Primeiros

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Izuku passava a ponta dos dedos pelos cabelos arrepiados do filhote. Ame estava com seis meses e mostrava ser bem energético, como o papa dele, mas também era bem mimadinho e carente quando o assunto era o seu mama, principalmente agora que os primeiros dentinhos estavam aparecendo, Ame sempre arrumava um jeitinho de ficar o mais perto possível dos papais, agora mesmo Ame estava tão amuado que conseguiu chorar e resmungar o suficiente para conseguir dormir entre os seus papais.

- Esse moleque é um dominador nato. - Katsuki disse se espreguiçando, eram 11 horas da noite de uma sexta, a semana finalmente tinha chegado ao fim, para a alegria do alfa que agora finalmente poderia descansar com a família.

- É porque puxou ao papa dele. - Izuku disse baixo e soltou um risinho enquanto recebia um olhar carrancudo do marido.

- OE...

- Shiii...fale baixo. - Izuku disse baixo colocando o dedo indicador nos lábios. - Ame está emburrado... Se ele acordar, você vai ficar com ele.

- Desculpe, Deku. - Katsuki disse colocando a mão no bumbum do filhote e dando um balançar leve e vendo Ame soltar um gemidinho aprovador. - Moleque mimado...puxou a você, Deku.

- KAACHAN. - Izuku disse em tom alto, mas automaticamente colocou a mão na boca.

- Deku, fale baixo, o filhote está dormindo.

- Kaachan idiota.

- Seu idiota. - Katsuki disse e acariciou a bochecha do ômega com carinho e deslizou até a nuca do ômega notando que este se arrepiou e soltou um gemido lascivo.

- Kaachan...

- Deku, vá para o quarto de hóspedes se preparar, eu vou colocar as grades de proteção aqui.

[...]

Izuku abriu os olhos lentamente, fazia muito tempo que não tinha descansado tão profundamente assim, provavelmente por causa das atividades da noite anterior com o marido ou talvez tenha sido o cansaço acumulado de ter que lidar com um filhote irritado por causa dos primeiros dentinhos.

Midoriya deslizou a mão pelos lençóis finos da cama de casal, o lado do marido ainda estava quente, então quer dizer que o seu Kaachan se levantou há pouco tempo. Ergueu-se com calma e olhou em volta do quarto, a julgar pela luz que entrava pelas cortinas já fazia um bom tempo que havia amanhecido. O quarto era o caos perfeito de uma família recém-formada, roupinhas de bebê espalhadas pelo quarto, os ternos que Bakugou usava estavam em cabides pendurados em quase todos os cantos do cômodo, brinquedos infantis e se procurar bem iria encontrar pelo menos três tipos diferentes de lenços umedecidos e uns cinco tipos de pomada para cuidar de assaduras de bebês. O perfeito caos harmonioso de uma família feliz e aconchegante.

Midoriya bocejou e se pôs de pé, caminhou a passos desajeitados até a porta do quarto e antes de abri-la conseguiu sentir um cheiro bom, só não sabia se o cheiro era de Katsuki, Ame ou do café da manhã. Assim que abriu a porta o cheiro ficou ainda mais forte, o cheiro de café e torradas misturado aos cheiros dos alfas da sua vida. Andou um tanto mais rápido até a cozinha, onde viu uma mesa simples ser posta e Katsuki dando algo para o bebê comer.

- Vamos, filhote. - Katsuki disse tentando usar a estratégia do aviãozinho para tentar ganhar a atenção do filho. - Coma para o papa.

- NA. - Ame bateu a mão gordinha no suporte da cadeirinha de bebê e ditou alto com o seu linguajar infantil.

- Se não comer, não vou deixar você tomar o leite do mama.

- MA? - Ame disse alto tentando imitar o seu papa, embora não conseguisse falar ainda, Ame sabia muito bem quem era o seu mama e o seu papa.

- Isso, mama. - Katsuki respondeu o bebê no mesmo tom infantil e levou a colher até a boca do filho - Agora coma.

- NA! MA! - Ame se afastou o máximo que o seu corpinho permitiu daquela comida que o seu papa estava dando. Agora ele queria o seu mama, não aquela comida ruim.

- Ame, eu te amo, mas você é um cabeça dura.

- Puxou ao pai. - Midoriya disse se desencostando da porta da cozinha e ficando no campo de visão dos alfas.

- Deku. - Katsuki estava tão distraído com Ame que nem havia notado a presença do ômega chegando.

- MA! Ma! Ma! - Ame levantou os braços gordinhos e abria e fechava as mãozinhas tentando alcançar o seu mama.

Izuku andou até o marido e o filho, deu um selinho em Katsuki e pegou Ame que já estava começando a ficar com o olhar lacrimejando.

- Moleque mimado. - Katsuki disse sorrindo bobo para a visão de Ame abraçando o pescoço de Izuku e afundando o nariz no pescoço do ômega. - Vamos fazer diferente hoje, vou levar os pratos pra mesa da sala.

- Hum, vou acabar com o Ame por aqui. - O esverdeado respondeu colocando Ame no colo e levando uma colher da papinha, que Katsuki estava dando antes, para Ame comer, o filhote não gostava muito, mas amava ouvir a voz do seu mama brincando consigo então não fez birra.

Midoriya alimentava Ame com tanta devoção que parecia que estava admirando alguma obra prima, e de fato era, Ame era a perfeita obra feita a partir do amor de Katsuki e Izuku.

- Está tão ruim assim, bebê? - O esverdeado perguntou retoricamente quando viu Ame fazer uma carretinha. - Mas você precisa comer, ok? O mama não aguenta te alimentar muitas vezes mais.

Midoriya deu a última colherada para o filhote e o tirou da cadeirinha, colocou o filhote na curvatura do pescoço e deu tapinhas leves nas costas do bebê.

- Vamos assistir TV com o papa agora.

- PA!

- Isso, Papa...vamos lá, pa..pa.

- PA!

- Quase lá. - Midoriya beijou a bochecha do filhote e recebeu a risada infantil como resposta, Ame colocou os dedos na boca e deu uma gargalhada alta, o filhote amava receber beijinhos.

- Kaachan, Ame não gosta da papinha de cenoura. - Izuku disse chegando à sala.

- Vou trazer de maçã ou chocolate na próxima.

- Faça isso, temos um filhote exigente aqui. - Izuku disse fazendo um carinho na barriguinha do bebê.

- Venha aqui ômega, vamos tomar café.

Midoriya caminhou até o centro da sala, onde notou que Katsuki havia colocado o café da manhã na mesa em estilo oriental, chabudai, e já havia ligado a TV em uma programação infantil que instantaneamente chamou a atenção de Ame, Midoriya sentou no meio das pernas do marido e logo sentiu os braços do alfa lhe abraçarem e sentiu um beijo na marca.

- Como vamos tomar café agarrados assim, Kaachan?

- Pode comer, eu ainda estou cheio da noite passada.

- KAACHAN. - o esverdeado disse em tom alto e sentiu automaticamente o rosto esquentar. - Não diga essas coisas perto do Ame, Kaachan.

Katsuki beijou o bico amuado do marido e depois passou a mão nos cabelos arrepiados do filhote, que agora estava totalmente entretido em tentar enfiar a própria mão na boca.

- Ame, seu papa é um safado pelo seu mama, ok? - Katsuki disse olhando sério para os olhos grandes do pequeno Ame, como se estivesse prestes a assinar um contrato importante. - Você ainda vai presenciar coisa pior e...

- KAACHAN.- Midoriya interrompeu o marido e abraçou o corpinho de Ame tentando esconder o máximo possível do seu rosto avermelhado na curva do pescoço do filhote.

- Desculpe, desculpe. - Katsuki abraçou ambos e deu uma risada alta que também acabou por arrancar uma gargalhada contagiante do filhote e um riso doce do seu amado ômega.

love of my lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora