato, mas tudo mudou quando ela começou a namorar o capitão do time e passou a me ignorar completamente, as raras vezes que conversamos agora é nas comemorações dos jogos.
- Vamos comprar algumas bebidas e ir pra minha casa, você vem Mason?
- Não obrigado.
- Para de ser careta Mason, só hoje vai.
- Já disse não Estela, obrigado.
- Você precisa se divertir mais.
Revirei os olhos, observei todos irem embora e então segui até a mesa aonde Henry estava.
- Me deixe adivinhar, agora vão todos para casa de alguém se embebedar.
- Sim.
- Não gosta dessas "festinhas"?
- Nunca fui.
- Não?! – Perguntou surpreso.
- Não.
- A única coisa que se perde por não ir nessas festas são as garotas.
Revirei os olhos. Katy correu em minha direção jogando os bracinhos para cima, à peguei no colo.
- Obrigado por hoje senhor Adams.
- Não foi nada garoto, você comeu?
- Sim.
- Vou pagar a conta, e já vamos embora.O quarto "dado" para mim, era o dobro do que eu dividia com os outros meninos no orfanato.
Estava sem sono, e infelizmente não poderia ir para o jardim pois além de não estar em "casa", não havia um jardim aqui.
Comecei a andar pelo quarto até o som dos meus passos começar a me incomodar, sentei na cama e novamente olhei para o quarto, além da cama a qual eu estava sentado, havia uma escrivaninha e um guarda roupa no quarto, todos os móveis em tons de marrom.
Infelizmente tinha esquecido o violão no orfanato, e mesmo se tivesse trago não poderia tocar agora.
Droga, estava sem sono e sem nada para fazer.
- Have you got colour in your cheeks? - Cantei baixinho, se não podia tocar ao menos poderia cantar. - Do you ever get that fear, that you can't shift the type, That sticks around, like something in your teeth...
Imaginei o ritmo da música em minha cabeça, fechei os olhos e foquei apenas na música a qual eu cantava.Não sei ao certo se foram dezoito ou dezenove músicas até conseguir sentir sono, apenas sei que estava morto. Assim que o sol nasceu me levantei, fiquei atento a qualquer barulho que indicasse que Henry estivesse acordado, não queria parecer um preguiçoso, eu realmente queria passar uma boa impressão para ele, talvez ainda tivesse esperança para mim. Ele parecia ser um bom homem, e pela primeira vez em anos, desejei ser adotado por alguém.
Deixei uma ponta de esperança crescer dentro de mim, estava ciente do risco que eu corria ao acreditar em tal possibilidade, mas eu não havia mais nada a perder.
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Doce criança
General FictionA vida de Henry Adams se transformou em um verdadeiro inferno depois que seus pais determinaram que ele deveria dar-lhes um herdeiro caso quisesse continuar comandando a empresa da família. Logo ele, um homem de 30 anos que não se importava com nada...