CAP 10 ( Merda de vaso de planta ridículo!😤)

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CAP 10...........................................................

     "Não tem como fazer mais nada, lamento." Foi o que os paramédicos me falaram antes de colocarem o corpo em um daqueles plásticos que envolvem o morto.
    Teria, se eu tivesse feito alguma coisa! Eu podia ter salvado a Camila!

— Kaique... — a Celine se aproximou de mim meio receosa.

     Levantei meu olhar para ela.

— Eu sei que estamos brigados... Mas não podia te deixar sozinho em um momento desses... — comunicou, sentando-se do meu lado na mesa da lanchonete.

    Fiquei quieto. Não saía da minha cabeça que quando a Camila morreu, eu podia ter ido junto por estarmos conectados... Mas ela tinha razão, eu fiquei vivo e eu sentia que era por um motivo maior.

— Kaká... O quê aconteceu? Eu não estou entendendo nada. Quer dizer, você chegou falando que a viu morrer... E do nada, ela realmente morre, e você também viu!

     Continuei quieto e com a cabeça baixa. As veias rente ao meu pescoço como sempre pulsando forte, minhas mãos inundadas de gotículas de suor. Eu não queria falar sobre aquilo.
     A Celine suspirou.

— Kaique... Fala comigo, por favor? — sussurrou com pesar.

       A olhei. O peso de tudo o que aconteceu se derramou sobre mim quando encarei seu olhar de piedade. Sem que eu permitisse, minha garganta fechou abruptamente. Senti água sobre minhas bochechas, só então me dei conta de que estava chorando. Quase não tive forças de encontrar minha voz, mas ao encontrá-la, lamentei sussurrado e trêmulo o que eu sabia ser a verdade:

— A culpa foi minha.

— O quê? Não foi não!... Olha, ela que se matou... Você não podia fazer nada... E, bom, estava na cara que isso aconteceria uma hora ou outra. A Camila nunca superou o término dela e...

— Não — a interrompi. — Eu podia ter impedido! Aquele caderno idiota tinha me avisado que ela morreria, mas eu não quis acreditar! — Me levantei. — Eu podia ter impedido! Podia! Mas eu fiquei com medo! Medo!

— Kaique! Você está me assustando... Que caderno é esse? — a Celi ficou confusa. Seus olhos dançavam velozes sobre minha expressão conturbada.

     Sem nem olha-lá, comecei a sair e murmurei minimalista:

— Eu não tenho tempo para ficar com medo! Preciso salvar os outros, como a Camila pediu.

— Ei! ESTÁ INDO AONDE?! — minha amiga me alcançou. As mãos trêmulas, o corpo rígido. Ela estava com medo do que se passava em minha mente. Acho que estava certa em temer.

— Embora — cochichei, me desvencilhando de seus dedos.

     Meio atordoada, ela ofereceu:

— Quer que eu te leve? Eu estava indo mesmo para a casa da minha prima.

— Não, não precisa — rejeitei e saí o mais rápido que podia.

                          (...)

     Cheguei no prédio e nem olhei para os lados. O caderno! Eu precisava pegar de volta aquele maldito caderno!
    Com passos largos e fortes, me direcionei até onde eu o havia escondido e levei o maior susto do mundo.

— CADÊ O VASO?!?!

       Olhando para os dois lados, saí correndo em direção a portaria.

— SEBASTIÃO! — chamei o porteiro, que veio me atender no mesmo instante — cadê o vaso que sempre fica ali no corredor?! Um grandão e largo em baixo.

ME DIGA SEU NOME (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora