Discussão fatal

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Depois de vários minutos nos beijando nos separamos por falta de ar.

—Seria demais te pedir pra me levar pra casa? Não to mais no clima de voltar pra festa.—Perguntei olhando em seus olhos.

—Claro, já é bem tarde e você precisa dormir. Amanhã você tem que ir pra escola garota.—Nós fomos até o carro dele.

—Eu odeio aquele lugar.—Soltei entrando no carro.

—Que isso, não é tão ruim.—Ele deu partida no carro.

—Tá falando sério?—Indaguei indignada.—Lá é péssimo!

Depois de um tempo dirigindo pela cidade senti a mão de Kai pousar sobre a minha e nossos dedos se entrelaçaram.

—Desculpa.—Ele disse envergonhado e soltou minha mão. Sorri achando engraçado a maneira como ele se esquivava de situações sentimentais.

—Não precisa se desculpar.—Entrelacei novamente nossos dedos e o olhei passando confiança.

—Você que manda.—Brincou voltando o olhar para a rua.

Depois de alguns minutos explicando o caminho estávamos em frente à minha casa.

—Está entregue.—Kai disse se virando para mim.

—Obrigado.—Sorri para ele e abri a porta para sair o carro.—Quer saber...—Me voltei para ele.—Seria muita loucura eu convidar alguém que conheço a dois dias pra entrar na minha casa?

—Com certeza, seria totalmente irresponsável.—Kai riu.

—Quer entrar?—Apontei com a cabeça para minha casa.

—Meio tarde não acha?—Ele olhou no relógio do painel do carro.

—Fica conversando comigo, pelo menos por um tempo.—Insisti fazendo carinha de piedade.

—Ahh chantagem com rostinho fofo não vale!—Ele riu.

—Só me impeça de voltar lá e matar aqueles dois.—Pedi seriamente.

—Ok, talvez eu possa evitar que um crime aconteça.—Saímos do carro e fomos em direção à minha casa.

Abri a porta e entramos na casa, Kai olhava cada detalhe da decoração fascinado.

—Casa legal.—Ele soltou e joguei meu casaco na poltrona.

—Fique à vontade.—Nos sentamos cada um de um lado do sofá.—Quer beber algo?

—Água seria bom.—Ele sorriu sem graça batendo os dedos no sofá.

—Já volto.—Saí da sala e busquei uma jarra d'água.

Kai bebeu a água sem dar uma palavra e ficou me encarando sem saber o que fazer.

—Então...—Chamei sua atenção.—Me fala sobre você, o que pretendia fazer voltando pra cidade?

—Bem, não faço a mínima ideia. Talvez eu quisesse me vingar ou então pedir desculpas pra Jô, eu realmente não sei.—Ele soltou sem receio.

—Isso tem a ver com a fusão com seu irmão?

—Em parte, sim.—Ele olhou para o copo em sua mão.—Mas e você? O que eu sei é muito pouco.

—Não tem muito o que dizer.—Suspirei.—Perdi quase toda a minha família, virou um hábito.

—Eu sinto muito.

—Primeiro minha mãe, a mãe do meu ex sequestrou nós duas e em uma luta corpo a corpo as duas queimaram à luz do sol.—Meus olhos começaram a arder.—Então meu pai e meu tio Elijah se sacrificaram para salvar minha vida...—Meus olhos se encheram de lágrimas e Kai me abraçou.

Double Evil | 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora