36.Epilogue

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{ Chung on }

Retirei do rosto alguns fios de cabelo que eram movidos pelo vento, e que passaram a ser incômodos. O dia estava radiante, o céu azul e com poucas nuvens branquinhas e inofensivas.

Em dias como esse, eu gostava de comparar o céu à uma tela. Telas vazias não tem graça, têm? Assim como o céu puramente azul. As nuvens, o sol, os pássaros, são os elementos que compõem a obra por completo, sempre reflito sobre estas coisas quando venho aqui.

Deixo as rosas brancas que carregava, uma em cada lápide, uma à mais na de vovó, ela merecia.

Faz um tempo desde que passei a visitá-los, é bom para se perder em devaneios, no quão curta a vida é, no quão bonita é a vida, no quão subjetiva ela pode ser.

Olho por uma última vez o horizonte de lápides, folhas secas e caminho para a saída do local, o movimentar das árvores, ruas e estatuetas do lado de fora do carro parecia intreter Soo, que olhava atentamente para fora, com a cabeça apoiada no encosto do carro, e na destra da mão, como se eu não estivesse ao seu lado.

Era um pouco sem sentido, e injusto.

Sem sentido porque a única coisa a se movimentar ali, éramos nós, e injusto, porque se eu admirasse aquelas coisas com ela, o carro capotaria.

Mas cá estamos, não é?

Levei uma das mãos que segurava o volante até a sua que repousava à minha mercê, e acariciei-a, em busca de atenção.

Não obtive. Sério?

Suspirei baixo, e voltei a atenção para a estrada, o sinal estava vermelho.

Minha atenção foi novamente à hipnotizada, e notei que a aliança dourada em sua canhota cintilava mais do que o normal. Nunca me cansaria de olhar para ela. Algumas quadras depois, descobri que na verdade ela havia adormecido, e sequer relevado o meu toque, o que me consolou um pouco.

Ao descermos do carro, ela estendeu-me sua mão, assim que parou á meu lado, que foi prontamente enlaçada e entrelaçada a minha.
Caminhamos até a porta enfeitada, que ostentava uma bela guirlanda de natal – mesmo que as comemorações já tenham passado – e Soo bateu algumas vezes, até que foi aberta.

— Hyuk, seu pai chegou! — O agora idoso, mas não inválido gritou para dentro da casa.

Passadas rápidas foram ouvidas, e lá estava o adolescente hormonal à quem eu chamava de filho, com sua inseparável mochila pendida ao ombro.

— Como está? — Questionei-o, bagunçando seu cabelo.

— Bem, e com fome... — Soltei um riso nasalado perante sua falsa expressão sofrida.

— Fome?! Essa draga só faltou comer os batentes das minhas portas, e o reboco da minha parede! — Senhor Byun esbravejou, divertido, fazendo minha cria esfomeada correr rindo para o carro, e para fora do alcance de sua vista, agora não tão boa.

— Muito obrigado por cuidar dele, Baekhyun ajusshi! — Me curvei respeitosamente e ele apenas sorriu, bagunçando meus cabelos.

— Apenas mande um abraço à S\A e Yoongi! — Foi sua fala antes de abraçar minha esposa, a dar um beijo em sua testa e entrar em casa.

— Onde está a mamãe e Hye? — Soo questionou, ao que entramos na casa de seus pais.

— Sua mãe está dormindo amor, ela estava um pouco cansada, andamos muito hoje com as crianças! E Hye, sua querida filha que resolveu dae uma de macaco, não parava de pular e seguiu o mesmo rumo que a vó. — Riu e apontou para o sofá, só então nos damos conta de que nossa filha alí estava adormecida.

Imagine Suga 2Onde histórias criam vida. Descubra agora