Doce criança

21

Henry Adams

Acabamos chegando bem tarde na confeitaria, tudo graças ao Charles que inventou de levar Katy para um museu – podíamos ter feito isso durante o fim de semana, mas ele insistiu em ser hoje. Sabia muito bem o que Charles Turner estava fazendo, ele estava me dando tempo para pensar no que eu faria em relação à Lydia, mas já estávamos dentro da loja e eu não fazia ideia ainda.

Assim que nos viu Any veio roubar Katy para ela, Charles logo me deixou sozinho também. Olhei rapidamente para o ambiente em que estávamos, e pelo visto era meu dia de sorte já que Lydia não se encontrava ali. Umas horas depois Any me contou que outra loja Adams precisava de ajuda e Lydia foi.

- Katherine Hepburn está te esperando senhor Adams. – Evilyn disse.

Não precisei olhar para saber que Charles e Any me encaravam, fui para meu escritório improvisado.

- Senhorita Hepburn o que devo a honra de tê-la aqui novamente?

- Vim encomendar um bolo.

Olhei surpreso para mulher em minha frente.

- Qual à ocasião?

- É a festa anual da TSMC.

- Certo, quantos convidados?

- 150 pessoas.

- Alguma exigência?

- Apenas que o bolo esteja lá.

Soltei uma risada nasal, anotei seu pedido em uma folha apenas para não esquecer.

- Algo a mais senhorita?

- Não, obrigada Adams.

Observei ela sair do local, deixei o papel junto com os outras que eu iria digitar mais tarde e voltei para a cozinha, para minha surpresa Mason já estava lá junto com Charles.

A parte boa de leva-los para a confeitaria – principalmente a Katy – é que eles voltavam extremamente cansados. Assim que saímos da confeitaria passei em uma lanchonete para comprar nossa janta – sei que estou sendo um péssimo pai no momento por estar alimentando todos muito mal mas estava cansado demais para cozinhar -, Katy acabou apenas bebendo leite e indo dormir direto, Mason e eu comemos os lanches e ficamos pela sala.

- Como foi com a garota?

- Foi bem até, ela ainda se lembra de mim.

- Eu disse que ela se lembraria, e o que aconteceu?

- Nós conversamos bastante sobre o passado, só isso.

- Como ela está hoje em dia?

- Bem, e solteira se é isso que está insinuando.

- Me diz que se declarou para ela.

- Não. – Riu – Tess é incrível demais, não quero estragar a volta da nossa amizade com uma possível declaração.

- Está bem então, só não venha chorar para mim quando ela te contar que arranjou outro.

- Eu não vou. – Rimos – Conseguiu falar com a Lydia?

- Consegui. – Suspirei.

- E o que ela queria?

- Você é sempre tão curioso assim?

- Desculpa, eu só estou a fim de conversar mais com você.

- Lydia terminou o noivado.

- Poxa, que chato, ela deve estar arrasada.

- Ela se declarou para mim.

- Ela o que? – gritou.

- Mason vai acordar sua irmã desse jeito.

- Desculpa, é que eu não consegui ouvir direito o que disse.

- Você ouviu certo, Lydia se declarou para mim.

- E o que você fez?

- Nada, não posso mentir para ela, é como uma irmã para mim.

- Vai magoar ela se não fizer nada.

- É melhor ela sofrer com a verdade agora, do que viver em uma ilusão.

- Isso tudo é por causa da jornalista?

- O que?

- Não está dispensando Lydia só por causa da jornalista, não é? Sabe que ela só quer dinheiro.

- Não tem nada vê Mason, sempre vi Lydia como uma irmã, e Katherine não tem nada haver com minha decisão.

- Se você diz, boa noite Henry.

- Boa noite Mason.

Mason sumiu pelo corredor, aproveitei o silêncio da sala para poder observar a rua. Estava quase dormindo no sofá quando meu celular começou a vibrar sem parar em meu bolso, peguei o mesmo vendo as milhares de notificação nas redes sociais, desliguei o aparelho e fui me deitar na cama, eu lidaria com o que fosse amanhã.