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Henry Adams

Mason e os amigos haviam ido para uma lanchonete comemorar a vitória, claro que fui junto com Katy para o mesmo lugar, mas nos sentamos afastados deles. Estavam todos felizes, além do time estava as líderes de torcida e mais algumas pessoas da escola.
- Pô que o Mason 'tá lá?
Katy tinha uma certa dificuldade para pronunciar o 'R', mas pela leve pesquisa que fiz ao inteligente Google descobri que é normal as crianças terem dificuldades em pronunciar algumas letras.
- Ele tá com os amigos dele, depois vem ficar com a gente.
Katy olhou por mais algum tempo o irmão mais velho.
- O que quer comer?
- Batata fita.
Sorri para garotinha.

- Só batata?
Ela assentiu e voltou a brincar com sua boneca de pano.

Para uma garotinha de cinco anos ela me surpreendeu, além da porção de batatas fritas, ela comeu um lanche pequeno e ainda aceitou um sorvete. Talvez eu tenha ficado impressionado com isso pelo fato de que as únicas crianças a qual eu já tive contato, foi filhos de amigos e geralmente as mães das crianças não deixava eles comer nada.
Talvez eu esteja sendo um péssimo pai em deixar Katy comer tudo o que quis? Talvez sim, mas não há ninguém aqui para me julgar.
Enquanto Katy brincava com outras crianças pela lanchonete, comecei a observar a mesa onde Mason estava. Aparentemente ele se dava bem com todo mundo, a maioria das garotas ali faziam graça para cima dele, mas o próprio não percebia ou fingia que não percebia.

[Lydia]

Como está sendo o fim de semana com Katy?

Havia passado o dia todo sem mandar notícias para Lydia, estive tão ocupado com Katy e Mason que nem de Lydia me lembrei.

[Henry]

Está sendo bom, até agora ela está viva.

[Lydia]

Sabia que se daria bem como pai.

Aquela simples mensagem me deixou bem feliz, eu poderia ser um bom pai para os dois.
- Vejo que cumpriu sua promessa para ela.
Olhei para a dona da voz, era a mesma mulher do jogo de basquete. Seus olhos pretos como carvão era tão chamativo quanto o verde de seu cabelo.
- Desculpa por isso de novo - riu sem graça.
- Tudo bem. - Sorri.
- Sou Katherine, Katherine Hepburn.
- Henry Adams.
- Você é dono da doceria Adams, não é?
- Sim.
- Sabia que te conhecia de algum lugar. - Tentei me lembrar se conhecia ela também, mas nada veio. - Não sabia que tinha uma filha.
- Não tenho, Katy está comigo apenas esse fim de semana. - Em partes não estava mentindo, não era pai de Katy, ainda não. - Já nos conhecemos?
- Não.
Suspirei aliviado, sabia que não conhecia ela, seus olhos eram únicos demais para ter me esquecido.
- Eu sou jornalista, e como você está se tornando o novo dono de uma das maiores docerias de Meglin city será a notícia do mês, estou precisando de uma promoção e você pode ser minha solução.
- Desculpa mas não estou interessado, obrigado.
- Por favor senhor Adams, só lhe peço uma entrevista, prometo não perguntar nada sobre sua vida pessoal.
Sabia que ela estava mentindo, não havia como ser entrevistado sobre seu novo cargo sem envolver Maciel Adams no meio.
- A resposta é não senhorita Hepburn.

- Senhor Adams por favor.

- Não, agora poderia me dar licença? Quero terminar de jantar em paz.

- Claro.

A moça se retirou bufando. Revirei os olhos. Não daria entrevista para ninguém, mesmo para ela que havia me "ajudado" com Katy.

Sempre fugi de entrevistas, agora não seria diferente. Voltei a atenção para o lanche em minha frente, havia perdido completamente a fome.

Doce criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora