Capítulo 15

207 18 0
                                    

Ele continua-me a seguir e eu continuo a andar até ao seu escritório ignorando o que ele diz. Entro e sento-me na sua cadeira giratória murmurando uns "blá, blá, blá" ou " não me interessa", coloco os pés em cima da sua secretária.

-Cindy, tens de ter disciplina.-disse-me irritado.

-Alex, tens de ter juízo.-disse retirando um pouco de verniz das minhas unhas enquanto me ria gozona.

-A tua mãe não te deu educação?-perguntou e eu olhei-o furiosa.

-Nunca mais voltes a dizer algo que envolva ela.- disse entredentes desta vez já sentada direita na cadeira.

-Tu tens de tratar bem a Esther.-disse e eu ri-me.-Estás a rir-te de quê? Tu vais tratá-la bem, como a tua mãe morreu e a Esther é tua madrasta, tu vais tratá-lá como tua mãe.-disse e simplesmente parou tudo.

Levantei-me da cadeira como um furacão e coloquei as minhas mãos no seu pescoço encostando-o ao grande armário onde são colocados os seus livros.

-Qual é a parte que não percebeste de nunca mais voltes a dizer algo que envolva a minha mãe? Principalmente para me dizer que eu a vou substituir pela vaca da minha madrasta.-ele não respondeu, mas também como é que eu queria que ele me respondesse se ele não conseguia respirar, ele até já está vermelho.-Acho que não percebeste o que eu disse quando combinamos que não me chateavas mais. Que fique bem claro que eu nunca vou fazer algo que tu mandes e que és tu que estás na minha mão, não eu na tua.-disse e soltei-o.

Saí do escritório furiosa, passei pelo meu quarto e peguei num casaco, vesti-o e no caminho até à porta vou contra alguém. Olho e vejo que é o Harry.

-O que é que este anda a fazer sempre aqui enfiado?-perguntei irritada para ninguém porque as únicas pessoas que estavam ali só éramos nós.

-Hey, não fales assim até parece que me odeias.- olhei-o com uma cara do género "a sério, queres mesmo que te responda a isso?" e segui o meu caminho, abri a porta e quando ia fechá-la ouço o Alex gritar.

-SE SAIRES PODES CRER QUE NÃO VOLTAS.-gritou e eu sorri satisfeita, fechei a porta e comecei a caminhar sem rumo. Não conheço nada aqui, apenas o caminho de casa para a escola e de escola até casa.

Abracei o meu próprio corpo quando senti uma brisa demasiado fria e olhei para o céu, nuvens demasiado escuras.Bufei irritada, adoro chuva mas tenho quase a certeza que vai trovoar.Como eu odeio trovoada , só a minha mãe me consegue acalmar, ou conseguia.

Estava quase a começar a chorar mas eu prometi-me a mim mesma que nunca mais ia chorar, nem pela minha mãe.

Um trovão fez-se ouvir e eu estremeci com o medo.Outro e mais outro, estava tão assustada, nunca estivera igual.Comecei a correr e quando reparei onde estava fiquei ainda mais assustada, aquele era dos piores sítios para se estar quando se tem medo de trovões, uma floresta. Eu estava simplesmente perdida e muito longe do centro de Londres, muito longe da minha nova casa.

Perdida e com frio, tentei sair da floresta mas acabei por me afastar mais da saída , eu senti isso.

Ao longe, ainda dentro da floresta, avistei uma casa velha e possivelmente não-habitada. Caminhei até lá e como eu previa não estava habitada , percebi isso porque não tinha porta então decidi entrar.

Era uma casa antiga e eu percebi isso não só por estar desgastada mas também por ter um estilo arquitetônico bastante antigo.

Vi um piano na sala e corri até ele, comecei a tocar algumas melodias que eu aprendi a tocar quando era pequena. Como tinha saudades de tocar piano é tão bom, é tão suave, é tão revitalizante.

Ouvi umas vozes e parei de tocar. Vinha aí alguém mas eu não tenho onde me esconder então fiquei paralisada a olhar para a porta à espera que me apanhem dentro de uma suposta casa abandonada mas que afinal está habitada.

Três rapazes apareceram na entrada da casa e olharam espantados ou confusos, não percebi, para mim.

-E tu és?-perguntou-me o rapaz moreno de olhos avelã.

-Um extraterrestre.-respondi e conti-me para não rir.-E tu?-perguntei.

-NÓS DESCOBRIMOS O PRIMEIRO SER ALIENÍGENA, OLHA ZAYN, OLHA JOSH.-disse aos gritos todo feliz o rapaz moreno de olhos azuis e percebi que o rapaz de olhos avelã era o Zayn e o outro rapaz era o Josh.

-Tem calma aí, rapaz feliz, eu sou só uma rapariga normal.-disse e ele fez cara de desiludido.

-Eu sou o Louis, como é que te chamas?-perguntou-me o rapaz que mais parece uma criança.

-Afrodite.-disse e mais uma vez me conti para não rir.

-Tu és a deusa do amor?-perguntou-me o Louis e eu assenti.

-Para de gozar com ele, o Louis é um rapaz muito iludido.-disse Zayn e eu ri.

-Ok, eu parei, sou a Cindy.-disse.

-E o que é que estás aqui a fazer?-perguntou o rapaz que ainda não tinha falado.

-Provavelmente o mesmo que vocês.-brinquei, não faço a mínima do que eles vieram aqui fazer.

-Vieste fumar ganza?- perguntou Josh admirado.

-Estou a gozar, eu estava perdida na floresta e como estava a chover e a trovoar e vi esta casa, entrei.-disse enquanto eles se sentavam descontraidamente nos sofás da sala.

-Mas se quiseres nós damos-te.-ofereceu Louis e eu aceitei.

(...)

Dei uma última passa antes de atirar com o charro ao chão e o calcar.

-Pessoal, adorei conhecer-vos mas tenho de ir embora.-disse e levantei-me.

-Dá-nos o teu número para combinarmos qualquer coisa ou voltar-mos a repetir isto.-disse Louis e eu acho que ele é mais ajuizado com o efeito da ganza.

-Ok.-concordei e dei-lhes o meu número .

Dou graças a não me ter esquecido do telemóvel senão estava feita.Peguei nele ,fui ao GPS e comecei a caminhar .

Já não chove e a única luz que se vê é a da lua, dando a perceber que o Alex está irritado de certeza absoluta pois achava e eu não ia sair de casa e se saísse ia voltar logo. Depois de uma longa caminhada , já começava a reconhecer o caminho e então guardei o telemóvel.

Quando cheguei ao palácio real de D.Alex I , bati na porta mas ninguém me abriu a porta então procurei as chaves que supostamente deveria de ter trazido mas afinal não trouxe. Recorri ao meu plano C e comecei a tentar abrir as janelas do primeiro piso mas estavam todas trancadas.

Nota Mental: para a próxima deixar a janela do meu quarto aberta.

Recorri ao meu plano D e comecei a subir a parede para entrar pelas  janelas do andar de cima mas estava difícil pois a parede estava molhada da chuva e a quantidade de ramos que a trepadeira que me estava a ajudar a subir, tinha, era escassa.

Coloquei um pé na beira da janela do primeiro andar e comecei a subir segurando-me na trepadeira, consegui chegar ao andar de cima mas quando estava a abrir a janela desiquilíbro-me e sinto uma pancada forte nas minhas costas e cabeça. Sei que vou desmaiar e a última coisa que vejo é o céu estrelado todo turvo.

.......................................

Este é talvez, ou provavelmente o maior capítulo que já escrevi, espero que estejam a gostar. Bjs ♡

Unlikely WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora