Capítulo 8

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Uma batida na porta faz-me despertar, depois de muito chorar acabei por adormecer.

-Posso?- ouvi perguntar.

-Ya.- disse com voz ensonada e rouca por ter acabado de acordar.

Vi o corpo de Alex a entrar no meu quarto e sentei-me na cama de pernas à chinês, como as crianças- Que queres?- perguntei rabugenta pois eu odeio que me acordem.

-Ah, eu...- disse e depois engoliu em seco, sentando-se também na minha cama-ah , meio que venho falar con-contigo sobre aquilo de ontem.- revirei os olhos perante o seu nervosismo.

-Chuta!- disse querendo despachar aquilo pois tenho medo que esteja com um aspeto horrível e ele note que estive a chorar.

-Então, ah...- disse nervosamente enquanto os seus olhos estão fixados nas suas mãos que brincavam uma com a outra.

-Despacha-te.- bufei esfregando o meu olho direito pois ainda não o conseguia abrir bem devido a ter acordado à pouco.

-Esquece.-disse rapidamente levantando-se, dirigiu-se até à porta e saiu.

Se fosse noutra situação qualquer eu não o deixaria ir embora e o obrigaria a dizer o que iria supostamente dizer pois eu sou muito curiosa mas não é outra situação qualquer, é a situação em que se eu saí-se de casa as pessoas iriam pensar que estaria para começar um apocalipse zumbi, então deixei-o ir. A minha sorte foi, ele estar mais preocupado em como dizer aquilo em vez de reparar em mim.

Levantei-me da cama e dirigi-me até à casa de banho, olhei-me ao espelho e a minha teoria foi confirmada. Olhos inchados, pele ainda mais pálida se possível e olhos vermelhos tal como o meu nariz para não falar das olheiras.Estou horrível, mas fisicamente pois psicologicamente estou muitíssimo melhor do que antes de adormecer.Passei um pouco de água pela cara para limpar as lágrimas secas da minha cara e depois sequei-a com uma toalha que estava pousada sobre aquele pequeno corrimão onde se colocam as toalhas de cara.

Baixei o meu olhar e reparei na gaveta das toalhas, abri-a e retirei de lá o diário da minha mãe.Dirigi-me até ao quarto e sentei-me na cama, abri-o na página onde tinha parado, apesar de continuar a achar que não devo fazer o que estou a fazer, sinto que necessito de o fazer.

"Estou tão feliz , o Alex foi tão querido comigo, que eu decidi partilhar isto contigo..."

-O que é isso?- ouvi perguntar e dei um pequeno pulo pois não estava à espera, fechei-o rapidamente e escondida-o atrás das minhas costas, levantei o olhar e vi Harry.

-O que é que estás aqui a fazer?- perguntei confusa.

-Jantar de negócios.-respondeu encolhendo os ombros.

-Eu estou a perguntar o que estás a fazer no meu quarto.-disse e ele encolheu os ombros- Tu só sabes encolher os ombros?-perguntei e ele voltou a encolher os ombros.Bufei irritada por ele estar sempre a fazer o mesmo- Outro jantar de negócios? Ainda ontem foi um e era suposto ser um jantar de negócios, o que é que estás aqui a fazer se ainda nem almoçamos?-perguntei confusa e ele voltou a encolher os ombros-Olha, sabes uma coisa?Sai do meu quarto.- disse e tentei empurra-lo do quarto para fora mas ele não mexeu nem um músculo, continuei a fazer força mas nada.

-Sabes que não vais conseguir empurrar-me.- riu-se-Sou demasiado forte.

-Gosto de pensar que eu é que sou fraquinha.-disse e continuei a tentar. Mas o que se passa com ele?Ainda ontem estava amuadinho comigo agora está como se fôssemos grandes amigos. Continuei a empurrar mas nada até que ele deixa de fazer força e caimos os dois no chão e eu por cima dele.

-Sai de cima de mim, gorda.- disse, esqueçam o que eu disse, ele está de volta.Levantei-me rapidamente.

-Sai do meu quarto.-exigi.

-Não. Me. Apetece.- disse devagar e depois riu-se.

-Tudo bem.- Encolhi os ombros e voltei a deitar-me na cama de costas voltadas para ele, mas antes escondi o diário por entre o enorme monte de almofadas que a minha cama tem.

-Ainda não me respondes- te.-senti a minha cama a baixar ligeiramente e deduzi que fosse ele a sentar-se.

-A quê ?- perguntei.

-O que era aquele livrinho que tinhas nas mãos.

-Não tens nada haver com isso.-respondi torto e mexi-me desconfortável na cama-Como entras-te aqui e eu não dei conta?

-Como estavas demasiado vidrada naquele livrinho não deste conta de eu entrar.-assenti mesmo sabendo que ele não via.

-Vira-te para mim.-pediu.

-Não.-eu ainda estava à espera que ele se fosse embora.

-Vira-te para mim.-pediu novamente e mesmo sem o estar a ver sei que ele está a fazer beicinho.

-Vai-te embora.- pedi.

-Mas...-ele tentou falar mas eu interrompi-o.

-Por favor.

-Ok.-senti a minha cama voltar ao normal, ouvi passos e depois o barulho da porta a abrir-se e a fechar.

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Então, que tal? Espero que estejam a gostar e desculpem a demora, era só isso. Beijos.

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